sábado, 20 de agosto de 2011
Poesia contemporânea – Gabriel Megracko
Ratos
.
Na minha ausência
e durante o sono
Os ratos comeram meus pães
e beberam minha água
O que eu podia fazer?
Faziam o que queriam
Enquanto eu sonhava
os ratos viviam!
Sujaram a mesa
e roeram as frutas
E não me esperaram
pro café da manhã
Não gostei disso
Então comprei tijolos
e vedei meu lar
Me isolei dos ratos
e fiquei só
(Gabriel Megracko, em seu blog )
*Poema registrado na Biblioteca Nacional
Assinar:
Postar comentários (Atom)
3 comentários:
A "função" de um grande artista é nos fazer pensar, pela estética, sobre as grandezas e as migalhas da existência. Talvez seja também apaziguar os ânimos exaltados com a vulgaridade do cotidiano. É o caso do Gabriel. Belíssimo (e repugnante rs) esse poema.
Que tal um manifesto. "Ratoeira". Seria um casamento perfeito. Esse poema me deu idéias.
Eu sonhei com um rato essa noite... E o Bourdier diz que "os livros que mais agem [no leitor] são os livros que agem de inconsciente a inconsciente". E os poemas também - os ratos, quem diria, podem ser a vida, e o poeta é sempre o sonhador. Desde Quixote.
Postar um comentário