quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Os posts mais acessados em 2010


Fim de ano é hora de retrospectivas e balanço. Para não fugir à regra, consultei as estatísticas e elenco abaixo os posts mais acessados neste blog em 2010. A idéia era publicar aqui “os dez posts mais acessados do ano”.

Mas, como os posts sobre os problemas do metrô de São Paulo foram muito acessados, esta solução implicaria em uma repetição chata: entre as dez publicações, quatro ou cinco seriam sobre este tema. Assim, o tópico metrô é listado abaixo com o link da postagem mais recente, a partir da qual se pode acessar as outras. Os debates entre Dilma Rousseff x José Serra também estão nessa situação, então nesse tópico estão discriminados três posts (Globo, Band e Record).

O post campeão em acessos em 2010 foi o do diálogo ríspido entre o então candidato à presidência da República tucano José Serra e o jornalista Heródoto Barbeiro, que custou o afastamento deste do programa Roda Viva, da TV Cultura. Depois do metrô, vem o texto sobre o estádio do Corinthians em Itaquera (sai ou não sai?).

Copa do Mundo, eleições, a unificação dos títulos do futebol brasileiro e o primeiro jogo da final do Campeonato Paulista de futebol (Santo André 2 x 3 Santos) foram temas bastante procurados (não sei por que esse jogo do Santos, ao invés da postagem sobre a segunda partida da final, a do título santista, cujo link está incluído no tópico).

A publicação com a entrevista do cineasta Eduardo Escorel foi listada porque seria injusto deixá-la de fora, já que a diferença entre esse post e os imediatamente acima dele é muito pequena e, afinal, é o texto mais acessado sobre cultura no ano. Segue então a lista e os links dos

Posts mais acessados em 2010

1. Heródoto Barbeiro sai do Roda Viva após questionar Serra sobre pedágio











2. Os problemas na Linha 4 Amarela do Metrô

3. Verdades e mentiras sobre o estádio do Corinthians em Itaquera

4. Dilma Rousseff e os debates com Serra na TV
- no Jornal Nacional
- na Record
- na Band

5. Os gestos de José Serra

6. Dunga x Alex Escobar, jornalismo e seleção brasileira

7. Em anúncio na Folha, Extra se antecipa e tira Brasil da Copa

8. Copa da África encobre conflitos étnicos e desigualdade

9. A unificação dos títulos do futebol brasileiro: justiça seja feita

10. Santos 3 x 2 Santo André: jogo duro e vitória incontestável
- O segundo jogo da final do Paulistão, que o santos perdeu mas ficou com o título, está neste link

11. Contradições e problemas do cinema nacional, segundo Eduardo Escorel

Foto: Eduardo Maretti












Atualizado à 01:32

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

O MinC – de Gilberto Gil a Ana de Hollanda

Divulgação/site oficial
A cantora, compositora e atriz Ana de Hollanda – irmã de Chico Buarque – será a ministra da Cultura de Dilma Rousseff.

Não sei quais são as propostas de Ana, o que ela pode fazer na pasta. Não posso nem elogiar nem criticar. Afinal, muitos bombardearam a nomeação de Gilberto Gil em 2003 e, ao fim e ao cabo, a gestão de Gil foi bastante razoável. Ser filha de Sérgio Buarque de Hollanda – esse historiador extraordinário cuja obra dispensa comentários – não garante que ela será uma boa ministra, mas seus princípios (filha de quem é) aliados às diretrizes de um governo popular descendente de Lula dão certa tranqüilidade. A nova ministra tem alguma experiência: foi secretária Municipal de Cultura de Osasco entre 1986 e 1988 e diretora do Centro de Música da Funarte, de 2003 a 2007.
Gil e Lula

Quando Gilberto Gil foi nomeado ministro da Cultura logo no início do primeiro mandato de Lula, a escolha foi recebida com desconfiança. Um artista ser ministro!? Mas, no decorrer de sua gestão, Gil fez um trabalho interessante, porque tentou democratizar as verbas da cultura, historicamente insuficientes e sempre monopolizadas por setores conhecidos.
O ministro Gil foi bastante criticado por parte da comunidade artística. O poeta Ferreira Gullar (ex-comunista), o cineasta Luiz Carlos Barreto, Gerald Thomas (a própria encarnação da egolatria), atores como Marco Nanini e até o velho parceiro de Tropicália, Caetano Veloso, estavam na linha de frente dos descontentes. Os argumentos eram vários. Mas, na verdade, o motivo das críticas era um só. Esses e outros figurões da produção cultural brasileira, autoconsiderados portavozes da cultura do país, acostumados a ser financiados pelo Estado, perderam parte da mamata e, no fundo, era isso o que os incomodava.
Em ótima entrevista a Pedro Alexandre Sanches da revista CartaCapital, em janeiro de 2006, Gil rebateu essas críticas com autoridade: “Eles tinham acesso a recursos que estão sendo redistribuídos...”.

"...Os artistas consagrados e bem-sucedidos não gostam de ser elencados na classe dominante, mas são. Nós somos classe dominante", disse então Gilberto Gil. “Estamos tentando trabalhar com um pouco mais de atendimento periférico, com os Pontos de Cultura, as políticas para museus que estamos descentralizando.”

“[Sobre cinema] Acredito que essas queixas são em relação ao atendimento geral que o ministério e as estatais vêm dando aos filmes, adotando políticas públicas de fomento um pouco mais abertas e democráticas”. 
Com Gil, sob Lula, o MinC, na medida do possível, tentou deslocar o eixo dos privilégios, uma política que espelhou, ou tentou espelhar, a política social do governo em outras áreas. Não é tarefa fácil desbastar privilégios tão incrustados na produção cultural de um país continental. De qualquer maneira, isso irritou profundamente os que encaravam o MinC como uma espécie de cartório ou despachante dos seus próprios interesses, quais sejam, dos latifundiários da cultura no Brasil. O sucessor de Gil, Juca Ferreira, manteve a linha, com discrição. Com Ana de Hollanda, espera-se que essa política seja aprofundada.
Leia aqui na íntegra a importante entrevista de Gilberto Gil a CartaCapital, em janeiro de 2006

Atualizado à 00:21.

domingo, 19 de dezembro de 2010

Francis Ford Coppola está de volta, com Tetro





Com Tetro, Coppola quer dizer que ainda é possível fazer, ou pelo menos tentar fazer arte com cinema. Que é possível falar da arte, no cinema. Que o cinema, ele mesmo, é arte.

No filme, Tetro (Vincent Gallo – na foto) é um homem solitário e enigmático que vive com sua companheira em Buenos Aires. Seu irmão mais novo Bennie (Alden Ehrenreich) chega na capital argentina em busca do contato perdido com esse primogênito, seu irmão Angie (uma sombra do passado), que em Buenos Aires se transformou em Tetro, abreviação de Tetrocini (seu sobrenome). Tetro, o protagonista, é “um gênio sem realizações”, segundo ele mesmo se define.

A história se passa em preto e branco. Flashbacks coloridos são como que a legenda dessa história. O passado é colorido, o presente é P&B.

Há muitas referências à história do cinema no filme, explícitas ou não, o que fortalece a obra. Uma explícita: Ava Gardner. Uma quase explícita: Fellini, nunca citado, mas quase onipresente, porque Coppola é claro ao insistir na arte como objeto da própria arte, conceito que o filme faz questão de registrar o tempo todo. Outra referência, que parece viagem minha: os atores Vincent Gallo (o irmão mais velho) e Alden Ehrenreich são incrivelmente parecidos com Willem Dafoe e Leonardo DiCaprio, respectivamente. Será casual? Não sei.

Trailer oficial:



O filme não propõe apenas contar a historinha de uma família. Ao dizer que “a linguagem está morta”, por exemplo, numa passagem em que um personagem se questiona, Coppola quer falar o avesso: porra, a linguagem está viva! É possível fazer arte no cinema, seus babacas!

E Coppola faz essa arte, embora faça também concessões à linguagem hollywoodiana, como fez em Drácula, filme genial em que infelizmente introduziu uma espécie de happy end idiota nada a ver com o livro de Bram Stoker.

Seja como for, vá ver Tetro. Vale a pena. É o velho e genial Francis Ford Coppola. E ainda tem para nós, nostálgicos, uma sequência gravada no velho Café Tortoni, o precioso Café Tortoni da avenida de Mayo, em Buenos Aires.

Ficha técnica
Tetro (título original: Tetro)

Origem: EUA
Ano de produção: 2009
Gênero: Drama
Duração: 127 min
Classificação: 14 anos
Direção: Francis Ford Coppola
Elenco: Vincent Gallo, Maribel Verdú, Alden Ehrenreich, Rodrigo De La Serna, Klaus Maria Brandauer.

Saravá Eto'o

O destaque do Mundial de Clubes de 2010 foi um jogador africano, o camaronês Samuel Eto'o


Depois da zebra ter pintado em Abu Dhabi (Mazembe 2 x 0 Internacional), a final do Mundial de Clubes da FIFA, sábado, terminou com a lógica implacável: Internazionale 3 x 0 Mazembe. Foi um jogo entre fácil e sonolento. A superioridade técnica e tática da Inter era tão grande que, ao final do primeiro tempo (2 a 0 para os Nerazzurri), ninguém duvidava que o título já estava decidido. Ao final, 3 a 0 incontestáveis. A atuação da Inter de Milão mostrou por contraste como foi medíocre a participação do Inter de Porto Alegre na competição.

Já a performance do Mazembe, do Congo, campeão africano, mostrou que, como diz o amigo Luciano em comentário no post sobre a unificação dos títulos do futebol brasileiro, “o mundo não se resume em Europa e América”. O outro lado da moeda, a nota negativa quanto ao time do Congo, é a mesma da Copa do Mundo em relação às seleções africanas: os caras batem muito, é pontapé que não acaba mais. O que é decepcionante, para quem viu a seleção de Camarões de Roger Milla na Copa do Mundo de 1990 (eliminada pela Inglaterra nas quartas-de-final) ou a Nigéria campeã olímpica em 1996, times que encantaram pelo futebol alegre e despojado na era do gol-é-um-detalhe.

Em 96, a Nigéria eliminou o Brasil de Zagallo na semifinal dos Jogos Olímpicos de Atlanta. Em 2000, em Sydney, nas quartas-de-final, com Vanderlei Luxemburgo, fomos novamente eliminados na "morte súbita" por um africano, agora Camarões, nas quartas.

Hoje, vemos que o futebol africano abandonou aquela encantadora criatividade para adotar o estilo brucutu-mecânico europeu.

Notável é que o destaque do Mundial de Clubes de 2010 foi um jogador africano, justamente um camaronês: Samuel Eto'o. Que jogou uma barbaridade na competição. Na final, deu um show, não só pelo passe magistral de primeira para Pandev fazer o primeiro gol aos 12min do primeiro tempo ou pelo gol que fez (2 a 0) quatro minutos depois. Vejam abaixo.



Eto'o é um dos maiores jogadores de futebol da atualidade, e também da história da África.

Em entrevista em que foi para lá de simpático, ele disse ao Sportv depois de conquistar o título mundial que vai passar o Natal no Rio de Janeiro. Falou também que dia 28 de dezembro tem que estar em Milão para retomar a agenda da Inter.

Ficha Técnica
Internazionale 3 x 0 Mazembe
Abu Dhabi (Emirados Árabes Unidos)
18 de dezembro de 2010, sábado
Árbitro: Yuichi Nishimura (Japão)
Assistentes: Toshiyuki Nagi e Toru Sagara (Japão)
Gols: Pandev, aos 12, e Eto'o, aos 16 minutos do 1º tempo; Biabiany, aos 40 minutos do 2º tempo

Mazembe: Kidiaba; Nkulukuta, Kimwaki, Mihayo e Kasusula; Ekanga, Bedi, Kasongo (Kanda); Kabangu, Singuluma e Kaluyituka (Ndonga)
Técnico: Lamine N'Diaye

Internazionale: Júlio César; Maicon, Lúcio, Córdoba e Chivu (Stankovic); Thiago Motta (Mariga), Cambiasso e Zanetti; Pandev, Eto'o e Milito (Biabiany)
Técnico: Rafa Benítez

PS: como é irritante: nenhum narrador ou comentarista fala a Inter, a Roma, a Juventus. Eles falam o Inter, o Roma, Juventus. Que ignorância (ou arrogância).

Atualizado às 02:02

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Julian Assange, WikiLeaks e uma abordagem brilhante

Julian Assange (na foto), o fundador do WikiLeaks, foi posto em liberdade, sob fiança, em Londres, nesta quinta-feira. Como se sabe, ele foi preso sob o pretexto de ter supostamente cometido crimes sexuais na Suécia. Em um deles, a suposta vítima reconhece que o ato sexual foi consensual até a camisinha se romper (sic).

Enfim, é óbvio que a acusação é um pretexto e as motivações políticas estão por trás dessa história. Quem quer de fato enquadrar o ciberativista são os Estados Unidos. Pois o WikiLeaks de Assange tornou públicos mais de 77 mil documentos do Pentágono sobre a ocupação do Afeganistão e cerca de 400 mil sobre arquivos expondo ataques, detenções e interrogatórios no Iraque, entre milhares de outros.

Consta que colaboraram para arrecadar a fiança de 236 mil euros Fatima Buttho, sobrinha da primeira-ministra paquistanesa Benazir Bhutto (assassinada em 2007), Bianca Jagger, ex-mulher do rolling stone Mick Jagger, e o cineata Michael Moore.

A abordagem brilhante

Do que tenho lido a respeito do tema Julian Assange/WikiLeaks, recomendo o texto de Washington Araújo, mestre em Comunicação pela UnB, no Observatório da Imprensa. “Não se exigirá mestrado ou doutorado em Comunicação, conferido por Cambridge ou por Harvard, para que não tarde a que a história da diplomacia no século 21 venha a ser ensinada em dois períodos de tempo distintos: antes e depois dos wikileaks”, escreve Araújo no artigo intitulado “A construção do mito Assange”, no qual o autor discorre sobre uma série de considerações e subtemas em torno do assunto principal.

Sobre o significativo silêncio de nossa mídia diante da prisão de Assange:

“Para nossa grande imprensa, que tem elegido a defesa da liberdade de expressão com aquele ardor digno dos seguidores de Antonio Conselheiro no episódio de Canudos, soa patético que não conheçamos nenhum editorial inflamado em defesa de Assange e contra sua prisão, aparentemente causada por suas peripécias sexuais na Suécia e que incluem até uma obscura história de estupro. Qualquer biscoito (cookie, em inglês), além de qualquer cidadão norte-americano medianamente informado e mesmo qualquer dona de casa alemã que assine Der Spiegel, sabe muito bem que sua prisão tem tudo a ver com os transtornos que o WikiLeaks vem causando à imagem e às relações de Washington com governos do resto do mundo”.

Sobre o comportamento do governo dos Estados Unidos, particularmente Hillary Clinton, a respeito da oposição liberdade de imprensa x WikiLeaks:

“Quem não lembra que há apenas um ano, em resposta a ações do governo da China contra o Google, a secretária de Estado americana Hillary Clinton fez apaixonado discurso em defesa da liberdade de expressão na internet? A senhora Clinton não parou por aí. Foi além: ‘Mesmo em países autoritários, governados por ditadores, redes de informação têm ajudado pessoas a descobrir novos fatos e feito governos mais transparentes’. Seria patético, não fosse apenas ridículo, o uso contumaz de dois pesos e duas medidas quando autoridade política trata de atacar governo estrangeiro que é acometido por sua própria enfermidade”.

Enfim, o texto de Washington Araújo merece ser lido na íntegra. O link está aqui.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

A unificação dos títulos do futebol brasileiro: justiça seja feita

Segundo a TV Globo (que parece ter readquirido a exclusividade de informações em primeira mão) e o site Globoesporte.com, a CBF vai oficialmente unificar os títulos brasileiros de 1959 (início da Taça Brasil) a 1970, ano em que o Fluminense sagrou-se campeão nacional ganhando o Torneio Roberto Gomes Pedrosa (Robertão), antes da criação do Campeonato Brasileiro em 1971, conquistado pelo Atlético-MG.

Santos F. C. campeão da Taça Brasil/1965

Santos, Palmeiras, Fluminense, Bahia, Botafogo e Cruzeiro reivindicavam a unificação. O Alvinegro da Vila Belmiro e o Alviverde de Palestra Itália passarão a ser os clubes mais vezes campeões brasileiros (oito cada). São Paulo e Flamengo, com seis títulos, vêem em seguida, e depois Corinthians e Vasco da Gama, com quatro.

Na minha opinião, se a informação for confirmada, será feita justiça. Afinal, é inadmissível concordar que a história do “melhor futebol do mundo” tenha começado em 1971! Lembro de um comentário do Antero Greco às vésperas da final do Brasileiro de 2002 (Santos x Corinthians), quando ele disse que, se ganhasse, o Santos seria naquele ano campeão nacional pela sétima vez. “É preciso acabar com essa bobagem de ignorar os títulos nacionais antes de 1971”, disse Antero na época, com palavras que, se não são exatamente essas, são quase as mesmas. 

Palmeiras levantou taças Brasil e de Prata em 67

Como a informação ainda não é oficial, faltam alguns esclarecimentos. Por exemplo, nos anos de 1967 e 1968, quando a Taça Brasil e o Robertão coexistiram, vão ser considerados os dois títulos (como se fossem o Clausura e o Apertura na Argentina)? Em 67 o Palmeiras ganhou a Taça Brasil e o Robertão (Taça de Prata); em 1968, o Botafogo foi campeão da primeira e o Santos do segundo.

Taça Brasil – foi criada pela CBD (antiga CBF) em 1959 com o objetivo de indicar os representantes brasileiros para a Copa Libertadores da América. Participavam os campeões estaduais de todo o país. Mas os times mais tradicionais só entravam nas fases finais.

Roberto Gomes Pedrosa (Robertão/Taça de Prata): é o antigo "Torneio Rio-São Paulo", criado em 1954. Em 1967, foi ampliado, virou Taça de Prata e incorporou os principais times brasileiros, considerados os de Rio-SP mais Internacional e Grêmio (RS), Cruzeiro e Atlético (MG) e Ferroviário (PR). Em 1968, entraram Bahia, Náutico (PE) e Atlético Paranaense.

Títulos a serem unificados

Taça Brasil
1959 – Bahia
1960 – Palmeiras
1961 – Santos
1962 – Santos
1963 – Santos
1964 – Santos
1965 – Santos
1966 – Cruzeiro
1967 – Palmeiras
1968 – Botafogo

Torneio Roberto Gomes Pedrosa / Taça de Prata
1967 – Palmeiras
1968 – Santos
1969 – Palmeiras
1970 – Fluminense

Publicado originalmente segunda-feira, 13 de dezembro de 2010 - às 23:08

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Jogadores do Mazembe fecham o gol

Mais do que a inesquecível zebra dessa semifinal, Mazembe 2 x 0 Internacional, dos gols, melhores momentos etc. dessa partida que leva pela primeira vez um time africano a uma final de Mundial de clubes, o mais impressionante é a imagem dos jogadores congoleses rezando.

Isso é que é fechar o gol.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Linha 4 Amarela do metrô sem novidades e previsões

Por enquanto, os leitores ansiosos pela inauguração das estações da Linha 4 Amarela do metrô podem esperar sentados. Segundo nota que a Companhia do Metrô encaminha aos jornalistas interessados sobre o tema, a previsão de inauguração das estações Pinheiros e Butantã “depende da conclusão bem sucedida de uma série de complexos e exaustivos protocolos de testes”. O governo de São Paulo é de uma inação sem paralelo.

Mesmo perguntada objetivamente sobre quando essas estações entrarão em operação, a assessoria de imprensa desconversa e não dá nenhuma pista. Responde com informações técnicas e generalizadoras. As estações Faria Lima e Paulista, da mesma Linha 4, continuarão em testes e funcionando em horário restrito. A normalização de seu funcionamento “levará em consideração o cronograma dos testes que estão sendo realizados nos trens e sistemas”, diz a nota de anteontem.

Portanto, o leitor que quiser ler mais sobre o tema pode se reportar ao link de setembro (aqui), deste blog. Não há nada de novo desde então.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

TV do Irã diz que Sakineh Ashtiani continua presa

"Ao contrário da vasta campanha da mídia ocidental segundo a qual a assassina confessa Sakineh Mohammadi Ashtiani foi libertada, uma equipe de produção da emissora da emissora da Press TV conseguiu com autoridades o direito de seguir com Ashtiani até a casa dela para produzir uma reconstituição visual do crime na cena do assassinato."

Esta é parte da nota divulgada pela emissora de TV iraniana Press TV em sua página da internet, negando que Sakineh Ashtiani tenha sido libertada, como relatado neste blog e em toda a imprensa ontem.

Bom, ao postar a notícia da libertação, eu dizia esperar que "o fato que acaba de ser noticiado não seja um blefe (...). Sabe como é, na 'democracia' iraniana..."

A ativista Mina Ahadi, que ontem comemorava a libertação, disse hoje em entrevista exclusiva ao Uol que "ao torturar e expor seus prisioneiros a emissões televisivas falsas, o regime tenta mascarar seus crimes e reduzir a pressão contra ele. Dessa forma, esse caso torna explícita a natureza criminosa desse regime e de seu sistema judiciário”.

Quer dizer, não era blefe, mas um teatro canalha. A emissora afirma que são políticos os motivos pelos quais o Ocidente faz a campanha pela libertação. De modo que aparentemente nada muda na realidade do Irã governado por fanáticos e o destino de Sakineh continua tão obscuro como antes. O governo iraniano não se pronunciou oficialmente ainda, mas como a Press TV é estatal, conclui-se que a versão é a do governo.

A quem interessar, a matéria da Press TV, em inglês, está neste link.

Atualizado às 17h34

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Sakineh está livre

A iraniana Sakineh Ashtiani, de 43 anos, foi libertada da prisão no Irã, afirmou nesta quinta-feira Mina Ahadi, líder da Comissão Internacional contra a Pena de Morte e o Apedrejamento, de acordo com matéria de O Globo trazendo inclusive fotos da ex-presa com seu filho. Mina "destacou a participação" do presidente Lula e de Dilma Rousseff no processo.

Foto: Reuters (detalhe)
Sakineh Ashtiani

Sakineh era condenada, por adultério, a morrer apedrejada no Irã. Antes de mais nada, a informação é motivo de comemoração e alegria, não só pelo fato em si como porque as pressões de governos, instituições, ONGs e blogs no mundo todo contra essa barbárie medieval e revoltante surtiram efeito.

Espero que o fato que acaba de ser noticiado não seja um blefe, espero que nada aconteça à mulher agora que está livre. Sabe como é, na "democracia" iraniana...

A matéria de O Globo está aqui.

Leia também: A realidade no Irã governado por fanáticos

Jacob Appelbaum, segundo a Rolling Stone

A revista Rolling Stone publicou matéria que ninguém pode deixar de ler, sobre Jacob Appelbaum, “o único membro norte-americano conhecido do WikiLeaks e o líder evangelista do programa de software que ajudou a possibilitar o vazamento” dos “relatórios de inteligência mais bem guardados do governo norte-americano sobre a guerra no Afeganistão”, tema que causou furor na internet nos últimos dias.

Trata-se de uma história “fascinante e assustadora”, como disse a amiga e leitora Mayra, que me enviou o link por e-mail. Uma história que faz Jorge Luis Borges parecer, enfim, ultrapassado. James Bond + Borges = Jacob Appelbaum? A equação é esta? Ou seria outra? É ficção? A matéria da Rolling Stone é assinada por Nathaniel Rich, “an American novelist and essayist”, segundo Wikipedia.

Fala do cara de 27 anos “cujo emprego normal é ser o rosto público do Tor Project, um grupo que promove a privacidade na internet através de um programa de software inventado há 15 anos pelo Laboratório de Pesquisa Naval dos EUA”. Segundo a matéria de Nathaniel Rich, Appelbaum “viaja o mundo ensinando a espiões, dissidentes políticos e ativistas de direitos humanos como usar o Tor para evitar que alguns dos regimes mais repressores do mundo rastreiem seus movimentos online”.

Enfim, leiam. E imprimam. Seja ficção ou realidade.

O link está aqui: O Homem Mais Perigoso do Ciberespaço

O impressionante ataque do grupo de hackers Anonymous
Atualizado às 12h50


Fora a excelente matéria da Rolling Stone, descendente direta do melhor new journalism americano, estamos assistindo a um episódio impressionante, símbolo dos novos tempos. Uma real guerrilha cibernética. No admirável mundo novo em que vivemos, uma organização consegue, por meio de um site, divulgar informações confidenciais capazes de abalar governos e grandes companhias.

O fundador da organização (conhecida pelo site WikiLeaks), Julian Assange, é preso. Em resposta, um grupo de hackers autodenominado Anonymous reage com uma operação de grandes proporções, a Operação Payback ("dar o troco"), desencadeada na quarta-feira, 8, contra empresas, órgãos e instituições que tentam inviabilizar as atividades da WikiLeaks e de Assange. Entre as vítimas dos ataques, Mastercard, Visa, promotoria da Suécia (que pediu a prisão de Assange) e bancos que sufocam as atividades da organização.

"Como organização, nós sempre defendemos uma sólida posição sobre censura e liberdade de expressão na internet e nos voltamos contra os que buscam destruí-la por qualquer meio", teria dito à BBC um membro do grupo Anonymous chamado Coldblood. Segundo a BBC, o militante teria afirmado ainda que o WikiLeaks “tornou-se o palco de uma batalha do povo contra o governo".

O ataque à Visa foi precedido de um aviso dos hackers de que em uma hora o site seria derrubado. No prazo previsto, após a mensagem “Dispare Dispare Dispare!!! Armas” postada no twitter em inglês, o site caiu.

É bastante impressionante. Só não sei se tudo isso trará benefícios à chamada internet livre. Porque pode servir de pretexto para retaliações de todo tipo, como por meio de legislações novas e restritivas impondo limites ao uso da web. No Brasil, já há essa possibilidade, com o projeto do senador Eduardo Azeredo (PSDB) chamado de AI-5 digital.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Em 8 de dezembro morreram John Lennon (em 1980) e Tom Jobim (em 1994)



A morte de John Lennon aconteceu há 30 anos, completados hoje, 8 de dezembro de 2010. Mesma data em que morreu Tom Jobim, há dezesseis.

Lennon, o beatle nascido em Liverpool, tinha 40 anos quando foi assassinado, em 1980, com quatro tiros calibre 38 por um louco chamado Mark Chapman, na frente do edifício Dakota, em Nova York, que havia sido locação do filme O Bebê de Rosemary, de Roman Polanski.

Jobim, nascido no Rio de Janeiro, silenciou aos 67 anos, em 1994, oficialmente de parada cardíaca (oficiosamente de câncer), depois de uma vida bem vivida entre Rio de Janeiro e Nova York, onde morreu.

Os dois foram grandes artistas (na verdade são, já que as obras sobrevivem a seus criadores). Curiosamente, ambos morreram em Nova York.

Como Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr, Lennon foi um dos quatro Beatles, banda que formou com Rolling Stones e Bob Dylan o Triunvirato do rock’n’roll (beatlemaníacos me desculpem, mas acho que, dos quatro, Ringo Starr foi coadjuvante). O fim dos Beatles foi anunciado por Paul e cantado por Lennon: “The dream is over”. Sempre achei McCartney mais profissional (e por isso ele anunciou o fim da banda) e John mais utópico (alguns o consideram até ingênuo e marketeiro). Assim como é notório que algumas canções da banda de Liverpool surgiram da inspiração de Paul (a maravilhosa "Eleanor Rigby", "Get Back" e "Let it Be"), é óbvio que outras, como "Revolution", "Come Together", "Across the Universe, "Don't Let Me Down" são de Lennon*.

As performances de Lennon & Yoko Ono posando nus na “cama da paz”, por exemplo, hoje soam adolescentes, por um lado; mas, de outro, não se pode esquecer o significado e a simbologia da época, apesar dos estereótipos, pois estávamos em 1971, em plena guerra do Vietnã, Richard Nixon comandando o Pentágono, e Garrastazu Médici a ditadura no Brasil.

Jobim compôs em parcerias algumas das grandes obras-primas da MPB: "Desafinado" (com Newton Mendonça), "Chega de saudade" (Vinícius de Moraes), "Eu sei que vou te amar" (Vinícius), entre muitas outras. E gravou discos maravilhosos, como Passarim (1987). Foi reconhecido no Brasil (complexo de vira-lata) só depois de cantar com Frank Sinatra.

E o que eu quero dizer ao lembrar desses fatos e coincidências? Nada. Este post é só para registrar a data anômala de 8 de dezembro, na qual morreram John Lennon (1980) e Tom Jobim (1994).

*Atualizado às 15h33 - Veja abaixo um momento bacana de cada um desses dois grandes. Tom cantando "Luiza" e, antes, Lennon interpretando "Stand by Me". Ambos ao piano.

Stand by Me (John Lennon)


Luiza (Tom Jobim)

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

A maldição dos centenários

Gol de Love tirou Timão da Libertadores
No dia 22 de fevereiro deste ano, há mais de nove meses, publiquei um post (aqui), dizendo que os anos de centenários têm sido negativos aos grandes clubes brasileiros. Houve um corintiano irritado que afirmou em comentário: “Sempre que você quer zicar o Corinthians vem com esse pretexto de analisar imparcialmente”.

Bem, o Campeonato Brasileiro acabou, a temporada se foi, e o fracasso corintiano em 2010 (ano do centenário), sem um título sequer, confirma a "tese", que não é exclusividade do Corinthians, ressalto. Como escrevi no post de fevereiro, o único centenário de time grande que deu em sucesso foi o do Vasco da Gama, que aos 100 anos, em 1998, conquistou a Libertadores (mas perdeu o Mundial para o Real Madrid).

Em 5 de maio de 2010, com um gol de Vágner Love, o Flamengo eliminou o centenário Alvinegro da competição continental, como você pode relembrar aqui.

Veja abaixo um pequeno resumo das campanhas dos times nos anos de seus centenários (só o Vasco se salvou):

- Flamengo (1995) – Com Edmundo, Romário, Sávio e outros, foi um fracasso. Não ganhou nem o estadual e terminou o Brasileiro em 21° lugar de um total de 24 times.

- Vasco da Gama (1998) – Campeão da Libertadores.

- Fluminense (2002) – Campeão carioca. No Brasileirão (em 2002, o último antes da era dos pontos corridos), foi eliminado pelo Corinthians na semi-final.

- Grêmio (2003) – perdeu o título do Gaúcho para o Inter e terminou o Campeonato Brasileiro em 20° lugar (em 24 equipes).

- Botafogo (2004) – escapou do rebaixamento na última rodada do Brasileirão (20° lugar entre 24 times).

- Atlético-MG – (2008) – não ganhou nem o dualista estadual. Ficou em 12° no Brasileiro.

- Internacional (2009) – campeão gaúcho e vice-campeão brasileiro (campeão foi o Flamengo).

- Coritiba (2009) – rebaixado para a segunda divisão do Brasileiro.

- Corinthians (2010) – terceiro colocado no Brasileirão.

*PS: Atualizado à 00:31 (de terça-feira, 7 de dezembro)

domingo, 5 de dezembro de 2010

Fluminense conquista um título mais do que merecido

O Fluminense de Nelson Rodrigues e Chico Buarque é o campeão Brasileiro de 2010 com todos os méritos, após derrotar o Guarani no Engenhão por 1 a 0. Enquanto isso, o Corinthians não saiu do 1 a 1 com o Goiás no Serra Dourada e o Cruzeiro inutilmente bateu o  Palmeiras por 2 a 1, ficando com o vice-campeonato. Sejam méritos matemáticos, futebolísticos ou, digamos assim, espirituais, a conquista do Flu é inquestionável.

Reprodução
 Fred e companhia comemoram gol do título

Os méritos matemáticos: basta dizer que o time das Laranjeiras ficou na liderança do mais difícil campeonato nacional do mundo por 23 rodadas, de 38 disputadas. Ou seja, a equipe de Muricy Ramalho liderou cerca de 60% da competição. Os outros dados (vitória, saldo de gols etc) são apenas decorrentes dessa superioridade, ou regularidade. O próprio Ronaldo Fenômeno, “Gordo” para os íntimos, disse na véspera da última rodada: "Já disputei muitos torneios e nada é tão difícil quanto o Campeonato Brasileiro”.

Os méritos futebolísticos: em primeiro lugar, todos os méritos para Muricy, que eu já critiquei neste blog, pois faz um jogo mais defensivo do que acho razoável, tanto que, quando ele é obrigado a vencer, seus times não jogam tão à vontade como quando não precisa. Mas, com seu quarto título nacional como treinador (um a menos que Vanderlei Luxemburgo, que tem cinco e é o maior vencedor do Brasileiro), Muricy já está na história. Aliás, o título de 2010 tem um sabor especial para ele, que perdeu, como técnico do Inter, aquele campeonato para lá de suspeito conquistado pelo Corinthians em 2005.

O Fluminense teve sérios problemas de lesão durante o campeonato. Os atacantes Emerson e Fred, além de Deco, contratado como grife, passaram boa parte da campanha no estaleiro. Em compensação, o argentino Conca, pequenino herói, disputou todos as 38 rodadas, e será eleito o craque do campeonato. A bem da verdade, diga-se, Conca não é um craque. O melhor meia do Brasileirão, Paulo Henrique Ganso, do Santos, ficou logo fora de combate.

Os méritos espirituais: deu para perceber, pela postura principalmente de Fred, que o grupo do campeão brasileiro é unido. Creio que muito, mais uma vez, graças a Muricy, com sua linguagem de boleiro e sua postura sempre ética, que rejeitou a seleção brasileira para ser campeão com esse grupo.



Sob inspiração de Pitonisa

Puxando a sardinha para o meu lado: na 13ª rodada do Brasileiro (no domingo 8 de agosto) postei um texto neste blog cujo título era: “Um balanço do Campeonato Brasileiro de 2010 após 13 rodadas: Fluminense favorito”. Faltavam 25 rodadas. Meu amigo e companheiro de militância cibernética Felipe Cabañas, corintiano roxo, fez o seguinte comentário: “Washington é um atacante medíocre. Muricy Ramalho e seu chuveirinho previsível é um esquema em curva descendente (...). Deco está em fim de carreira. O time do Fluminense não tem nada que o Corinthians não tenha.
É grande candidato a ser um Palmeiras-2009 ou Grêmio-2008”.

Pitonisa, sacerdotisa do templo de Apolo, me visitou naquela data, e, inspirado por ela, eu acertei em cheio. O Fluminense é campeão brasileiro 26 anos depois do título de 1984. Com todos os méritos.

Por ironia, o Corinthians, atrás do vice Cruzeiro, terminou no mesmo terceiro lugar onde o deixara Adilson Batista quando demitido após a 30ª rodada, e vai disputar a repescagem para a Libertadores 2011.

Leia também:

Flamengo campeão brasileiro de 2009

Atualizado às 21h29

sábado, 4 de dezembro de 2010

Corintianos esperam ajuda de São Jorge

Retas finais, decisões de campeonato ou, no meu caso, um clássico como Santos x Corinthians, por exemplo, fazem aflorar nas pessoas um pendor irremediável por deuses e santos.


Nessa última semana, por exemplo, não foram poucos (inclusive amigos meus) os corintianos invocando São Jorge, com todo o fervor... Por quê? Porque só um desses acontecimentos que só o futebol proporciona impedirá que o Fluminense seja o campeão brasileiro neste domingo. Ou seja, o milagre de o Flu não bater o rebaixado Guarani no Rio, com estádio lotado. O Corinthians pega o Goiás em Goiânia. Para ser campeão, o Cruzeiro precisa ganhar do Palmeiras em Minas e que nem Timão nem Flu vençam suas partidas.

Com ou sem "mala branca", o time das Laranjeiras só não ganha o título se for muito incompetente. Mas, mesmo que o time atue abaixo da média, Darío Conca – que entrará em campo pela 38ª vez no Brasileirão –, o craque do campeonato, será o diferencial. O argentino, mais do que ninguém, merece o título.

Voltando à religiosidade no futebol. Lembro de um episódio, se não me falha a memória quando eu tinha 12 anos, em 1972. Santos x Corinthians, pelo radinho de pilha. Aos 42min do segundo tempo, ainda estava Corinthians 1 a 0. Foi então que fiz uma singela oração pedindo a Deus que ajudasse o Santos a empatar.

De repente, minhas preces deram resultado e... pênalti pro Santos, em Cláudio Adão, na narração de Haroldo Fernandes pela rádio Tupi, 1040 Khz. O narrador, inconformado, vociferava que aquilo era “um escândalo”, que não foi pênalti etc. (No tape, à noite, vi que foi um dos pênaltis mais pênalti que já vira na vida.) E Claudio Adão empatou aos 43. A única certeza que hoje tenho é que não foi Deus o responsável por aquele empate. Pois Ele deve ter muito mais o que fazer do que ficar cuidando do desespero de torcedores de futebol. Foi uma mera coincidência.

No Rio de Janeiro muitos cariocas, inclusive torcedores do Fluminense, acendem vela a São Jorge. O dia do santo, 23 de abril, é feriado no estado do Rio, onde tem até a Igreja de São Jorge, no Campo de Santana, no Centro. Quer dizer, se São Jorge de fato for justo, vai ter que pesar na balança quem merece mais o título, já que são muitos os seus devotos, corintianos ou fluminenses.

E, como todo mundo sabe, “se macumba ganhasse jogo o campeonato baiano acabava empatado”.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Os melhores termos de busca do bimestre – setembro/outubro de 2010

Com a tensão das eleições, a nuvem meio sombria passando pelo céu de outubro e ainda o trabalho cotidiano, faltou tempo e humor necessários para a série "Os dez melhores termos de busca do mês" (as frases mais legais digitadas pelos que vieram parar no meu blog via pesquisa, principalmente no Google).

Arte: Eminência Parda
Turma do Serra ajudou a dar audiência ao blog

Então aqui vai a continuidade da série, mas desta vez não mensal, e sim do bimestre (setembro-outubro). Conhecer o que os internautas querem saber para chegar a este (ou a qualquer) blog é sempre divertido. A idéia da série eu copiei do blog Só Casando (entenda clicando aqui ou acessando os outros posts da série, abaixo).

Duas coisas se destacaram no bimestre setembro-outubro. A primeira, as eleições. A segunda é que chega a ser comovente como as pessoas conversam (sim, conversam) com o Google!, como disse o Leonardo, editor de arte do jornal Visão Oeste. Digitam coisas como, por exemplo: se a dilma russef ganhar é melhor para sair o estádio do corinthians?

Aparecem coisas realmente estranhas!, como essa astrologo garante dilma não ganha, na imagem. Daqui a pouco, é capaz de aparecer algo como: “querido Google, onde posso comprar um pequeno poodle branco?”, no estilo “Querido Diário...”

No bimestre, estádio do Corinthians, Dilma Rousseff (sempre grafado errado) e José Serra estiveram na ordem do dia...

Seguem abaixo, então, nove dos Dez Melhores Termos de Busca do bimestre (todos, em itálico, copiados literalmente como foram digitados no Google). Nove porque um (astrologo garante dilma não ganha) está acima. Ao contrário dos outros posts da série, neste não vou comentar todos os termos de busca, só alguns.

Perfil 1: termos de busca do navegante que conversa com o Google:

onde vai ficar o estádio do corinthians em itaquera?
(comentário do blog: prezado navegante, o estádio do Corinthians em Itaquera, muito provavelmente, ficará em Itaquera. Mas há controvérsias).




(Imagem acima) "alguem pode me dizer do acdente hoje dia 6de outubro de 2010 que aconteceu na avenida robert kennedy"


se a dilma russef ganhar é melhor para sair o estádio do corinthians?
(comentário do blog: para ver como o nível de ansiedade dos corintianos transcende 2010. O navegante que digitou isso no Google tinha clara intenção de votar na Dilma. Senão, teria perguntado: “se o Jose serra ganhar é melhor para sair o estádio do corinthians?” Mas votou na Dilma? Isso, como dizia minha avó Milu, só Deus sabe).

quem vai subir a rampa, dilma ou serra o que dizem os búzios
(comentário do blog: essa foi uma das incontáveis buscas tentando decifrar o futuro no bimestre setembro-outubro. As pessoas procuraram muito, eu diria demais, aplacar suas angústias sobre dois temas: Corinthians e eleição).

Perfil 2: termos de busca do navegante objetivo:

extinçao pit bull "jose serra"

serra sem globo

hillary clinton odeia Dilma

miriam leitao a experiente marionete

todas as coisas suja de serra


PS do blog.: o Google pode provar que todos esses termos de busca de fato existem (ou existiram).

Leia também os outros posts da série:

Os dez melhores termos de busca de março de 2010

Abril

Maio

Junho

Julho

Agosto

*Atualizado às 18h49

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Assembleia Legislativa de SP faz audiência pública sobre Conselho de Comunicação dia 8

A criação do Conselho Parlamentar de Comunicação será tema de audiência pública na Assembleia Legislativa de São Paulo, onde tramita um projeto do deputado Antonio Mentor (PT) sobre o tema.

Aqui vai o Serviço:
Audiência Pública na Assembleia Legislativa de São Paulo
Tema: criação do Conselho Parlamentar de Comunicação
Data: 08/12/2010
Horário: 14 horas
Local: Auditório Franco Montoro/Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo - Av. Pedro Álvares Cabral nº 201- Ibirapuera
Tels.: 3886-6753/6754

A proposta do projeto é, em resumo, levar para dentro do Legislativo paulista a ideia da reforma do setor de comunicações no Brasil, a partir da Conferência de Comunicação realizada no ano passado em âmbitos municipal, estadual e federal. Em São Paulo (onde participei da organização da Conferência de Comunicação na cidade de Osasco), a fase estadual teve de ser convocada pela Assembleia, já que o então governador José Serra, incumbido da iniciativa, ignorou a questão.

Cabe ressaltar que as propostas tiradas da Confecom envolvem questões constitucionais. As mudanças esperadas pela sociedade (leia aqui) dependem de se mexer nos artigos 220 a 223 da Constituição Federal de 1988. Ou seja, os legislativos estaduais podem ser importante fórum de debate, mas eles não têm competência legal para alterar o status quo das comunicações no Brasil.

Feita a ressalva, as tentativas de se criarem conselhos de comunicação estaduais têm esbarrado no fortíssimo lobby dos donos da mídia no país. No Ceará, a Assembleia aprovou a criação do Conselho de Comunicação Social do Estado do Ceará (Cecs), projeto da deputada estadual Rachel Marques (PT). Três dias depois, o jornal O Estado de S. Paulo publicou matéria intitulada “No CE, entidades repudiam Conselho de Comunicação”, na qual o jornal amplifica as apavoradas vozes que clamam contra as ameaças “à liberdade de expressão”.

Adivinhem quais são as “entidades” que se manifestam na matéria do diário da família Mesquita, repudiando a iniciativa no Ceará (leia aqui), que, como sabemos, está bem longe das terras dos barões do café? São a Associação Cearense de Emissoras de Rádio e Televisão (Acert) e o Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão do Estado do Ceará (Sindatel). O texto do Estadão (link está aqui) ressalta que outras entidades, como Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), são contra propostas de “controle social da mídia apresentadas pela Confecom”. A ladainha de sempre. Inversão total de valores.

Aos mais atentos não passou despercebida uma propaganda antiga, mas ressuscitada e veiculada pela Folha de S. Paulo exatamente nos intervalos dos debates dos então candidatos à presidência da República, há poucas semanas. Pela conjuntura eleitoral, vocês podem ver que o anúncio, inteligente e agressivo, faz uma espécie de inversão de verdades para convencer o cidadão (naquele momento, eleitor) de algo maligno por traz de um presidente popular, fazendo a óbvia associação Lula = Hilter. É assustador, como reverberando a ideologia propagandística de Joseph Goebbels. A versão abaixo é de quatro anos atrás, mas não difere essencialmente da que foi ao ar em outubro último.

Atualizado à 01:09