quinta-feira, 30 de outubro de 2014

E se a mentira de Veja tivesse mudado o resultado da eleição?






E se o "jornalismo de esgoto" – como se referiram à revista Veja os presidentes nacional e estadual do PT, Rui Falcão e Emidio de Souza – tivesse de fato logrado mudar o rumo da eleição do dia 26 e impedido a vitória de Dilma Rousseff?

A quem o PT, a coligação, seus eleitores e a democracia brasileira iriam recorrer? Evidente que, depois de uma eleição consolidada, mesmo que com resultados induzidos por uma reportagem mentirosa e eleitoralmente criminosa, seria praticamente impossível reverter a situação, até mesmo depois de comprovada a fraude promovida pelo "jornalismo de esgoto".

O Tribunal Superior Eleitoral e o Supremo Tribunal Federal, chamados a intervir para reparar o desfecho de um processo democrático comprovadamente contaminado pela "liberdade de informação" do jornalismo de esgoto, decidiriam por novas eleições, dada a gravidade do crime praticado pela revista? Duvido, até porque não é crível que tal decisão, mesmo embasada no "bom direito", fosse depois respeitada pela raivosa e protofascista oposição brasileira, formada pelos políticos tradicionais, pela mídia e pelos eleitores de Aécio Neves, eleitores cujo caráter golpista e truculento ficou claro nas manifestações e nas agressões racistas nas redes sociais e nas ruas, onde as agressões chegaram a ser físicas. Os tribunais estariam, de fato e de direito, diante de uma situação institucionalmente explosiva.

Aécio teria ganho a eleição, estaria configurado um golpe e haveria diante de nós uma encruzilhada diante da qual não acredito, como disse, que os tribunais tomassem uma decisão de anular o pleito por evidente contaminação e crime eleitoral grave.

Como então se recuperaria a credibilidade de uma República em que a eleição, o mais importante fato político e coroamento da democracia, tivesse sido decidida pela mentira e pela fraude?

Não se sabe quantos votos a sujeira espalhada pela revista da Abril desviou de Dilma para Aécio nas últimas 24 horas antes da eleição. Fala-se em 3 milhões, mas esse número é evidentemente um chute. Seja como for, parece lógico supor que um contingente significativo de indecisos votou no PSDB devido à capa da publicação da Marginal.

Em matéria de hoje (30), o jornal Valor diz que "o advogado que representa Alberto Youssef, Antonio Figueiredo Basto, negou envolvimento na divulgação de informações que teriam sido prestadas pelo doleiro no âmbito da delação premiada, sobre o conhecimento de suposto esquema de corrupção na Petrobras pela presidente reeleita Dilma Rousseff (PT) e pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. 'Asseguro que eu e minha equipe não tivemos nenhuma participação nessa divulgação distorcida'", diz a matéria. Ou seja, a matéria (da Veja) é uma farsa.

Em post publicado ontem no blog do Valter Pomar, intitulado "Comemoração e luta", a direção nacional da tendência petista Articulação de Esquerda volta a insistir na necessidade de "fazer reformas estruturais, com destaque para a reforma política e para a Lei da Mídia Democrática".

O post defende "a construção de um jornal diário de massas e de uma agência de notícias, articulados a mídias digitais (inclusive rádio e TV web), com ação permanente nas redes sociais, que sirvam de retaguarda e de instrumento do campo democrático-popular na batalha de idéias". Na minha opinião, já passou da hora de isso ser construído.

Os golpistas não ganharam, desta vez. Mas não descansarão.

Até porque as eleições de 2018 já começaram. Basta ver as movimentações políticas e o comportamento da oposição a Dilma no Congresso Nacional, encabeçada por lideranças do PMDB como Eduardo Cunha.

Em vídeo divulgado hoje, o ex-presidente Lula sugere que a revista da marginal seja tratada com indiferença. “A gente tem que ver que a Veja é uma revista de oposição ao governo. Pronto, acabou. A gente vai sofrer menos, não tem azia." Essa posição de Lula é ingênua. A revista poderia ter mudado o resultado de uma das mais importantes eleições do país e da história da América Latina. Não concordo com essa visão fleumática de Lula.

É preciso uma legislação que coíba severamente, com punições e multas pesadas, muito pesadas, essa sem-cerimônia criminosa com que veículos de imprensa e TV plantam notícias falsas, sem provas, e depois fica tudo por isso mesmo.

Nos Estados Unidos, país considerado modelo ocidental de democracia e liberdade pelos eleitores de Aécio Neves, o sujeito pode apresentar uma denúncia, no jornal, na revista ou na TV. Mas tem que provar. Senão terá de responder à justiça. Paulo Francis fez acusações gravíssimas de corrupção na Petrobras, e foi processado pela empresa nos Estados Unidos, segundo as leis americanas. Note-se, o governo de então não era do PT, mas de Fernando Henrique Cardoso, em 1997, ano da morte de Francis, de infarto, dizem que muito estressado e deprimido por saber que sua situação jurídica era irreversível e teria de pagar uma indenização milionária à Petrobras.

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Crônica de uma vitória não anunciada



Fotos: Carmem Machado
Avenida Paulista/ São Paulo, 26/10/2014

O QG montado pelo Partido dos Trabalhadores, em um hotel na região da avenida Paulista, na capital de São Paulo, para acompanhar a apuração da mais dura eleição após a redemocratização do país neste domingo, 26 de outubro, foi um termômetro da ansiedade e da desinformação que marcaram por todo o país a contagem dos votos na disputa entre o tucano Aécio Neves e a petista Dilma Rousseff.

Já se sabia que o processo de apuração seria nervoso, mas não se esperava tanto. Eram aguardadas a presença de ministros do governo Dilma oriundos do estado de São Paulo, principalmente Aloizio Mercadante (Casa Civil), Marta Suplicy (Cultura) e José Eduardo Cardozo (Justiça), que haviam comparecido no mesmo hotel quando da eleição do prefeito Fernando Haddad, em 2012.

O semblante de militantes e das poucas lideranças que chegavam caladas, falando ao celular ou procurando informações entre si, era de angústia e dúvida. Depois das seis e meia da tarde, 90 minutos antes da prevista divulgação dos resultados, que seria atrasada em função do fuso horário e do horário de verão, nenhum ministro havia chegado. Informações sobre supostas pesquisas de boca de urna vazadas aqui e ali começaram a pipocar. Elas falavam em vitória de Dilma Rousseff, por 54% a 46%.

Também chegavam informações de que trackings de fontes confiáveis do PT davam uma disputa “pau a pau”. Diferentemente de situações desse tipo, em que lideranças “bem informadas” costumam dar alguma sinalização do que poderia estar ocorrendo, todos eram iguais no hotel: repórteres de todos os tipos de veículos de mídia, líderes sindicais, militantes e as poucas autoridades petistas que, aos poucos, foram chegando. Ninguém arriscava palpites nem tinha informação confiável.

As especulações começaram a dar conta de que as ausências de ministros e do próprio prefeito Fernando Haddad eram sintoma de que algo estava muito mal para a “candidata oficial”, como se referia a Dilma Rousseff o tucano Aécio Neves durante a campanha. Isso porque o PT é reconhecidamente competente no acompanhamento de informações de processos de apuração em eleições. A avaliação era de que, se não havia informação, era porque não havia boas notícias para os petistas, era porque a coisa "estava feia."

Confrontado com essa versão, o presidente do PT paulista, Emidio de Souza, afirmou que era natural que os ministros ficassem em Brasília, com Dilma. O secretário de Desenvolvimento e Trabalho do prefeito Fernando Haddad, Artur Henrique, também não sabia de nada. “Eu sei o que vocês sabem”, disse. Ele não estava blefando. O semblante mostrava isso.

Um importante líder sindical petista da região metropolitana de São Paulo, olhando para o telão, comentou: “é importante observar a expressão facial das pessoas. Olhe a cara do Walter Feldman", disse o sindicalista, no momento em que o líder da Rede de Marina Silva aparecia num debate televisivo. “Ele não perece estar muito feliz.” Era verdade. Contudo a TV também mostrava o recém-eleito deputado federal petista José Américo enquanto ele passava as mãos no rosto. E também o ex-candidato ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha. Ninguém parecia estar muito feliz. Era a face de tucanos e petistas em todo o país.




A contagem regressiva começou quando faltavam oito minutos para as 20 horas e a militância começou a se agitar e entoar cantos e palavras de ordem. Porém, ao contrário do que essa manifestação poderia significar, não era nenhuma informação de vitória captada por alguma liderança e vazada que se alastrara de repente. Era pura e simplesmente torcida. Informação, de fato, ninguém tinha. Era como quando a prorrogação de uma final de Copa do Mundo acabou empatada e vai começar a disputa de pênaltis.

Aconteça o que acontecer, o PT precisa repensar as estratégias em São Paulo", disse um dos líderes presentes.

Então, lideranças do PT e de movimentos sociais, militantes, jornalistas e sindicalistas foram se aglomerando perto do telão ligado em uma emissora de TV, do lado esquerdo do palco tomado por fotógrafos, e da tela do TSE, do lado direito.

Havia quem chorava, quem passava a mão no rosto, quem andava de lá para cá, quem não queria nem ver e quem tentava animar a militância. Faltava um minuto para as 20 horas. “A tucanada vai cair, a tucanada vai cair”, gritavam algumas poucas dezenas de vozes entre as centenas de angustiados no anfiteatro.

A âncora da emissora de TV, então, anunciou que iria revelar os resultados das urnas para a Presidência da República.

Com cerca de 94% dos votos totalizados, Dilma Rousseff tinha 50,99% dos votos válidos, contra 49,01% de Aécio Neves. Explosão. Gritos de alegria, palavras de ordem. “Ei, Veja, vai tomar no c...”

No entanto a fatura não estava concluída. “Ainda faltam seis milhões de votos!”, exclamou um repórter. “Velho, estou tremendo”, disse outro, de um veículo da “mídia tradicional”.


Passaram-se vários minutos. Muito longos. Como se diz, o tempo é relativo. Até que, às 20h17, o presidente do PT de São Paulo, Emidio de Souza, subiu ao palco. Na companhia da vice-prefeita paulistana, Nádia Campeão (PCdoB), ele disse: "Em nome da coligação que sustentou a candidatura da Dilma, quero anunciar com orgulho a vitória da presidenta. É uma vitória da democracia contra os golpistas. Os golpistas têm nome e endereço. Eles se chamam revista Veja."

O resultado final da apuração seria 51,64% a 48,36%.

sábado, 25 de outubro de 2014

A resposta do programa de Dilma a Veja




Está mais do que na hora de o governo acabar com a inexplicável derrama de verbas publicitárias federais nesse esgoto em que se transformou essa revista vagabunda. Reelegendo-se domingo, Dilma tem a obrigação de dar uma resposta a parte de seus eleitores que esperam posicionamentos firmes contra essa orgia midiática que as famiglias dos chefões do quarto poder chamam de "liberdade de imprensa".

Se é difícil fazer a urgente Lei de Meios, que se comece cortando verbas publicitárias que alimentam essa máfia.

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Aécio Neves não representa a direita por acaso



Igo Estrela/Coligação Muda Brasil
Aécio e Antônio Anastasia, seu sucessor no governo de MG

O comportamento de Aécio Neves como porta-voz de uma direita raivosa, aliado de forças obscurantistas e protofascistas, não é por acaso. Vem de berço.

Aécio gosta de aparecer (e a mídia vende essa ideia com sofreguidão) como neto de Tancredo Neves. O senador e ex-governador de Minas Gerais é neto de Tancredo por parte de mãe.

Mas Aécio e seus incentivadores midiáticos nunca lembram de sua origem paterna. Aécio é filho do advogado Aécio Ferreira da Cunha, que foi quatro vezes deputado federal pela Arena, a Aliança Renovadora Nacional, o partido que era a máscara partidária da ditadura civil-militar que governou o Brasil entre 1964 e 1985.

O pai do candidato tucano à presidência da República em 2014 foi eleito em 1962 deputado pelo PR com financiamento do IBAD (Instituto Brasileiro de Ação Democrática). O IBAD era “sustentado por verbas dos Estados Unidos com intenção de derrubar o presidente João Goulart”. Esta informação não é de nenhum órgão de extrema esquerda comunista, é do portal Uol, do grupo Folha, que vocês podem ler clicando aqui.

Os sites mais próximos da famigerada esquerda-vermelha-que-come-criancinha vão um pouco além, só um pouquinho. “Nas eleições de 1962, ele (o pai de Aécio) foi financiado por empresas norte-americanas. O financiamento ocorreu por meio do IBAD, uma OnG ligada à CIA (Agência de Espionagem dos EUA)”, diz o site do ultra-esquerdista PCO, como vocês podem ler aqui. O que não é muito diferente do que diz o Uol.

A verdade é essa. Aécio Neves não representa a direita devido a uma fortuita conjugação de forças de um segundo turno das eleições de 2014. Aécio Neves É a direita, desde o berço.

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

PT x PSDB


Manifestações pró-Aécio Neves e por Dilma Rousseff em Belo Horizonte, no último fim de semana, 18 e 19 de outubro. As imagens falam por si.





Dilma na PUC, na rua Monte Alegre


O que mais me marcou no belíssimo ato político do Partido dos Trabalhadores no Teatro da PUC de São Paulo, o Tuca, ontem dia 20, foi aquela multidão de jovens com expressão forte e determinada, mas alegre e falando do futuro. Sem ódio, sem preconceitos, só mesmo querendo um mundo melhor.

ICHIRO GUERRA / DIVULGAÇÃO


Sou um “filho da PUC”, como se diz, onde me formei em Comunicações em 1988, quatro anos depois das Diretas Já e um ano antes de Fernando Collor de Mello ser eleito presidente do Brasil, o que obscureceu o futuro de minha geração naquele momento.

Por isso, o evento no velho Tuca da PUC, onde aprendi coisas e conheci pessoas fundamentais, teve também um significado afetivo. No período em que fui estudante de jornalismo na PUC, D. Paulo Evaristo Arns era arcebispo de São Paulo e influenciava decisivamente a universidade católica. Era uma época em que a PUC era barata e era um ambiente politicamente efervescente. Dom Paulo foi um dos responsáveis pela eleição de Luiza Erundina em 1988.

Fora o aspecto histórico-afetivo pessoal, o ato político no Tuca desta reta final de campanha, que reuniu Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula, teve um caráter político ao mesmo tempo simbólico e concreto. No palco desse teatro emblemático de São Paulo, estavam reunidas lideranças políticas como Fernando Haddad, o ex-presidente do PSB Roberto Amaral, Gilberto Maringoni do PSOL, Michel Temer, artistas e intelectuais como Alfredo Bosi, Zé Celso Martinez Corrêa e Raduan Nassar, entre muitas outras figuras.

O grande jurista Celso Antonio Bandeira de Mello também estava no Tuca. Disse ele, em seu discurso, que Aécio Neves é “uma folha em branco”.

No palco do Tuca, como escrevi na matéria para a RBA, a escritora e artista plástica negra Raquel Trindade fez discurso emocionado, no qual clamou pelo Estado laico, pela diversidade cultural e pelo direito de culto. Ela contou que viveu um momento difícil quando da ascensão da ex-candidata Marina Silva (PSB) nas pesquisas. “Entraram no meu quintal e quebraram os assentos dos meus orixás. Todas as religiões têm de ser respeitadas. Nós vivemos num país laico”, disse ela, que naquele momento parecia uma mãe de santo.

O evento no Tuca me deixou otimista. Pelas notícias, Pernambuco também registrou um evento importante nesta reta final, quando a militância petista costuma decidir.

E a pesquisa Datafolha – que dá 4 pontos percentuais de Dilma sobre Aécio, com crescimento da presidente entre mulheres, entre a população de 2 a 5 salários mínimos e no Sudeste do país – já revela o que se divulgava nos trackings na sexta-feira, dia 17.

Acredito que a única coisa que pode evitar a reeleição de Dilma é o imponderável – inerente à política brasileira desde sempre.

Como se diz no futebol, "somos favoritos, mas ainda não ganhamos nada". No entanto, ao ver aquela multidão de jovens na rua Monte Alegre, pensei em Brecht, que escreveu:

Mas quem é o partido?
Ele fica sentado em uma casa com telefones?
Seus pensamentos são secretos, suas decisões desconhecidas?
Quem é ele?

Nós somos ele.
Você, eu, vocês — nós todos.
Ele veste sua roupa, camarada, e pensa com a sua cabeça
Onde moro é a casa dele, e quando você é atacado ele luta.

Mostre-nos o caminho que devemos seguir, e nós
o seguiremos como você, mas
não siga sem nós o caminho correto
Ele é sem nós
o mais errado.
Não se afaste de nós!
Podemos errar, e você pode ter razão, portanto
não se afaste de nós!

Que o caminho curto é melhor que o longo, ninguém nega
Mas quando alguém o conhece
e não é capaz de mostrá-lo a nós, de que nos serve sua sabedoria?
Seja sábio conosco!
Não se afaste de nós!

(Bertolt Brecht)

domingo, 19 de outubro de 2014

Meu pai e Aécio Neves


Roseli da Costa


Esse aí da foto acima, com a vassoura e a pazinha varrendo o quintal, é seu Oswaldo, meu pai.

Ontem conversei com ele por telefone, entre outros assuntos, sobre eleições. Meu pai é um paulistano e paulista típico.

Seu Oswaldo, que tem 85 anos completados em junho, estava indignado com "a falta de respeito" de Aécio Neves ao chamar Dilma Rousseff de "mentirosa".

Disse ele literalmente: "o cara chama a presidente da República, eleita pelo povo brasileiro, e mulher, de mentirosa, e fica por isso mesmo? Não tem como falar pras pessoas da assessoria da Dilma que ela não pode admitir isso?"

Seu Oswaldo vota na Dilma. Ele não é petista. É uma pessoa de classe média, fruto do milagre econômico dos anos 1970, que começou a trabalhar aos 10 anos de idade (em 1939, no início da Segunda Guerra) e viu a catedral da Sé ser erguida e inaugurada em 1954, quando tinha 25 anos.

Seu Oswaldo sabe, como muitos brasileiros, que o PSDB de Fernando Henrique e Aécio Neves não tem o menor compromisso com os trabalhadores ou com com os aposentados. Ele sabe isso tanto intuitiva como concretamente. Acho que meu pai é um personagem representativo de São Paulo.

Tenho a impressão de que o voto em Dilma vai crescer no estado, muito por causa das mentiras e ataques de Aécio Neves, que não colam, e o povo brasileiro amadureceu. Em São Paulo é que o bicho pega.

De resto, no Nordeste inteiro, no Rio de Janeiro e provavelmente em Minas Gerais, Dilma deve ganhar. Pernambuco, terra de Eduardo Campos, é uma incógnita. Lá, Marina venceu no primeiro turno. Tenho a impressão de que em Pernambuco Dilma vence. No Rio Grande do Sul, o governador Tarso Genro deve perder a eleição para o candidato do PMDB ao governo do estado, José Ivo Sartori. Mas Dilma ganhará no estado. Aécio deve vencer em Santa Catarina e Paraná, os dois menores estados do Sul.

As principais incógnitas são:
- como vai ser a votação em São Paulo?
- Dilma vai ganhar em Minas? Acredito que sim.
- Dilma vai ter uma dianteira importante em Pernambuco?
- quantos dos eleitores de Marina vão votar em Aécio ou Dilma?

Parece-me que as possibilidades de Dilma ganhar são grandes, se não houver "incidentes de percurso". A oposição (mídia, mercado financeiro, Estados Unidos, Aécio Neves) tenta ganhar ou já de antemão desgastar um possível segundo mandato de Dilma.

Seja como for, fica registrada a opinião do seu Oswaldo, meu pai.


sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Pensamento para sexta-feira [54] - Chico Buarque vota em Dilma Rousseff


"Em 2010, eu votei na Dilma muito por causa do Lula. Neste ano, voto na Dilma por causa da Dilma."
(Chico Buarque de Hollanda)


Bem, não tem como não mostrar nosso Chico Buarque de Hollanda declarar seu voto na Dilma Rousseff, como pensamento para esta sexta-feira, 9 dias antes da mais importante eleição do país desde 1989.

A fala de Chico está no programa da Dilma desta quinta-feira (16 de outubro), que segue na íntegra abaixo. Mas quem quiser ver apenas o depoimento dele, vá a 1:52 do vídeo.




PS: estou curioso para saber em quem vão votar os marineiros tropicalistas Caetano Veloso e Gilberto Gil, que ainda não manifestaram suas posições no segundo turno. Infelizmente, dona Canô, que em 2010 puxou a orelha do filho rebelde Caetano, que chamara Lula de "analfabeto", neste 2014 já não está mais entre nós.

PS2: Como informa Lourival Sakiyama em comentário a este post, Gilberto Gil declarou voto em Dilma. Importante, já que fez campanha pró-Marina no primeiro turno, e até musiquinha para a campanha dela.

Peço licença à família de Caetano, a quem muito respeito e a quem muito devemos todos nós que amamos a cultura brasileira, a poesia e a arte, para reproduzir o vídeo abaixo, de 2010.


 

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Dilma e Aécio no debate do segundo turno da Band: a gestora e o príncipe




Fotos: Ichiro Guerra e Marcos Fernandes


O debate inaugural do segundo turno, na Band, foi dividido em duas partes:

- na primeira, Aécio Neves, o neto de Tancredo (ministro de Getúlio Vargas), Aécio o Purificador, saiu na frente atacando, e Dilma perdeu essa parte em que prevaleceu o espírito udenista de Carlos Lacerda incorporado em Aécio, um golpista clássico (falta a Dilma um certo espírito brizolista para desconstruir a mentira de maneira eficaz);

- na segunda parte, confrontado com a realidade (Lei Maria da Penha, direitos dos trabalhadores, inflação, FHC versus Lula/Dilma, políticas sociais, redistribuição de renda, a história, Armínio Fraga etc.), me parece que Aécio ficou muito nervoso e acabou sendo batido "por pontos", como se diria no boxe, mas incontestavelmente. Há quem ache que foi nocaute, mas eu não acho que tenha sido nocaute devido à ignorância do povo brasileiro e à mesquinhez das elites ou dos que, coitados, pensam que são elite e cotidianamente agridem direitos ou apoiam a agressão a direitos.

Aécio Neves é um político mais eficiente do que Dilma Rousseff. Mas Aécio representa exatamente o oposto da "nova política" e da "mudança".

Significativo que o nome de Marina Silva só tenha sido pronunciado, por Aécio, no fim do debate, nas considerações finais. Dilma não pronunciou a palavra Marina. É uma constatação interessante.

A decisão de Marina de apoiar Aécio desmentiu a própria história de Marina e rachou, pra não dizer implodiu, a Rede Sustentabilidade.

O ex-governador de Minas Gerais não conseguiu responder por que perdeu a eleição em seu quintal no primeiro turno. Ele, que começou atacando na questão da Petrobras, que fez um discurso muito claro como ventríloquo do mercado financeiro, não conseguiu responder sobre o aeroporto cujas chaves seu governo deu a seu tio para guardar.

Aécio começou confiante e acabou ficando muito tempo na defesa, na segunda parte do debate.

Na minha opinião Dilma atuou como o que é, uma gestora. Aécio, também como o que é: um político tradicional. Um coronel, ou um príncipe, segundo a narrativa de Maquiavel.

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Segundo turno começa igual entre Dilma e Aécio e nem o mercado financeiro aposta no tucano



Ichiro Guerra


As pesquisas erraram muito no primeiro turno para serem consideradas confiáveis, até mesmo pelo mercado financeiro. Mesmo assim, o PT comemora o empate entre Aécio e Dilma no primeiro levantamento do segundo turno. 51% a 49% para Aécio é um rigoroso empate, apenas uma manchete circunscrita na margem de erro. Havia temores no PT de que o tucano pudesse ter uma dianteira de fato. Mas não tem. E se não tem na largada, não vai ser muito fácil tirar a diferença de 8,37 milhões de votos que Dilma teve sobre Aécio no primeiro turno, e consolidar a vantagem. Dilma obteve 43,27 milhões, contra 34,9 milhões do tucano.

Na segunda-feira, Aécio Neves disse em coletiva em São Paulo: “Quero convidar a candidata Dilma Rousseff para fazermos uma campanha em alto nível, propositiva, à altura do que esperam de nós os brasileiros.” Ele pode dizer isso com tranquilidade, porque sabe que a imprensa (Globo, Folha, Estadão, Band, Jovem Pan etc.) faz o jogo pesado por ele.

Mas, voltando ao início, a Bovespa fechou nesta quinta-feira 9, às 17 horas, cerca de 3 horas antes do horário previsto para sair Datafolha e Ibope, com uma discretíssima alta de apenas 0,37%. Como sabemos que os investidores sempre têm informações privilegiadas antes do consumo público, e às vezes até informações mais realistas do que a que chega ao público, a pequena alta indicava que o segundo turno começa muito mais equilibrado do que esperavam os apostadores em Aécio.

Aécio chegou a mostrar em seu programa de estreia no horário eleitoral do segundo turno a esquisita pesquisa da tal Paraná Pesquisas, publicada pela revista Época de ontem, dando-lhe uma vantagem farsesca.

Mas o mercado sabe mais do que é divulgado. Pelas informações que tenho diretamente do mercado financeiro, ou seja, dos anti-PT, a aposta deles é de que as chances são de 50% contra 50%. Se o mercado financeiro acha isso, é porque a situação é mais favorável a nós no momento, embora possa mudar.

O colunista do Estadão José Roberto de Toledo escreveu, após a divulgação de Ibope e Datafolha, que “os boatos sobre outras pesquisas, divulgadas ou não, dando ampla vantagem a Aécio ajudaram a criar a expectativa exagerada. Era um exagero não compartilhado pela maioria dos eleitores. A maior parte aposta mais na reeleição de Dilma (49%) do que na vitória do tucano (40%). Ele só é favorito aos olhos do eleitorado mais rico, com nível superior e entre quem mora na região Sul”.

A propaganda de Aécio na TV me pareceu mais convincente, como propaganda. Dilma começou o horário eleitoral no ritmo de João Santana, conservador, mas já lembrando que Dilma venceu Aécio em seu território, Minas Gerais, e que, além disso, o PT elegeu Fernando Pimentel em primeiro turno. É importante porque muita gente não sabe que Aécio perdeu do PT duplamente em seu próprio quintal.

A definição do dia 26 vai mostrar se o eleitor brasileiro amadureceu o suficiente para discernir sobre seu próprio destino. Nas eleições de 2006 e 2010 ele optou pela realidade. Em 2014 existe essa mística de mudança, a tal “voz das ruas”. Mas a juventude que foi às ruas em junho de 2013 pedindo novos tempos ajudou a reeleger Geraldo Alckmin.

Pastor Everaldo e Roberto Freire aparecerem na propaganda de Aécio Neves pode ter resultado muito ruim para Aécio. Pastor Everaldo teve menos de 1% dos votos, e Roberto Freire, do cada vez mais inexpressivo PPS, sequer foi eleito deputado. Assim como sua correligionária Soninha Francine, mais queimada do que carvão de churrasco.

Quanto a alianças, se Aécio conseguiu o apoio oficial do PSB junto a outras forças de direita e extrema direita, outros apoios surgirão. É importante por exemplo o apoio a Dilma do deputado Jean Wyllys, do PSOL do Rio de Janeiro. "O muro não é meu lugar, definitivamente. Nunca gostei de muros, nem dos reais nem dos imaginários ou metafóricos (...) Por isso, aderindo à posição da direção nacional do PSOL, que declarou ‘Nenhum voto em Aécio’, eu declaro que, neste segundo turno das eleições, eu voto em Dilma e a apoio, mesmo assegurando a vocês, desde já, que farei oposição à esquerda ao seu governo", escreveu Wyllys em sua página do Facebook.

O apoio de Jean Wyllys é interessante porque, em si mesmo, questiona as conservadoras (sim, conservadoras) declarações de “não-voto” em Aécio dadas pela senadora Lídice da Mata (PSB-BA), Luiza Erundina (PSB-SP) e Luciana Genro (PSOL-RS).

Acho sinceramente que a campanha de Dilma Rousseff tem muitas chances de êxito. A canalhice midiática em torno do “delator” Paulo Roberto Costa sobre a Petrobras apenas repete a exploração semelhante feita em 2006 sobre o “mensalão” e em 2010 sobre o caso Ereni Guerra (arquivado pela Justiça Federal em 2012 por falta de provas). As chamadas “balas de prata” do vampirismo político.

É fato que, pela primeira vez em quatro eleições, existe a possibilidade real de perdermos. Mas acredito que, como disse Valter Pomar em entrevista em fins de maio, portanto há mais de quatro meses, “a Dilma vai ganhar as eleições. No segundo turno, numa disputa duríssima, mas vamos ganhar”.



quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Aécio Neves e todos contra Dilma


Entre outros, os apoiadores de Aécio Neves são os seguintes: Marina Silva, Pastor Everaldo, Ronaldo Caiado, Ronaldo Fenômeno, o PSB de Roberto Amaral, Beto Albuquerque e Luiza Erundina, Soninha Francine, Eduardo Jorge, Gilberto Natalini, Geraldo Alckmin etc; Rede Globo, jornais O Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo, revista Veja, Band (TV e rádio), Jovem Pan, o mercado financeiro etc.

A “nova política” se alia ao "desejo de mudança".

Os manifestantes de 2013 votaram majoritariamente em Geraldo Alckmin, em Marina e Aécio.

A aliança de Roberto Amaral com Aécio Neves sela o fim do PSB como partido de esquerda. Roberto Amaral traiu a memória de Miguel Arraes.

É uma pena, mas Roberto Amaral faz parte da galeria de políticos que o escritor tcheco-eslovaco Milan Kundera definiu como os dignos da “imortalidade risível”. Amaral jogou fora a sua própria história. Chega a dar pena, mas Roberto Amaral não é digno de pena.

Ainda não tem a foto de Marina Silva com Aécio Neves.


Valter Campanato/Agência Brasil


Igo Estrela/Coligação Muda Brasil


Orlando Brito/ Coligação Muda Brasil

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Dilma versus Aécio, crônica de um segundo turno anunciado


A verdade é que este blog nunca considerou Aécio Neves carta fora do baralho, nem mesmo quando Marina chegou ao auge de sua popularidade nas pesquisas, no fim de agosto. E o debate na Globo acabou por consolidar o crescimento que o tucano já registrava nas últimas semanas.

A diferença, em termos percentuais, entre o que José Serra teve em 2010 e o que Aécio conseguiu em 2014 é mínima. Aécio registrou cerca de 1 ponto percentual a mais do que Serra há quatro anos.

2010
Dilma: 46,91% - 47.651.434 votos
José Serra: 32,61% - 33.132.283 votos
Marina Silva: 19,33% - 19.636.359 votos

2014
Dilma: 41,59% - 43.267.438 votos
Aécio Neves: 33,55% - 34.897.196 votos
Marina Silva: 21,32% - 22.176.613 votos

A questão é que Dilma teve desempenho mais de 5% inferior no primeiro turno de 2014. O eleitorado de Marina é menos difícil de conquistar para Dilma do que seria o de Aécio, mais ideológico e politicamente consistente, caso o segundo turno fosse contra Marina. O da pessebista é um eleitorado que responde menos a comandos partidários do que o dos tucanos.

Um dado a se considerar é que o PSOL de Luciana Genro praticamente dobrou a votação de 2010, quando teve 886.816 votos, 0,87 %, com Plínio de Arruda Sampaio. Luciana Genro teve 1.612.186 votos, 1,55%.

Ao voltar para casa hoje (ontem) à noite, peguei um táxi de um rapaz do Pará. Disse que votou em Marina. “Mas agora não tem jeito, vou votar na Dilma”, disse o rapaz, e emendou: “Veja lá em Minas. O Aécio não ganhou lá por quê? Se nem o povo dele deu vitória a ele...”

O segundo turno vai ser um embate importante sobre o futuro do Brasil. Desculpem o clichê.

sábado, 4 de outubro de 2014

Aécio Neves pode ter conseguido passagem ao segundo turno no debate da Globo







24 horas depois do confronto da Globo na quinta-feira, 2, após refletir e lembrar, durante o dia, dos embates desse que foi o melhor debate em muito tempo (incluindo os de eleições passadas), acho que, se tiver segundo turno, Aécio Neves pode ter conseguido ultrapassar Marina no encontro da Globo.

Lembrando a velha metáfora do boxe, onde reinaram Muhammad Ali e Mike Tyson, Aécio entrou com sangue nos olhos e, apesar de sua postura ardilosa e historicamente udenista, aliado à extrema direita representada por Pastor Everaldo, ele se destacou com um discurso direto e objetivo.

Nos bastidores do PT, existe a discussão sobre quem seria o adversário mais difícil no segundo turno. Uns acham que seria Marina, mas mesmo para esses parece que vai ficando claro que Aécio vai ser mais complicado de enfrentar.

Porque Aécio é mais coerente do que Marina, tem mais estrutura político-partidária, aglutina de forma mais consistente o ideário da direita, é mais difícil de ser desconstruído, tem mais condições de estabelecer interações com as forças políticas que Marina, presa à armadilha que construiu a si própria com o mantra da "nova política", tenta agora tardiamente conquistar, além de reconquistar o eleitorado que havia ganhado e perdeu, para Dilma e Aécio, tarefa quase impossível numa eleição.

As circunstâncias desconstruíram Marina, como Michel Temer previu. Consiga ela ou não passar ao segundo turno.


sexta-feira, 3 de outubro de 2014

O debate da Globo




Luciana Genro, Aécio Neves e Pastor Everaldo se unem contra Dilma. Como sempre, junto com direita e extrema direita, o PSOL escolhe o PT como alvo.

Dilma vai mal e fica na defesa contra Aécio, que ataca usando o onipresente tema da corrupção, com foco na Petrobras. Mas Dilma se recupera contra Marina, dizendo que ela "confunde autonomia com independência" do Banco Central. Aqui, Marina começa a naufragar no debate, e suas intervenções expõem de maneira cabal as fragilidades de sua campanha e de seu "programa de governo em movimento".

Dobradinha de Pastor Everaldo e Aécio se repete por duas ou três vezes. Aliança obscurantista.

Eduardo Jorge chama Levy Fidelix pro pau. Um bom momento do debate.

Marina Silva insiste no tema corrupção em tabelinha com pastor Everaldo.

Fiel ao estilo metralhadora giratória, Luciana Genro/PSOL leva Marina às cordas.

Aécio resolve entrar na seara de Dilma, economia. Nesse momento, comentei aqui em casa: “Aécio está se arriscando”. E, de fato, leva um pau ao ouvir de Dilma que o PSDB fez um governo neoliberal, desempregou, elevou taxas de juros e ficou de joelhos perante o FMI. "Vocês quebraram o Brasil 3 vezes", lembra a presidente. Nesse embate, Dilma se recuperou depois de dois rounds anteriores em que, com seu jogo sofista e falseador, Aécio, falando de corrupção, fez o jogo sujo, inclusive em parceria com seu aliado de extrema direita, Pastor Everaldo, e Dilma não conseguiu responder.

Luciana Genro continua no ataque e leva também Aécio às cordas. Luciana volta a dizer, como no debate anterior, que Aécio não tem autoridade para falar de corrupção, lembrando o caso do aeroporto e que “o mensalão começou com o PSDB”.

Luciana é a melhor do debate. Estrategicamente atacou Dilma, Marina e Aécio, fazendo perguntas, na sequência, aos três – fiel ao estilo metralhadora giratória.

Marina teve um desempenho muito ruim. Hesitante, confuso, em uma de suas últimas falas repetiu o termo “programa de governo” inúmeras vezes. "Temos um programa de governo", insistiu desesperadamente Marina Silva, tentando convencer os milhões de eleitores que perdeu de três semanas para cá de que pode, sim, ser presidente da República. Acho que, se tiver segundo turno, Aécio está cada vez mais próximo de ultrapassar Marina, se o debate servir para alguma coisa, e, se servir, o desempenho desastroso de Marina será decisivo.

Pastor Everaldo é um pulha. "Um desserviço à humanidade”, como disse Carmem aqui na sala. Levy Fidélix, parece-me, deveria ser relegado à insignificância que lhe é inerente. Não sei por que as pessoas dão tanta importância a essa figura desprezível.

E o Jornal da Globo, com a carranca cínica de William Waack, abre a edição após o debate com a manchete sobre corrupção na Petrobras.

O Brasil precisa fazer o Marco Regulatório das Comunicações e acabar com essa canalhice de ignorar a Constituição de 1988.

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Lembremos a última pesquisa. Citando Ibope, como poderia ser Datafolha, mas tanto faz: em votos totais, Dilma teria 40%, Marina 24%, Aécio 19%. Em relação à última pesquisa, Dilma "oscilou" para cima 1%, Marina para baixo 1%, Aécio se manteve igual. Em votos válidos: Dilma 47%, Marina 28%, Aécio 22%.

A eleição está perto de terminar no primeiro turno. Mas isso ainda está muito longe de acontecer, como diriam os mais cautelosos, entre os quais este blogueiro se inclui.