segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

O velho e bom Clint Eastwood em cartaz com "Além da Vida"

Clint Eastwood é um diretor especial. Ele pode desagradar a quem não gosta de violência ou do gênero western. Ou irritar os que evitam os filmes “água-com-açúcar”. Mas Eastwood é tão bom diretor que, paradoxalmente, emociona tanto uns como outros, seja com a brutalidade permeada de poesia de Os Imperdoáveis, seja com a aparente pieguice de Além da Vida (HereAfter, no título original muito melhor), que está em cartaz em São Paulo e Brasil afora.

O médium George Lonegan (interpretado pelo ótimo Matt Damon) recebe comunicações dos mortos, mas sua capacidade de ajudar as pessoas com esse “dom” se torna um peso, "uma maldição" da qual ele tenta se livrar. E as histórias paralelas (de um menino – George McLaren – que perde o irmão gêmeo, de uma jornalista  famosa que teve uma experiência de quase-morte, aqui a bela Cécile De France no papel de Marie LeLay) acabam por se encontrar na trama desse drama de Eastwood, com suas sequências longas, fotografia exuberante e direção de atores como sempre muito competente.

Além da Vida, coproduzido por Steven Spielberg (o que explica a espetacular sequência inicial, por exemplo), está muito longe de ser uma obra-prima. Mas há bastante tempo eu desisti de achar que o cinema tem de ser político, esteticamente revolucionário ou veículo de transformação. Cinema pode ser tudo isso, claro; mas não é nenhum pecado que não seja. Cinema tem que ser cinema. Apesar da enorme diferença de gênero e estilo, numa coisa os filmes de Clint Eastwood podem ser comparados aos de Woody Allen: “mesmo quando é ruim, é bom”.

As qualidades sempre presentes nos filmes de Clint (a delicadeza mesmo quando fala de temas ásperos como a morte, a direção de atores, a fotografia) estão também em Além da Vida, filme que trata de um tema tornado absolutamente piegas pela produção brasileira Chico Xavier, dirigido por Daniel Filho, o global. No filme de Clint Eastwood, o tema espiritismo é apenas mais um pretexto para fazer bom cinema.

Como diz André Setaro em post no seu blog: “Clint, o Dirty Harry vingativo dos anos 70, ou o pistoleiro sem lei e sem alma dos westerns de Sergio Leone, transformou-se através do tempo e se tornou um dos cineastas mais respeitados do cinema americano contemporâneo”.

Na série “Favoritos do Cinema” deste blog, ainda preciso postar um texto sobre Os Imperdoáveis, filme que o diretor dedicou a Don Siegel e Sergio Leone, este sim uma obra-prima. Farei isso qualquer hora dessas.

Veja o trailer (legendado) de Além da Vida (HereAfter)

sábado, 29 de janeiro de 2011

São Paulo em Imagens – Verão na cidade

Essa foto foi feita por volta das 7 horas da manhã de quarta-feira, 26 de janeiro, da janela do meu apartamento no Butantã. Parece uma foto ruim, mas ela mostra o que realmente se via pela janela.

Janeiro com nevoeiro na cidade de São Paulo.

Foto: Eduardo Maretti

Nesse dia, apesar da aparência londrina da manhã, poucas horas depois o sol estava de rachar, machucando mesmo. (Como diz a sabedoria popular: "nevoeiro que baixa, sol que racha".)

Os termômetros oscilaram entre 32° e 33°. Sem chuva. Uma merda. Em São Paulo, no verão, você não sabe se torce pra não chover ou se torce pra chover. Ou a cidade vira um caos com a água transbordando, ou você sufoca com o sol inclemente, e a poluição perturbando.

No entanto, é difícil ser de São Paulo e não amar São Paulo.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Ana de Hollanda deu uma canetada e se escondeu na concha

Alguns leitores questionam o fato de que as informações divulgadas neste e em outros blogs e sites a respeito da medida da ministra Ana de Hollanda, sobre as licenças Creative Commons, não dão a versão da ministra.

“Por que não a entrevistam, não ouvem as razões das medidas tomadas?”, pergunta um internauta que se identifica como Nelson em comentário no post abaixo (ou aqui).

“Ouvir outro [lado] é fundamental”, diz, também, Victor, do blog  Cartão Laranja.

Esses leitores/internautas reivindicam o que é justo. Só que cabe aqui uma observação: este e outros blogs e sites, revistas e jornais gostaríamos muito de entrevistar Ana de Hollanda para que ela desse sua versão.

E há uma versão, até agora a única. A da Assessoria de Comunicação do Ministério da Cultura, já publicada em vários veículos e blogs desde sexta-feira, que diz, lacônica e evasivamente, o seguinte:

Nota de esclarecimento do Ministério da Cultura
A retirada da referência ao Creative Commons da página principal do Ministério da Cultura se deu porque a legislação brasileira permite a liberação de conteúdo.
Não há necessidade de o ministério dar destaque a uma iniciativa específica. Isso não impede que o Creative Commons ou outras formas de licenciamento sejam utilizados pelos interessados.

Esta vazia informação está na home page do Ministério da Cultura, e a “notícia em destaque” pode ser acessada neste link.

Como sabe qualquer jornalista, um ministro de Estado não dá entrevista se não quer. Dá só quando julga conveniente e, muitas vezes, para o jornalista que prefere. Ainda mais se esse ministro ou ministra está perdendo muito tempo em encontrar justificativas para atos difíceis de explicar. Em outras palavras, Ana de Hollanda preferiu não dar ainda sua versão sobre a medida. Portanto, a versão oficial sobre o tema é a que foi divulgada até o momento (02:05 de 25 de janeiro) pelo Ministério das Comunicações. Essa "notícia" está desde sábado no portal do MinC.

Até esta data e horário, ao que parece, a última aparição da ministra foi a registrada pela coluna de Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo dia 22, sábado: “A ministra Ana de Hollanda, da Cultura, confirmou presença no show da irmã Miúcha, na terça. A cantora se apresenta no Sesc Pinheiros ao lado da Orquestra Sinfônica Municipal”.

A ministra continua com a palavra, mas, aparentemente, está preferindo fugir da questão e se refugiar em seu poder recém-conquistado. Deu uma canetada e se escondeu na concha. Portanto, por enquanto, continua valendo o que disse Sérgio Amadeu a este blog na entrevista já citada: “nós vamos ter uma ministra do Ecad e não uma ministra da Cultura”.

Aguardemos novas informações.

PS - [atualizado às 17h54]. Abaixo, dois textos bastante elucidativos a respeito da polêmica

MinC retira licença de seu site, por A Rede, via Observatório da Imprensa.

E ainda:
O debate é entre o comum e o privado, por Renato Rovai

*Publicado originalmente terça-feira, 25/01/11, às 02:07

Ato de Ana de Hollanda sobre Creative Commons causa perplexidade e indignação

"Ela tomou uma atitude extremamente contraditória com a política do governo Dilma", diz sociólogo Sérgio Amadeu em entrevista


A ministra da Cultura, Ana de Hollanda, começou sua gestão dissipando as boas expectativas sobre ela (como as minhas) e, ao que parece, metendo os pés pelas mãos. Sua decisão de retirar do site do Ministério da Cultura as licenças Creative Commons causou perplexidade entre os defensores e ativistas de políticas compartilhamento de obras (textos, músicas etc). 

O jornalista Luiz Egypto, editor do site Observatório da Imprensa, que trabalha com licenciamento Creative Commons, afirma que “o projeto Creative Commons é um avanço importante no que diz respeito à segurança jurídico-institucional dos processos de criação e produção colaborativa e de disseminação de conteúdos na internet. Lamento a decisão da ministra Ana de Hollanda. Não entendi o porquê da atitude”.

Em entrevista também a este blog o sociólogo Sérgio Amadeu, conhecido ativista da inclusão digital e software livre, e que implantou os Telecentros Comunitários em São Paulo durante a gestão Marta Suplicy, diz que a medida de Ana de Hollanda “afronta a política de compartilhamento iniciada no governo Lula”.

"Vamos ter uma ministra do Ecad"
Fatos Etc. - Qual sua opinião sobre a medida adotada pela ministra?
Sérgio Amadeu – A questão é a seguinte: a ministra tomou uma atitude extremamente contraditória com a política do governo Dilma. A Dilma mantém o Blog do Planalto, instalado, implementado pelo presidente Lula em Creative Commons, e que continua em Creative Commons. E ela, a ministra, fez um ato que é afrontar a política de compartilhamento iniciada no governo Lula e afrontar a própria Dilma, que disse exatamente que iria continuar a política iniciada na gestão do Gilberto Gil e do Lula. Então ela, além disso, cometeu uma ilegalidade, porque não poderia tirar as licenças do Creative Commons das matérias e postagens que já tinham sido publicadas em Creative Commons.

E portanto licenciadas assim...
Exatamente. Ela pode fazer daqui pra frente. Ou seja, ela está mal assessorada e está fazendo uma ação de confronto com a política implementada pelo governo do presidente Lula.

Na prática, o ato de Ana de Hollanda pode ter que conseqüências?
Na realidade, nós vamos ter uma ministra do Ecad [Escritório Central de Arrecadação e Distribuição] e não uma ministra da Cultura. Ela veio para retroceder todo o avanço que havia sido conseguido no compartilhamento de cultura, na ampliação da cultura, na superação da visão de que cultura é apenas mercado. É basicamente isso.

Você está surpreso com a medida?
Estou surpreso, sim. Eu não a conhecia, nunca tinha ouvido falar da ministra como uma gestora pública. E eu tinha uma expectativa positiva em relação a ela. Mas, infelizmente, a gente não pode manter essa expectativa porque ela tomou atitudes absurdas.


Leia também: "Ministra da Cultura dá sinais de guerra ao livre conhecimento", por Renato Rovai

*Publicado original mente em 21/01/11, às 18:55

O que esperar de Santos, Corinthians, São Paulo e Palmeiras em 2011?

 Foto: Lucas Uebel - VIPCOMM

Corinthians x Tolima disputando uma vaga para a Libertadores começa a dar certa emoção à temporada. Como já disse anteriormente, considero o time paulista favorito diante do inexpressivo time colombiano, mas uma incógnita na temporada. Se não se classificar (o jogo de volta será dia 2, na Colômbia), o Timão já começará o ano em crise. [*Na partida desta quinta-feira, após esta postagem, 0 a 0 no Pacaembu, em apresentação deplorável do time de Tite. Não considero mais o Corinthians favorito contra o Tolima]

Aparentemente, a equipe não é muito diferente de 2010. Mas as três peças-chave (William, Elias e o próprio Mano Menezes) que há um ano estavam no clube e foram embora fazem uma diferença enorme. Se o Corinthians que não ganhou nada em 2010 está mais fraco e vulnerável em 2011, em tese não promete muito. Sem o comando de Mano Menezes, a equipe depende do técnico Tite, taticamente indeciso, o que o time demonstra em campo (quem lembra do Corinthians compacto e solidário de Mano há de concordar). Tite parece fadado a ser um profeta de si mesmo. Suas entrevistas são tremendamente aborrecidas. Ele lembra um santo falando.

Palpite: No Paulista, o Corinthians como sempre é um dos favoritos, mas depende da Libertadores. Passando pelo Tolima, cairá num grupo dificílimo, com Cruzeiro e Estudiantes. Aí pode sacrificar o Paulistão. Se for eliminado pelos colombianos, a temporada inteira estará muito comprometida. Para mim, o Timão pode ganhar este ano no máximo o estadual.

O Santos é com certeza o melhor time paulista deste início do ano e, segundo alguns, o melhor do país hoje (como sugeriu o Flávio Gomes dois dias atrás no Bate Bola da ESPN Brasil). Tem tudo para ter uma temporada vitoriosa. Tendo como alvo principal a Libertadores, deve (penso eu) ter em mente também o Brasileiro (obviamente descartado em 2010 pelo clube, o que me pareceu um erro estratégico).
Foto: Divulgação/Santos FC

Com as contratações de Elano e Jonathan o Alvinegro da Vila se torna de fato um esquadrão, apesar da defesa que não convence e um técnico (Adilson Batista) que precisa provar sua competência. Não se pode esquecer que os bons laterais Alex Sandro e Danilo estão na seleção sub-20 disputando o Sul-Americano, o que é positivo: ganham experiência nesse tipo de jogo. 

Palpite: com o time que tem hoje, o Alvinegro da Vila é candidato a todos os títulos que disputar. Não se sabe o que pode acontecer na janela européia do meio do ano. Ganso está cotado para reforçar o Milan. Quem mais sairá? Impossível saber.

Apresentou a si mesmo
como jogador do Mogi
 O São Paulo começa a temporada no mesmo banho-maria que terminou 2010 e não promete muita coisa. Contratou Rivaldo para suprir a eterna falta de um armador no time. Mas a contratação soa meio como piada. Afinal, Rivaldo, que já foi craque, anteriormente foi apresentado por ele mesmo como reforço do Mogi Mirim (clube do qual é presidente) e foi visto dia desses assistindo a um jogo do seu time nas tribunas do estádio que leva o nome de seu pai, no interior paulista.

Fora isso, o Tricolor trouxe o lateral Juan (que não fede nem cheira) e, se surpreender, será pelas presenças dos jovens da base, principalmente os dois da seleção sub-20, o volante Casemiro e o meia Lucas.

Palpite: Para mim, o time do Morumbi tem chances no Paulista porque o Santos deve focar a Libertadores e o Corinthians, se despachar o Tolima e passar à fase de grupos, fará o mesmo. Disputa a Copa do Brasil (um torneio imprevisível) com chances, como qualquer outro time grande. No Brasileiro, com esse time, não vai longe. Até quando Paulo César Carpegiani resiste com o elenco que tem?

E o Palmeiras, cuja principal notícia do início do ano não está no campo de jogo, mas na política, com a eleição de Arnaldo Tirone Filho (leia aqui), é uma incógnita sem fim. Sem reforços, com as eternas contusões de Valdívia, a falta de criação no meio de campo e uma defesa que não convence, o que se pode esperar?

Palpite: acho que o Palmeiras pode surpreender no Paulista, motivado pela nova diretoria. Todo mundo está vendo que o time parece mais disposto. Na Copa do Brasil e Brasileiro, vai ter que se transformar se quiser alguma coisa. Não creio que ganhe títulos em 2011.

*Atualizado à 00:01

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Candidato de Mustafá Contursi é o novo presidente do Palmeiras

O novo capo no Palestra

Por Paulo Maretti

Arnaldo Tirone Filho é o novo presidente do Palmeiras. Apoiado pelo ex-presidente Mustafá Contursi, ele jura de mãos juntas que não vai haver interferência direta do velho capo alviverde em sua administração. Que deus tenha bons ouvidos.Não são poucos os que dizem ter sido Mustafá o pior presidente da história do clube. Ele ficou com os louvores do contrato exitoso com a Parmalat, assinado em 1992 não por ele, mas por Carlos Facchina, que viria a ser sua oposição, e enterrou o time de futebol na segunda divisão logo depois de rescindido o contrato com a multinacional italiana, em 2002.

Tirone, em suas entrevistas como candidato, fez as vezes de homem moderno, com alma jovial e inovadora, mas não consegue escapar do discurso clichê e correto: o de conter gastos, conter gastos e conter gastos, e punir o torcedor, que não está nem um pouco interessado em procedimentos política e burocraticamente certinhos com o intuito de “salvar as finanças” do clube. O torcedor rumina finanças o ano inteiro. No futebol, ele quer alegria.

O Santos, pelo que sei, no final da gestão de Marcelo Teixeira, devia 200 milhões de reais. O Palmeiras deve 150. O Santos pode pagar suas dívidas com suas categorias de base.

O Corinthians montou um time com Dentinho, Jucilei, Bruno César (que não jogou nada no Palmeiras quando esteve lá) e trouxe Ronaldo.

O São Paulo, com administrações eficientes, tem três títulos brasileiros nesta década.

No Palmeiras, Salvador Hugo Palaia foi o curinga das eleições. Dividiu a situação com a candidatura de Paulo Nobre, apoiado por Belluzzo. O ódio e a vaidade de Palaia não lhe permitiram abrir mão de um sonho pessoal e, obcecado pelo poder, deu a vitória ao candidato do oportunista Mustafá Contursi.

Em meio à baderna, há coisas louváveis. A torcida do Palmeiras clama por “diretas já”, em manifestação na frente do CT do clube. Decerto está na contramão. 

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Polícia de Alckmin não pára de cometer barbaridades

Da (interminável) série “Relatos da truculência tucana”

Os relatos e fatos de brutalidade da polícia do governo de São Paulo, hoje sob o comando de Geraldo Alckmin (PSDB), não têm fim. Abaixo, mais um, que publico apesar da qualidade do vídeo (feito com celular) ser ruim.

Na terça-feira, 18 (ontem), uma falha no fornecimento de energia teria provocado falhas na circulação de trens na linha 1-Coral da CPTM (estação Corinthians-Itaquera). Já atônitos com o caos provocado pelas chuvas, os usuários sofreram a outra covarde e desnecessária agressão da PM. O relato da pessoa que postou o vídeo no You Tube é o seguinte:

"Trabalhadores sofrem violência policial na volta pra casa, com o caos na CPTM na estação de Corinthians Itaquera.Trabalhadores exigiam seus direitos, quando foram surpreendidos pela Policia Militar com bombas de gás lacrimogêneo e spray de pimenta, crianças, gestantes, idosos estavam no local."



Na semana passada, quem apanhou foram os estudantes. Veja aqui.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Termos de busca pra ninguém botar defeito

Os dez melhores – novembro-dezembro de 2010

Aí vai, prezado e curioso leitor, a lista dos dez melhores termos de busca do bimestre (novembro/dezembro de 2010). Para quem está chegando agora, trata-se de uma idéia do finado blog Só Casando, que infelizmente saiu do ar: os termos de busca que o internauta digita no Google e assim chega ao meu blog.

Neste bimestre a coisa está mais diversificada (no post passado [acesse aqui] o pessoal estava muito aflito com as eleições, e os corintianos, com a dúvida sobre se o Itaquerão vai ser realidade ou não – tema este que ainda persiste).

Seguem então, em itálico, os dez mais do bimestre (tal como foram digitados no Google).

1) que eles usavam para produzir cinema antigamente hoje dia
(Comentário do blog – não sei se este termo incorpora um estilo de narração cinematográfica em flashback, talvez uma frase de algum filme de Godard, ou se é de um cara confuso mesmo. Não dá pra responder, e nem pra saber a que post deste blog o indivíduo chegou com isso).


Ele merece eutanásia?
2) eutanásia luxemburgo
(Comentário – amigo, tire o ódio do coração, mesmo sendo palmeirense, atleticano-MG, santista etc. Como dizem os sábios: não deseje aos outros o que não quer para si mesmo).

3) professor dorival demente
(– Viu, professor Dorival Júnior, eu falei que o senhor precisava de uma boa terapia. Parece que há quem faça um diagnóstico pior!).

4) to voltando pra casa twitter
(– esse é o típico termo de busca de um rapaz ou uma moça que literalmente conversa com o twitter, como há os que conversam com o Google, com o espelho, com o travesseiro etc).

5) corithians não vai ter estadio pra copa do mundo é verdade
(– os corintianos juram que é mentira!)


 De Jong sobre Xabi Alonso: pior do que
Felipe Melo ou um Mangalarga
6) os coices mais violento do mundo
(– o termo de busca já começa com um coice gramatical [coices... violento]. De qualquer maneira, os coices podem vir de um Mangalarga, de um cavalo Árabe... Podem vir de um burro ou um asno também, dependendo das circunstâncias e da posição de agressor e agredido. Ou ainda ser desferidos por criaturas de duas patas, como o Felipe Mello, ou o De Jong, da Holanda, contra o espanhol Xabi Alonso na final da Copa).



7caiu na rede estudante fazendo chupeta em sao Carlos
(– por mais anatômica que seja a chupeta, por melhor que seja seu material e, por mais que o estudante seja inventivo, acho um absurdo. Afinal, a odontologia já provou que chupeta faz mal à dentição).



8) fato de boi aborta
(– esse é o tipo de termo impossível de entender... Deve ser de um disléxico).

9) pra quem os jogadores do mazembe rezam?

(– Taí uma pergunta que eu não tenho a menor idéia de como responder).

10) detalhe do moicano do neymar
(– Esse termo de busca, essa ansiedade, eu posso satisfazer. Taí abaixo. É bem horrível).

domingo, 16 de janeiro de 2011

Nota sobre "A Sangue Frio" de Truman Capote


O ataque do louco Jared Loughner no último sábado, que deixou seis mortos e de 12 a 14 feridos, entre os quais a deputada democrata Gabrielle Giffords, em Tucson, Arizona, me inspirou a escrever uma nota sobre o livro A Sangue Frio, de Truman Capote (1924-1984). Não é propriamente um “gancho”, pois são crimes muito diferentes.  De qualquer maneira, o ataque do louco do Arizona me remete por óbvia livre-associação a essa obra-prima da literatura norte-americana.

Nos Estados Unidos, as armas fazem parte do chamado american way of life, e os crimes reais ou fictícios pontuam a história desse gigantesco país: nas mortes de Lincoln e Kennedy às vidas cotidianas de pessoas comuns; nas histórias de personagens do cinema como em Easy Rider e Fargo, filmes dirigidos respectivamente por Dennis Hopper e os irmãos Coen, a uma celebridade como John Lennon, assassinado na frente do edifício Dakota. (Ok, no Brasil também há crimes e loucos, alguém pode objetar; mas aqui, geralmente, o crime está muito mais associado a questões sociais, por exemplo, do que lá, onde há uma quantidade enorme de assassinatos “sem motivo aparente”, muito devido à facilidade de se comprar armas e munição.)

Voltando à história real narrada em A Sangue Frio (acima, a manchete do jornal Garden City Telegram sobre o crime). Em 15 de novembro de 1959, dois ex-presidiários desocupados (Richard “Dick” Eugene Hickock e Perry Edward Smith) executaram um plano que terminou com o quádruplo assassinato de pai, esposa e um casal de filhos adolescentes na fazenda do senhor Herbert William Clutter, numa cidadezinha minúscula chamada Holcomb, no estado do Kansas. Depois de ler uma notinha no New York Times sobre a tragédia, Truman Capote se propôs a tarefa de escrever sobre a história, na qual mergulhou a ponto de ter dedicado seis anos a ela, fazendo anotações e escrevendo o livro a partir de sua convivência com os personagens do crime, inclusive os assassinos, dos quais a obra traça um perfil humano, familiar e psicológico-psiquiátrico, além do retrato da comunidade local: a chefe da estação ferroviária, a dona do bar, o policial encarregado de investigar o crime, a melhor amiga da adolescente Nancy Clutter, uma das vítimas, seu namorado etc. Ele fez a reportagem, que virou o livro, para a revista The New Yorker.

Os assassinos Dick Hickock (esq.) e Perry Smith

Muitos são os motivos que levam uma pessoa a atravessar a fronteira que a leva a matar um semelhante. Mas é muito impressionante como o acaso pode levá-la a se afastar ou definitivamente atravessar a fronteira. Impressiona também como o autor, ao construir seu “jornalismo literário” (new journalism), sem nunca falar na primeira pessoa, e sim na terceira, como observador, distanciando-se da narrativa, transforma os dois criminosos em personagens, e esses personagens-monstros em simples seres "humanos, demasiadamente humanos" (Nietzsche). Um (Perry, descendente de um irlandês com uma índia cherokee) desprezado pela sorte e pelo destino, que passou a vida entre internatos onde era espancado rotineiramente; o outro (Dick, típico jovem americano de classe média) levado ao mal por algum motivo insondável de sua mente (ou espírito?).

Na história de A Sangue Frio, alguns, como a esposa do subxerife, se compadecem dos condenados, enquanto outros perguntam: "e que compaixão esses monstros tiveram daqueles que mataram?" (na foto, os quatro Clutter assassinados). Capote foi acusado por alguns de ter romanceado a história, a favor dos assassinos, principalmente Perry Smith, uma pessoa que misturava em sua complexa personalidade a sensibilidade artística e o instinto assassino. Como não existe narrativa jornalística que seja de fato imparcial (é só olhar os jornais e revistas nas bancas) não me parece que essa seja uma acusação válida. O autor se torna um interlocutor privilegiado de Hickock e Perry.

No Kansas, os condenados à morte cumpriam a pena na forca. Numa "cerimônia" de execução como essa (pois é disso que se trata) tem de haver testemunhas. Truman Capote, que não tinha direito legal de assistir aos enforcamentos, foi indicado pelos condenados como testemunha das execuções. É que, com o convívio durante todo o processo, os criminosos passaram a ter no autor um interlocutor em quem passaram a confiar. Segundo o bom e esclarecedor posfácio de Matinas Suzuki no livro da Companhia das Letras (em oposição ao pretensioso e egocêntrico prefácio de Ivan Lessa), Capote assistiu ao primeiro enforcamento (de Hickock), mas não teve condições psicológicas de ver o segundo.

Em seu diário, já no corredor da morte, Perry Smith escreveu: "Os ricos nunca são enforcados. Só os pobres e sem amigos. Acho um absurdo tirar a vida de uma pessoa desta maneira. Não acredito na pena de morte, nem do ponto de vista moral nem legal”.

Smith e Hickock foram enforcados na madrugada de 14 de abril de 1965.

Em tempo, não assisti ao filme A Sangue Frio (In Cold Blood, 1967), direção de Richard Brooks. Raras vezes tenho saco para ver um filme baseado em um grande livro. A propósito de o "jornalismo literário" ter sido inaugurado por Capote, discordo. Com esse nome ou não, muitos livros foram escritos sob esse conceito. O principal deles, entre nós, é o maravilhoso e monumental Os Sertões, de Euclides da Cunha, publicado em 1902.

Leia tambémImpressões sobre o livro Ensaios, de Truman Capote

O leitor Jared Loughner
Para terminar, voltando ao louco do Arizona. Segundo matéria da Folha de S. Paulo, Jared Loughner, de 22 anos, que atirou na deputada democrata no último sábado entre outras vítimas, tem em sua lista de livros favoritos Revolução dos Bichos, Admirável Mundo Novo, O Mágico de Oz, Fábulas de Esopo, Odisseia, Alice no País das Maravilhas, Manifesto Comunista, Sidarta, O Velho e o Mar, Mein Kampf e A República, entre outros.

Atualizado às 17h10

sábado, 15 de janeiro de 2011

Alckmin começa seu governo atacando estudantes


Da série “Relatos da truculência tucana” (ou do povo das sombras)

Entre 700 e mil manifestantes, a maioria estudantes, foram violentamente dispersados na quinta-feira, 13, por uma ação da Polícia Militar do governador Geraldo Alckmin, do PSDB e do Opus Dei. A PM os atacou com balas de borracha, bombas de gás lacrimogêneo e spray de pimenta. O

Os jovens promoviam um protesto contra o aumento do preços da passagem de ônibus na capital (que foi para R$ 3,00), governada por Gilberto Kassab (DEM).  Dois jovens ficaram feridos e 27 foram encaminhados ao 3º DP. Educação, transporte e outras áreas sociais no estado de São Paulo continuam sendo tratadas, com Alckmin,como eram com Serra: como caso de polícia.

Vejam o vídeo postado no Youtube pelo jornalista e cartunista Carlos Latuff (as imagens não mentem):


Clique aqui para ler outros posts da série "Relatos da truculência tucana" (ou do povo das sombras – neste caso, não necessariamente vinculados a gente do PSDB)

O velho Paulistão para curar a síndrome de abstinência

Adilson, Carpegiani, Felipão e Tite: quem ganha?
O Campeonato Paulista de futebol, que alguns chamam de “Paulistinha”, começa neste fim de semana, para abrir a temporada e saciar os torcedores com síndrome de abstinência. Os que menosprezam o Paulistão só fazem tipo, mas claro que querem ganhar o título, que aliás é mais difícil do que muitos campeonatos da Europa exibidos ao vivo pela TV a cabo com pompa, produção e patrocínio. Até os campeonatos russo, português, holandês, por exemplo, que são medonhos, tem gente que assiste.

Regulamento 
O regulamento do Paulistão 2011 mudou em relação ao ano passado. Agora, terminada a fase de classificação, ao invés de quatro, classificam-se os oito times melhor colocados para os mata-matas: haverá quartas-de-final, semifinal (decididas em partida única) e final, esta em dois jogos (ida e volta).

Nas quartas, o primeiro colocado na primeira fase enfrenta o oitavo, o segundo pega o sétimo e assim por diante. As quartas e a semifinal serão decididas nos pênaltis se a partida terminar empatada. Na final, se após os dois jogos as equipes terminarem iguais em pontos e saldo de gols, a decisão também será nos pênaltis.

Eu gosto do estadual, mas é uma estupidez esse regulamento: 20 times (4 grandes, um médio, a Lusa, e 15 pequenos) jogam 19 rodadas para no fim oito se classificarem! É um modo burro de ocupar todas as datas do calendário, ao invés de se fazer uma tabela mais enxuta preservando os times para a Libertadores e Copa do Brasil. Quem faz o regulamento? A TV Globo para ocupar todos os buracos de suas tardes de domingo? Claro.

Os times

Falando dos times propriamente ditos, não vejo favorito claro ao título. Mas Santos e São Paulo, pela ordem, têm mais chances.

O Palmeiras está enrolado com a eleição do dia 19 e o ambiente politicamente conturbado, eternamente fratricida, sem falar do fraco elenco do time. Acho que as esperanças alviverdes devem ser pequenas. Sozinho, Felipão não pode fazer milagre.

O Corinthians é uma incógnita: disputa a repescagem da Libertadores contra o colombiano Tolima dias 26 de janeiro e 2 de fevereiro como favorito, mas o a posteriori é que ninguém, nem a Fiel, sabe o que será. Sem William e Elias, é comandado pelo técnico Tite, muito limitado, um treinador taticamente entre defensivo e hesitante, além do discursinho mais parecido ao de um falso profeta do que de um treinador do Corinthians. Acho o Tite meio ridículo.

O São Paulo, que parece meio morto no início da temporada, tem dois trunfos importantes: 1) vai dar finalmente espaço aos meninos de sua base (o que o fez grande no início dos anos 90), com destaque para Lucas (jovem craque de muito futuro) e Casemiro, e pode surpreender; 2) por estar em reformulação, vai jogar sem muita responsabilidade.

O Santos, atual campeão paulista, tem o time mais forte dos quatro grandes. O técnico Adilson Batista diz que não vai priorizar Libertadores e quer o Paulista e todos os títulos. Discurso perigoso, pois o próprio Adilson precisa provar que é capaz de segurar a grandeza do Santos. O time tem Arouca, Elano, Neymar, Ganso (ainda em recuperação), contratou o lateral-direito Jonathan e disputará o estadual sem obrigação de ganhar, o que é também um trunfo.

Corinthians x Portuguesa é o jogo mais interessante da primeira rodada. A Lusa pode surpreender no campeonato. Ou não. Da Lusa, tudo ou nada sempre se espera.

Os jogos de estréia dos cinco times grandes (quatro mais a Lusa) no Paulistão 2011 são os seguintes:

Sábado – 19h30
Linense x Santos
Palmeiras x Botafogo

Domingo – 17h
Mogi Mirim x São Paulo
Corinthians x Portuguesa (Pacaembu)

Os campeões paulistas no século XXI

2001 Corinthians
2002 Ituano
2003 Corinthians
2004 São Caetano
2005 São Paulo
2006 Santos
2007 Santos
2008 Palmeiras
2009 Corinthians
2010 Santos

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Dilma já incomoda os iranianos

José Cruz/Agência Brasil

Deu no Estadão que o governo iraniano não está nada satisfeito com a postura crítica da presidente Dilma Rousseff em relação ao tema direitos humanos no país dos aiatolás. Segundo o jornal, “diplomatas brasileiros em Teerã relatam que um assessor especial do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, telefonou para o embaixador brasileiro no Irã, Antonio Salgado, para se queixar” de Dilma.

Em entrevista ao jornal The Washington Post logo após ser eleita, em 18 de novembro, a presidente do Brasil criticou o próprio governo brasileiro, que se absteve de votar contra as violações de direitos humanos no Irã. "Não concordo com o modo como o Brasil votou. Não é a minha posição", disse Dilma, que mencionou ainda as "práticas medievais aplicadas [pelo Irã] quando se trata de mulheres", em alusão à condenação da iraniana Sakineh Ashtiani à morte por apedrejamento.
Mulher iraniana - Foto Marcello Casal Jr.

Enfim, era o que se esperava de Dilma. A muitos de nós causou grande desconforto a postura conchavista do presidente Lula com o chefete de Estado Ahmadinejad, quando disse, sobre a mesma Sakineh Ashtiani, no ano passado, que o Brasil não podia se meter nos assuntos internos do Irã, tendo depois que voltar atrás para oferecer a ela a hospitalidade brasileira.
É óbvio que a substituição de Celso Amorim por Antonio Patriota no comando do Itamaraty é um “sintoma” dessa mudança na postura brasileira. É auspicioso que, com sua enorme liderança emergente no mundo de hoje, o Brasil não se cale diante da barbárie em nome de falsos interesses diplomáticos e econômicos.

"Estamos muito satisfeitas em ver declarações vindas do Brasil de que a brutalidade contra mulheres será pelo menos questionada publicamente", disse Khadijeh Moghaddam, uma dissidente iraniana, ainda segundo o Estadão.

Nessa área, Dilma já começou dando sinais de que seu governo terá uma cara muito própria.

Leia mais sobre Sakineh Astiani clicando aqui.
Leia também: A realidade do Irã governado por fanáticos

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Ronaldinho Gaúcho só despista

Como todos sabem, a pergunta do momento no futebol brasileiro é: onde vai jogar Ronaldinho Gaúcho? Ele mesmo só faz despistar, como na coletiva de hoje. Veja um trecho:


O Grêmio, ontem, já dava como certa a conquista do atacante que já foi o melhor do mundo e começou lá. O jornalista Paulo Vinícius Coelho diz que o favorito é o Flamengo. O Palmeiras está mais na dele, mas conta com um trunfo que, parece, a grande imprensa tem ignorado: Felipão, com quem o craque foi campeão mundial em 2002. O Grêmio, berço de sua carreira, vai disputar a Libertadores. E, especula-se, o Corinthians estaria forte na briga. Na coletiva, o jogador nem citou o alvinegro.

Minha torcida é para que o atacante vá para o Palmeiras. Seria uma maneira de o clube do Palestra Itália voltar às manchetes e atrair investimentos, e portanto fugir do apequenamento da última década. E seria ótimo para o futebol paulista. Eu defendi no ano passado que Ronaldinho não devia ir para a Copa do Mundo. Mantenho em relação à seleção, mas quem não queria esse jogador em seu time?

No Santos eu não queria, mas só porque concordo com a posição da diretoria santista, de que ele não se encaixa no clube hoje. Temos Neymar, Ganso e Elano. Mas seria sensacional ver um duelo Ronaldinho x Neymar, não seria?

Enfim, ao que parece, o jogador que sai do Milan só vai decidir seu destino na semana que vem. “Espero que até terça ou quarta-feira consiga decidir para que clube ele vai”, disse seu irmão e procurador, Assis.

PS: É bem desagradável ouvir um ícone do futebol brasileiro mencionar o direitista Silvio Berlusconi  na coletiva.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Itaquerão sai ou não sai?

Apesar da empolgação com que foi anunciado, o estádio do Corinthians em Itaquera, que se virar realidade está destinado a abrir a Copa do Mundo de 2014, continua sendo uma incógnita. Até mesmo para o recém-empossado governador tucano de São Paulo e seu secretário de esportes.

Segundo disse em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo o novo secretário de Esportes do estado, Jorge Roberto Pagura, o Corinthians ainda não mostrou como pagará os cerca de R$ 600 milhões para construir o empreendimento. "Essa situação tem que estar definida neste mês porque já entramos em 2011”, disse Pagura. "O governo tem que sempre trabalhar com um plano B”, afirmou ainda.

Com a palavra, Andres Sanchez, que, segundo o jornal, teria afirmado anteriormente que vai anunciar até o fim deste mês quem vai bancar a arena. Esta história está virando um imbroglio danado, isto sim. Tudo porque os altos interesses financeiros da FIFA não admitem que se aproveitem estádios já existentes. Querem novos.

Leia também: Verdades e mentiras sobre o estádio do Corinthians.

Foto: Divulgação

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Santos pode perder Edu Dracena para o Corinthians?

Foto: Ricardo Saibun/Divulgação
Segundo foi divulgado hoje [post publicado originalmente à 01:45 de 31/12/10], o zagueiro do Santos Edu Dracena teria recebido uma proposta do Corinthians e estaria disposto a mudar de alvinegro. A multa rescisória, de acordo com o Blog do Quesada, seria “inferior” a 2 milhões de euros. O jornalista diz que Dracena "topa" a transferência. No futebol, meio em que cada vez mais muitos interesses financeiros estão em jogo, nunca se sabe se a notícia é um furo ou uma “barriga”. Aguardemos.

O Corinthians precisa de um substituto para William, beque bastante superior a Dracena, que é mais lento, e se vê em grandes apuros quando tem um atacante rápido pela frente. Se Dracena for pro Timão, Neymar vai fazer a festa em cima dele. A derrota do Santos para o São Paulo por 4 a 3 no segundo turno do Brasileirão (jogo fatal para as pretensões do Peixe ao título) foi emblemática do que quero dizer, e também sob outro aspecto: o Santos tomou três gols de cabeça do Tricolor, sendo dois do anão Dagoberto.


Assim como o meia Marquinhos, que se transferiu (voltou) para seu time do coração, o Avaí, parece que Dracena ficou meio agastado com o episódio Dorival Jr. x Neymar, e com algumas molecagens do elenco santista. Pelos bastidores da Vila Belmiro, soube-se que Marquinhos pelo menos tendeu a apoiar o tio Dorival contra o menino Neymar.

De qualquer maneira, com molecagens e tudo, o Santos foi campeão paulista e da Copa do Brasil em 2010, o único clube paulista e levantar troféu este ano. O que acho como torcedor do Santos é que, suponhamos, 1,5 milhão de euros pelo Dracena, está de bom tamanho. O zagueiro já “cumpriu sua missão no Santos”.

Depois da contratação do ídolo Elano (veja
aqui), ótima notícia aos santistas, a do lateral-direito Jonathan (por cerca de 2 milhões de euros) junto ao Cruzeiro é boa, porque o Santos carece de laterais em seu elenco. A de Charles (por empréstimo do Lokomotiv de Moscou) não se sabe, pois o volante está baleado. Tanto o lateral como o volante são indicações do treinador Adilson Batista. É preciso também reforçar a zaga, e muito, com ou sem Edu Dracena. A vinda do goleiro Aranha me pareceu equivocada, mas no futebol tudo é possível.

PS (às 18:05 de 04/01): O zagueiro santista teria uma reunião nesta segunda com o presidente do Santos, Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro. S
egundo as informações mais recentes, a multa rescisória de 2 milhões de euros prevista no contrato do atleta seria válida apenas para negociação com clubes do exterior. Já o time brasileiro que quiser Dracena terá de pagar R$ 70 milhões para tirá-lo do Santos. O jogador tem contrato até o fim de 2012.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Dilma Rousseff, presidente do Brasil

Valter Campanato/ Agência Brasil
Os milhões de brasileiros que ajudaram a eleger Dilma Rousseff presidente do país tivemos motivos para estar felizes no primeiro dia de 2011, e orgulhosos por termos ajudado a História chegar onde chegou. Como disse Leonardo Boff meses atrás, “terminou o longo amanhecer”.

Muitos de nós que 20, 25 anos atrás, não víamos esperanças no futuro do país e engolíamos a triste cantilena de que o Brasil era o eterno país do futuro (o que equivalia a dizer: o Brasil não pode dar certo), muitos de nós subimos a rampa com Dilma Rousseff hoje, ao mesmo tempo em que descemos a mesma rampa com o presidente mais popular da história, que, como todo bom brasileiro de fibra e de luta, àquela altura já tinha tomado umas e outras, porque ninguém é de ferro.

O espetáculo remeteu-me à Roma dos césares, aquele império que destruía culturas e nações e colocava homens para lutar com as feras, homens contra homens e feras contra feras. Mas a associação é apenas simbólica. A Brasília de hoje assistiu a um teatro mais humano e democrático, onde os mortos e feridos eram meras metáforas. Mas metáforas grandiosas.

Na série protocolar de fatos e eventos, dois dos ministros nomeados por Dilma e empossados hoje, de maneira respeitosa e/ou irônica,literalmente bateram continência para a mulher, ex-guerrilheira, e ainda por cima solteira, que pouco antes passara as tropas em revista. Uma cena memorável, Dilma Rousseff passando as tropas em revista. Os ministros que bateram continência foram José Elito Carvalho Siqueira (Gabinete de Segurança Institucional) e Paulo Bernardo (Comunicações). O primeiro, uma continência militar, respeitosa, hierárquica, mas que pareceu sincera; o segundo, uma continência política (irônica), num certo sentido mais debochada, mas nem por isso menos sincera, provavelmente mais.

Me chamou a atenção no discurso de Dilma hoje, de modo geral, incluindo as falas no Congresso Nacional e no Parlatório, seu apelo à união, quando disse: “A partir deste momento sou a presidenta de todos os brasileiros”, momento em que teve que parar por um instante para engolir a emoção e o chôro.

O exemplo de Obama

Foi aí que me lembrei de Barack Obama clamando veemente e ingenuamente pela união de democratas e republicanos para tirar os Estados Unidos da crise. A política demasiadamente conciliatória de Obama demonstrou ser um equívoco, por subestimar as táticas inescrupulosas do Partido Republicano, para o qual não interessa os EUA darem certo se isso significar Obama e os democratas darem certo. E Obama sofreu a derrota conhecida nas eleições parlamentares de 2010 nos Estados Unidos.

No Brasil, a partir de agora, não acredito que a oposição, se for inteligente, fará um combate muito explícito contra Dilma. Pois eles sabem que perderam uma grande batalha política com a eleição dela, e por isso, por saber da enorme importância da eleição em 2010, jogaram tão sujo na campanha eleitoral. Daqui para a frente, a oposição tem uma ótima carta na mão, Aécio Neves, o tucano de MG. O governo popular que Dilma continua tem duas cartas: a primeira é a própria Dilma; a segunda carta é o agora ex-presidente Lula, que, se quiser, pode retornar de maneira triunfal daqui a pouco menos de quatro anos. Como diriam os mineiros, 2014 está logo ali.