Um jogaço.
Santos 3 x 2 Corinthians, na Vila Belmiro. Jogo digno das tradições do “clássico vovô”, o mais antigo do estado de São Paulo. Com o cumprimento de André, que, à vontade na casa que o revelou, fez dois gols, como quem diz: “olá, como vai?” E o zagueirão Bruno Rodrigo fez o golaço de cabeça, o da vitória, subindo no 25° andar.
O segundo gol de André e do Santos foi irregular. Impedimento triplo. Mas lembro de, às vésperas da semifinal da Libertadores, um corintiano dizer: “vamos ganhar com um gol roubado. Vai Corinthians!”. Então tá tudo certo. Corintiano acha que quando é a favor é um prêmio à raça e ao espírito, e quando é contra é coisa de anticorintianos. “O corintianismo é tedioso” (Luiz Carlos Azenha).
Lembram de Pelé e Coutinho? Neymar e André. Oxalá.
Mas o Corinthians de Tite é muito difícil de bater. Tite montou um dos times brasileiros mais fortes e competitivos dos últimos tempos, goste-se ou não de seu estilo, time que, como já disse antes, não ganhou a Libertadores por acaso. A equipe joga em bloco, o time inteiro joga junto o tempo todo, movimentando-se como um bloco (este é o melhor termo) de fato, lembrando um pouco o Boca Juniors de 2003, embora aquele Boca fosse mais forte, porque tinha craques, e o Corinthians de 2012 não tem. É um time operário.
O goleiro santista Rafael foi o melhor jogador em campo no primeiro tempo. Aos 28, o Corinthians fez 1 a 0 com justiça (pois mandou no jogo nos 20 primeiros minutos), mas em jogada que só um craque poderia fazer, Neymar, espetacular como sempre, na velocidade e na inteligência, dando um drible na defesa inteira,venceu três marcadores e cruzou para o comparsa André mandar às redes e empatar aos 36.
Léo entrega, hermano empata e zagueirão fecha o placar
Divulgação/Santos FC
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Zagueiro Bruno Rodrigo comemora gol da vitória |
No segundo tempo André fez o 2 a 1 na jogada discutida logo aos 3, mas graças a Léo o Timão empatou aos 36 (ducha de água fria). Léo, aliás, muito merecidamente querido pela torcida santista, não dá mais, aos 37 anos. Parece com raciocínio lento. Entregou incontáveis bolas dominadas de presente, e numa delas o adversário saiu dominando e a jogada culminou no 2 a 2 aos 36, do argentino Martínez.
Mas o empate que parecia certo foi desfeito pela cabeçada fulminante de Bruno Rodrigo em cobrança de escanteio (de quem?) de Neymar, dois minutos depois. O zagueirão vem substituindo muito bem o capitão Edu Dracena e hoje foi um dos melhores em campo, além de ter decidido a partida. O melhor, como sempre, foi Neymar. O argentino Patito Rodríguez entrou muito bem nesse time. Desinibido, ousado, provocou alguns salseiros na zaga corintiana: é um jogador importante como abridor de retrancas como a do time de Tite.
O jogo foi pegado, mordido, muito disputado o tempo todo, mas leal, apesar de algumas escaramuças. A disposição e aplicação santista foi impressionante, digna de nota, principalmente no segundo tempo.
O Peixe está em 11° lugar, com 23 pontos, 11 a menos que o Grêmio, na 4ª colocação.
O próximo adversário é o Palmeiras, a asa negra, no Pacaembu, no sábado às 18h30. O Timão também faz um clássico, no domingo, às 16h, contra o instável São Paulo de Ney Franco.