quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Exemplos do jeito tucano de governar São Paulo

A gestão tucana de Geraldo Alckmin, para quem é de São Paulo, é uma mazela cotidiana. Já para quem não é e nem mora no estado mais rico da federação, vão abaixo dois exemplos do que acontece por aqui.

O primeiro, pontual, um flagrante que diz respeito à rotina de quem vive e assiste a uma visível e triste deterioração dos serviços do metrô. O segundo, uma notícia sobre a política da saúde do governo do estado, a política escandalosa e perversa de usar verbas públicas para dar aos planos de saúde privados 25% dos leitos do SUS. Segundo promotor, modelo de saúde em SP não tem paralelo no país.

1) Metrô


Foto acima e informação a partir do twitter de @SerBrasileira na hora do rush desta quarta, 10: “cidadãos aguardam por trens que passam direto sem parada (2 ou 3) para estações seguintes, quando chega o trem vazio, tumulto, a espera chega a 30 minutos, com risco de sofrer acidentes”.

2) Saúde

MP entra com ação contra lei de Alckmin que vende 25% dos leitos do SUS

Por Cida de Oliveira
da Rede Brasil Atual


O Ministério Público de São Paulo protocolou na tarde desta terça-feira (9) ação civil pública que impede o governo estadual de qualquer ação com base na lei 1.131/2010 e no decreto 57.108/11, de 6 de julho de 2011, que a regulamenta. Ou seja, de entregar, entre outras coisas, 25% dos leitos de hospitais públicos estaduais gerenciados por organizações sociais (OS) para particulares e planos de saúde.

"A lei agride frontalmente inúmeras normas constitucionais. E se for implementada vai gerar uma situação aflitiva na saúde pública do Estado", explica Arthur Pinto Filho, um dos promotores que assinam a ação do MP. "Isso porque os dependentes do SUS perderão 25% dos leitos públicos dos hospitais estaduais de alta complexidade, que sabidamente já são insuficientes para o atendimento da demanda de nossa população".

Com a ação, o Ministério Público pede que sejam impedidos contratos de gestão, alterações ou aditamentos de contratos de gestão com organizações sociais; a suspensão dos efeitos concretos do decreto; e que seja fixada multa diária no valor de R$ 10 mil.

Segundo o promotor, esse modelo que Geraldo Alckmin deseja implantar no Estado de São Paulo não tem paralelo em nenhum outro da Federação, além de ser combatido pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS), órgão encarregado das políticas públicas do setor.

A ação deverá ser apreciada ainda esta semana por um juiz designado pela Vara Pública.

A íntegra da matéria está aqui

3 comentários:

Mayra disse...

Em conversas com a Mariana sobre a votação maciça no Macri lá em Buenos Aires - um empresário bem a la Collor que acaba de se reeleger super bem -, começo a compreender um pouco a aprovação das administrações tucanas por estas bandas. Tem muito um sentimento de "dane-se o que é do estado já que eu posso pagar por um atendimento"; é aquele tipo de pensamento bem perverso, e burro claro, que sustenta com orgulho não ter uma necessidade social do estado, o que é, afinal, coisa de pobre. Entende? Há uma classe média aí que se reconhece como superior porque acha, a ignorante, que não depende do estado... Acho que a gente tem muito desse sentimento por aqui, não?

Eduardo Maretti disse...

Mas as realidades de São Paulo e Buenos Aires são muito diferentes. De BA não posso falar, mas, aqui,no estado ou na capital, não é só a classe média ou média alta que vota nos tucanos. O "dane-se o que é do estado já que eu posso pagar por um atendimento" existe, de fato.

Mas há também uma grande massa de pessoas pobres e carentes que votam neles, sem o quê eles não se elegeriam com a facilidade costumeira. Na cidade de SP, que tb elege PSDB/DEM, muita, mas muita gente que foi beneficiada pela gestão da Marta, da periferia carente, votou em Serra para prefeito e depois em Kassab.

Ou seja, é um voto mais abrangente do que apenas da classe média.

Mayra disse...

Então, Edu, é uma "mentalidade classe média" vamos dizer - mesmo quem não pertence a ela acaba tendo essa visão. Bem, essa é uma parte da coisa, e mesmo que seja uma parte só do voto da classe média não deixa de ser sintomático, e assustador: indica a mais absoluta falta de compromisso com o outro no sentido profundo disso.
Ah, classe média é caracterizada com um valor inicial de renda em torno de mil e poucos reais. Sei não, mas acho que boa parte da população de SP ganha isso.