Sobre futebol propriamente dito, um domingo difícil para comentar.
O campeonato paulista está numa fase que você não sabe se dorme ou se vê o jogo. Eu sempre defendi os estaduais, mas com 23 datas (19 na fase de classificação mais quatro nos mata-matas) é insustentável. Com a nova fórmula mediocrizante em 2011 de se classificarem oito times (e não quatro, como nos anos anteriores) para as fases finais, a Federação Paulista de Futebol conseguiu afastar até pessoas que defendem o estadual.
Os times grandes paulistas expõem a integridade de jogadores como Neymar e Lucas (para citar os dois melhores) em 19 rodadas que, na prática, não valem nada. Os clássicos são o único atrativo, agora que o sistema de disputa é feito para que Santos, Corinthians, Palmeiras e São Paulo se classifiquem. São Caetano (8°, 26 pontos), Paulista (9°) e Portuguesa (10°), ambos com 25, disputam a última vaga no G-8. As outras sete equipes já estão definidas, até esta penúltima rodada, nessa ordem: Palmeiras, São Paulo, Corinthians, Santos, Oeste, Mirassol e Ponte Preta. Torço para que a 8ª vaga seja da Lusa, que conseguiu importante vitória contra o Paulista em Jundiaí no sábado por 1 a 0, desde que, havendo um duelo com o Santos, o xerife Domingos não esteja em campo.
Uma palavra sobre cada um dos grandes:
Muricy e Neymar na estreia/ Foto: Divulgação SFC |
Da estréia de Muricy Ramalho pelo Santos não se poderia esperar muito, tanto pelo contexto acima quanto pela situação do time hoje, que luta na quinta-feira, 14, contra o Cerro Porteño pela permanência na Libertadores, tendo que vencer lá no Paraguai. O 0 a 0 fora de casa com o Americana (esse time de aluguel que era Guaratinguetá e se mudou de endereço e de nome) não muda nada na programação do Peixe, que jogou com time misto. Começou no 4-3-3 variando para o 4-4-2 no segundo tempo. Não ver o volante Adriano em campo já foi significativo. Vai ser mais difícil com Muricy o Santos continuar tomando gols absurdos em contra-ataques mesmo vencendo o jogo, como aconteceu nos dois jogos com o Colo Colo, principalmente o da Vila.
O Palmeiras segue em vôo de cruzeiro no Paulistão. Com a vitória tranqüila sobre o Grêmio Prudente, sábado, por 2 a 0, lidera o campeonato. Resta saber se o time vai corresponder ao que espera a torcida palestrina, que não agüenta mais, nos últimos anos, ver o time perder na hora em que de fato a onça bebe água. Na quarta-feira, o time de Felipão pega o Santo André pela Copa do Brasil.
Adriano: marketing arriscado/ Foto: Reprodução |
E o São Paulo também segue em vôo de cruzeiro, no Paulistão (mas passou pelo Santa Cruz no sufoco, pela Copa do Brasil), o que a fácil vitória sobre o Noroeste em Bauru, por 3 a 1, confirma. No dia 20, o Tricolor enfrenta o Goiás no Serra Dourada pela CB, o torneio que Rogério Ceni um dia disse que não se imaginava jogando, mas está jogando, e dando duro, pra ver se encurta o caminho à Libertadores.
Atualizado às 21:54
2 comentários:
A minha primeira reação sobre o Adriano no Corinthians foi negativa. Em primeiro lugar, por estar em fim de carreira (sou sempre a favor da molecada, com gás e vontade de vencer, e o Corinthians sempre teve tradição de investir em categorias de base, por isso é o maior campeão da copinha, chegando a 14 finais e vencendo sete delas). Esse negócio de jogador superstar em fim de carreira, para puxar marketing e assim atrair grana para o clube está me incomodando bastante, e, como é óbvio, nem sempre dá bons frutos. O Ronaldo viveu uma fase linda no Corinthians, e depois foi um fiasco, porque dizer que o Ronaldo jogou o Campeonato Brasileiro de 2010 é piada. O Roberto Carlos não deu certo. Jogou meia dúzia de partidas boas no brasileiro e depois morreu.
Em segundo lugar, porque o Adriano tem essa fama de irresponsável. Não me incomoda o que ele faz com o próprio corpo, como ele quer viver a própria vida, se ele gosta de funk ou de travestis. Mas isso não pode interferir no trabalho, e alguns me chamarão de careta (pouco importa), mas jogador de futebol tem sim de manter uma disciplina mínima, porque é um esporte de altíssimo (e cada vez maior) desgaste.
Em terceiro lugar, porque o Adriano não é o Ronaldo, um gênio do futebol que vale a pena ter no time em qualquer circunstância.
Mas agora estou disposto a ver o que acontece, e, sem querer dar uma de paulista arrogante, acho que nos clubes de SP a questão disciplinar é levada um pouco mais a sério, o que faz com que haja uma certa pressão (dirigentes + imprensa) para que o cidadão ande na linha. Se o Adriano perder um pouco de peso e maneirar na balada acho que ele pode ser positivo pro Corinthians. Além do mais, tem o fato de que é o jogador ideal (se estiver em plena forma) para fazer dupla com o monstro Liedson.
Felipe...
tenho a impressão que o Adriano vai dar certo sim... mas quem vai se dar melhor mesmo será Liedson...
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