segunda-feira, 30 de maio de 2011

Itaquerão: começam trabalhos no terreno, mas obras mesmo ainda não

Meses de atraso e vários adiamentos depois, começou nesta segunda-feira o trabalho de terraplanagem, limpeza e medições topográficas no terreno em Itaquera, onde, espera a Fiel, será erguido o estádio do Corinthians, previsto para ser entregue em dezembro de 2013. É preciso deslocar os dutos da Petrobras que passam no local, o que custará a bagatela de R$ 30 milhões, "dinheiro de pinga" perto do monstruoso orçamento de R$ 1 bilhão.



Segundo a assessoria de imprensa do clube, dois tratores, duas escavadeiras, três caminhões e 20 operários deram início à obra. E, de acordo com matéria do Uol, essa etapa dos serviços terá duração de três meses. Para a construção do estádio propriamente dito, ainda não foi assinado contrato, diz a reportagem.

O estranho é que o valor da obra já está em torno de R$ 1 bilhão. O clube teria como certos R$ 400 milhões do BNDES e R$ 300 milhões de incentivos ficais da prefeitura. Faltam cerca de R$ 300 mi. De onde virão?

Não sou dos que acham um absurdo que o Estado invista em obras desse tipo, pois de uma maneira ou outra, “por meio de isenções fiscais, contrapartidas ou parcerias, o dinheiro público sempre estará em projetos muito grandes e/ou importantes”, como já escrevi aqui. O problema é a falta de transparência.

Seja como for, num arroubo de entusiasmo, o presidente corintiano, Andres Sanchez, em nota, comemorou o início dos trabalhos dizendo: “não descansaremos enquanto não chegarmos ao topo da escada, no dia da inauguração do Estádio da República Popular do Corinthians”.

Esse termo, eu diria hiperbólico, me remete a uma questão. Será Andres Sanchez comunista?

7 comentários:

Nicolau disse...

Andres Sanches é, antes de tudo, um mala. Mas faz admisnistraçaõ que deixará legados importantes para o clube, como o Centro de Treinamento, o centro médico e o estatuto. O estádio ainda não boto na conta, rs. Por outro lado, sua gestão do futebol ele mesmo (contratações, formação de jogadores) deixou a desejar. Sobre suas inclinações políticas, sei que é filiado ao PT.

Paulo M disse...

Enquanto isso, no Palestra, segundo um tal de Perrone, o caçador de irregularidades, o Ministério Público agora quer saber de um alvará de licença que teria caducado. Ufa!!, agora estou entendendo o quanto somos rigorosos na aplicação das leis por aqui, na dedicação pra que elas sejam cumpridas com transparência, lisura e austeridade, competência e fervor, he he. A justiça é cega.

Felipe Cabañas da Silva disse...

Por que o novo estádio do palmeiras todo mundo chama de Arena Palestra, o do São Paulo ninguém chama de "morumbão" ou "morumbizão" (ou gaiola das loucas...hehe) e o do Corinthians já virou generalizado chamar de "Itaquerão", que lembra, é claro, "povão", "piscinão", "feirão", etc. Só eu vejo um certo grau de preconceito de classe nisso? Estou ficando paranóico? Na globo.com eu já vi algumas referências como Arena Itaquera, mas a folha só se refere ao estádio como Itaquerão.

Se o sufixo "ão" tem de acompanhar o que diz respeito à base da pirâmide (o que não deixa de ser tristemente irônico), prefiro que o estádio do meu time vire o "Fielzão". Melhor que itaquerão, e muito melhor que Arena Odebrecht, ou Arena Andrés Sanchez...

Adiós...

Eduardo Maretti disse...

Felipe, acho que vc não é o único a ver "um certo grau de preconceito de classe" em situações como a do nome do estádio e outras.

Mas acho que às vezes o corintianismo coloca uma lente de aumento na questão e acaba virando uma paranoia.

Eu até já tinha programado escrever um post sobre isso, mas perdi as anotações...

Quem sabe eu escrevo. Vou pensar.

abs

Felipe Cabañas da Silva disse...

O corintianismo, meu amigo Edu, é uma lente desgraçada de nítida e que aumenta tudo. Só sabe quem padece desse vício... hehehe

Nicolau disse...

Tem preconceito nisso sim. Mas a melhor reposta a isso por nós corintianos é a que já temos dado: incorporar que somos o time do povo, de todo o povo, especialmente o mais pobre. Maloqueiro e sofredor, graças a Deus.

Felipe Cabañas da Silva disse...

Concordo plenamente com o amigo Nicolau. Mas espero que quando o estádio estiver de pé a decisão sobre o nome caiba à nação corintiana, e não aos preconceitos de classe dos formadores de opinião (que, obviamente, em sua maior parte integram as camadas mais abastadas da população, cuja maioria não torce para o Corinthians). Seria legal se o clube fizesse uma eleição pra definir o nome, uma consulta à torcida, sei lá. Mas acho que infelizmente por um bom tempo o nome vai estar atrelado aos interesses de marketing. Talvez tenhamos que engolir um "Arena Odebrecht" por um tempo. Vai ser uma droga. Mas pelo menos não vamos mais ter que usar uma casa muito pequena para nós (Pacaembu) ou alugar um imóvel com um símbolo horroroso no meio do campo (Morumbambi he he). Fui.