domingo, 29 de maio de 2011

A vitória arrasadora do Barcelona e o sonho do duelo Messi x Neymar

Diante do ainda chocho Campeonato Brasileiro, a luz do fim de semana foi a espetacular vitória do Barcelona por 3 a 1 sobre o Manchester United, conquistando seu quarto título da Liga dos Campeões, que antigamente se chamava Copa dos Campeões da Europa.

Van der Sar não alcança o chute
de Villa: 3 a 1/ Foto: Reprodução
Poucas vezes na vida vi uma final importante – e olha que vi muitas – em que a superioridade de um time fosse tão avassaladora como foi a da esquadra catalã diante dos Diabos Vermelhos neste sábado, 28, em Wembley. Antes de falar dos gols do Barça, vamos combinar que o gol de Rooney, no 1 a 1, foi um belo gol.

Embora eu tenha uma antipatia invencível pelo craque Lionel Messi (talvez uma reação natural minha à babação insuportável de um setor da mídia esportiva tupiniquim para a qual o 10 do Barça é um ser extraterreno), não chegaria à insanidade de não reconhecer que ele está jogando muito e na final jogou ainda mais.

Messi alia o talento com a força: cria jogadas impensáveis num espaço mínimo, dá passes destruidores e é fatal quando tem a chance do gol. Parece um touro com a bola nos pés, pois dificilmente cai, mesmo diante dos zagueiros mais vigorosos.

Mas também não precisa chamá-lo de “gênio” por causa do segundo gol contra o Manchester. A defesa inglesa deu um tremendo espaço – até porque é muito difícil fechar todos os espaços contra um time que tem Daniel Alves e Abidal pelas laterais (Daniel mais ala do que lateral), Xavi, Busquets, Iniesta e Messi no meio de campo, e Pedro, Villa e... Messi no ataque. Sim, porque no meio e no ataque ele está em toda parte.

O primeiro gol do Barça foi mais bonito do que o segundo, de Messi, pois no 1 a 0 Xavi deu aquele passe típico do cara que antevê o espaço, como Tostão fazia (por exemplo no gol de Clodoaldo contra o Uruguai em 1970). Xavi pensou muito a jogada para em poucos segundos encontrar Pedro, que só fuzilou. No gol de Messi, além da defesa dar espaço, o goleirão holandês do United, Van der Sar, na minha opinião, falhou. Gols iguais a esse Rivelino fez aos montes – Rivelino que Diego Maradona disse que era seu maior ídolo e aquele no qual mais se inspirou no futebol.

Já o terceiro gol, de Villa, foi uma pintura, jogada que surgiu aliás de uma infiltração de Messi pela direita, e a zaga do Manchester – sufocada com a blitz adversária por todo o segundo tempo, com a infernal troca de passes e total domínio da bola, como um boxeur nas cordas – se confundiu, e o time inglês foi à lona.

Eu não gosto muito de estatísticas para se falar de futebol. Mas quero chamar a atenção para duas da final de Wembley. Durante toda a partida, foram cometidas 21 faltas, cinco do Barcelona, 16 do Manchester. E o time espanhol teve 63% de posse de bola. Ou seja, foi de fato arrasador.

Veja os gols do jogo:



Neymar e Messi?

Já há quem sonhe com um duelo Messi x Neymar numa possível final de Mundial entre Santos e Barcelona. Duas personalidades, a Eminência Parda e Deva Pascovitch, entre outras, acham que, se ganhar a Libertadores, o Santos pode bater o Barça.

Eu, cá da meu púlpito de São Tomé, estou focado no Cerro Porteño quarta-feira, na partida de volta da semifinal da Libertadores, quando o Peixe se classifica com um empate ou qualquer derrota por um gol de diferença, desde que marque pelo menos um tento. Passando, ainda terá a final em dois jogos, contra Vélez ou Peñarol. Só após esses três jogos é que dá para pensar num encontro entre Messi e Neymar.

Para quem gosta de futebol, seria um encontro de sonho.

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