terça-feira, 9 de novembro de 2010

Um caso jurídico digno de Freud

Deu no Estadão. O juiz Edilson Rumbelsperger Rodrigues, de Sete Lagoas (MG), foi colocado “em disponibilidade pelo Conselho Nacional de Justiça por 9 votos a 6”. Em outras palavras, afastado do cargo, em julgamento do CNJ, por ao menos dois anos.

Ao julgar um processo que envolvia a Lei Maria da Penha em 2007, o magistrado (sic) viu um “conjunto de regras diabólicas". Segundo a matéria do Estadão, o homem investido do poder de julgar escreveu ainda na decisão:  “Ora, a desgraça humana começou no Éden: por causa da mulher, todos nós sabemos, mas também em virtude da ingenuidade, da tolice e da fragilidade emocional do homem (...) O mundo é masculino! A ideia que temos de Deus é masculina! Jesus foi homem!".

Enfim, o juiz dizia que “para não se ver eventualmente envolvido nas armadilhas dessa lei absurda, o homem terá de se manter tolo, mole, no sentido de se ver na contingência de ter de ceder facilmente às pressões".

No julgamento, foi questionada inclusive a sanidade mental do insigne magistrado mineiro.

Ao contrário do caso Mayara Petruso (entre outros absurdos*), que está sendo processada por dizer que “nordestino não é gente”, o do juiz Rodrigues, também revelador, chega porém a ser cômico.  O homem seria um excelente objeto de estudo para Freud.

Cabe observar que o Conselho Nacional de Justiça, cuja criação foi tão combatida por lobbies do Judiciário e operadores jurídicos com interesses ameaçados, é um órgão importante para coibir os abusos do Judiciário.

A matéria do Estadão está aqui.

*Atualizado às 22h46

3 comentários:

Felipe Cabañas da Silva disse...

tragicômico

o dito "juiz" daria um bom personagem para um filme do Fellini.

Victor disse...

Um juiz com tamanho desiquilibrio nas suas análises, como será que julgou os seus últimos casos? Este foi somente a ponta do iceberg.
Por falar em desiquilíbrio ninguém mais falou do telefonema que Gilmar Mendes Dantas recebeu de Serra durante o julgamento da validade do RG para votar. Ah ! se fosse o tio Lula...manchetes e manchetes até hoje.

Victor disse...

Desequilíbrio, sorry Pasquales...rs