Retas finais, decisões de campeonato ou, no meu caso, um clássico como Santos x Corinthians, por exemplo, fazem aflorar nas pessoas um pendor irremediável por deuses e santos.
Nessa última semana, por exemplo, não foram poucos (inclusive amigos meus) os corintianos invocando São Jorge, com todo o fervor... Por quê? Porque só um desses acontecimentos que só o futebol proporciona impedirá que o Fluminense seja o campeão brasileiro neste domingo. Ou seja, o milagre de o Flu não bater o rebaixado Guarani no Rio, com estádio lotado. O Corinthians pega o Goiás em Goiânia. Para ser campeão, o Cruzeiro precisa ganhar do Palmeiras em Minas e que nem Timão nem Flu vençam suas partidas.
Com ou sem "mala branca", o time das Laranjeiras só não ganha o título se for muito incompetente. Mas, mesmo que o time atue abaixo da média, Darío Conca – que entrará em campo pela 38ª vez no Brasileirão –, o craque do campeonato, será o diferencial. O argentino, mais do que ninguém, merece o título.
Voltando à religiosidade no futebol. Lembro de um episódio, se não me falha a memória quando eu tinha 12 anos, em 1972. Santos x Corinthians, pelo radinho de pilha. Aos 42min do segundo tempo, ainda estava Corinthians 1 a 0. Foi então que fiz uma singela oração pedindo a Deus que ajudasse o Santos a empatar.
De repente, minhas preces deram resultado e... pênalti pro Santos, em Cláudio Adão, na narração de Haroldo Fernandes pela rádio Tupi, 1040 Khz. O narrador, inconformado, vociferava que aquilo era “um escândalo”, que não foi pênalti etc. (No tape, à noite, vi que foi um dos pênaltis mais pênalti que já vira na vida.) E Claudio Adão empatou aos 43. A única certeza que hoje tenho é que não foi Deus o responsável por aquele empate. Pois Ele deve ter muito mais o que fazer do que ficar cuidando do desespero de torcedores de futebol. Foi uma mera coincidência.
No Rio de Janeiro muitos cariocas, inclusive torcedores do Fluminense, acendem vela a São Jorge. O dia do santo, 23 de abril, é feriado no estado do Rio, onde tem até a Igreja de São Jorge, no Campo de Santana, no Centro. Quer dizer, se São Jorge de fato for justo, vai ter que pesar na balança quem merece mais o título, já que são muitos os seus devotos, corintianos ou fluminenses.
E, como todo mundo sabe, “se macumba ganhasse jogo o campeonato baiano acabava empatado”.
3 comentários:
Não sei se São Jorge vai conseguir, não. O que antes era provável virou um sonho, he he. A coisa está mais pra São Judas, o das causas impossíveis.
Por falar em macumba, acho que o Vanderlei, um adepto destas práticas, deve ter enterrado vários sapos no Parque Antártica, depois que foi demitido pelo Belluzzo. A coisa foi tão forte que acertou o time e o presidente do Palmeiras..hehe
Paulo... no palmeiras nem Santo Expedito...
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