"Ao contrário da vasta campanha da mídia ocidental segundo a qual a assassina confessa Sakineh Mohammadi Ashtiani foi libertada, uma equipe de produção da emissora da emissora da Press TV conseguiu com autoridades o direito de seguir com Ashtiani até a casa dela para produzir uma reconstituição visual do crime na cena do assassinato."
Esta é parte da nota divulgada pela emissora de TV iraniana Press TV em sua página da internet, negando que Sakineh Ashtiani tenha sido libertada, como relatado neste blog e em toda a imprensa ontem.
Bom, ao postar a notícia da libertação, eu dizia esperar que "o fato que acaba de ser noticiado não seja um blefe (...). Sabe como é, na 'democracia' iraniana..."
A ativista Mina Ahadi, que ontem comemorava a libertação, disse hoje em entrevista exclusiva ao Uol que "ao torturar e expor seus prisioneiros a emissões televisivas falsas, o regime tenta mascarar seus crimes e reduzir a pressão contra ele. Dessa forma, esse caso torna explícita a natureza criminosa desse regime e de seu sistema judiciário”.
Quer dizer, não era blefe, mas um teatro canalha. A emissora afirma que são políticos os motivos pelos quais o Ocidente faz a campanha pela libertação. De modo que aparentemente nada muda na realidade do Irã governado por fanáticos e o destino de Sakineh continua tão obscuro como antes. O governo iraniano não se pronunciou oficialmente ainda, mas como a Press TV é estatal, conclui-se que a versão é a do governo.
A quem interessar, a matéria da Press TV, em inglês, está neste link.
Atualizado às 17h34
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