sábado, 3 de julho de 2010

Adiós, adiós, adiós, adiós

Alemanha 4 x 0 Argentina. Um jogo histórico, que mostra o quanto as bravatas e a arrogância são insuficientes no futebol. Vitória do futebol alegre e jovem, aliado à quase perfeição tática.

Ninguém viu Messi jogar nesta Copa. Fez ótimas jogadas contra as galinhas mortas Coreia do Sul,Grécia e Nigéria, na primeira fase. Messi é o Ronaldinho Gaúcho deles. O queridinho da “imprensa esportiva” brasileira não decidiu, não apareceu, não fez um gol sequer no Mundial. Pífio. Concorre com Cristiano Ronaldo e Rooney para ganhar o Troféu Adeus do Mundial.

Foto: Reprodução
Queridinho da mídia não fez sequer um gol

Philipp Lahm, Schweinsteiger, Müller, Ozil, Podolski e Klose entornaram o mate da cuia. Destaque para Müller, Ozil e Podolski, jovens craques de um time multirracial que incorpora as várias faces da Alemanha atual. Futebol tem que ter alma jovem e encantar. Tem que ter gols, vibração.

A milonga perdeu.

PS: o título em verde-e-amarelo é uma homenagem aos hermanos do jornal argentino Olé, que ontem estamparam a manchete “Brasil 2014” em seu site, com as letras em laranja.

Atualizado às 22h30

Confiram os gols do massacre alemão contra los hermanitos:


11 comentários:

Felipe Cabañas da Silva disse...

Nao caio na onda da arqui-rivalidade inventada pela mídia. Eles fazem gozaçao lá, o idiota do Tiago Leifert faz gozaçao aqui. Pra esquecer o fiasco do time brasileiro medíocre descontamos na Argentina. Ridículo. Pra mim o chocolate de 4x0 que a Argentina tomou foi mais honroso que a derrota histérica do Brasil. Eu vi a coletiva do Maradona. Veio para a Copa jogar futebol. Botou a Argentina pra jogar na frente, buscar o gol, declarou abertamente que quis resgatar a tradiçao do futebol argentino. A Alemanha foi melhor e mereceu. Ganhou porque soube anular o ataque argentino e o Messi, que é sim um grande jogador. A Argentina terminou tomando um banho tático. Esteve perto de empatar o marcador, mas a Alemanha fez exatamente o que tinha de fazer na hora certa para aniquilar o adversário: o segundo gol. A partir daí bateu o desespero e mais dois gols entraram. Mas o placar nao condiz com o equilíbrio do duelo.

A Argentina fez uma Copa do Mundo honrosa e merece respeito.

João disse...

equilíbrio do duelo??? kkkkkkkkkkk
ainda bem que foi equilibrado, senão ia ser vira 5 acaba 10.
eles comemoraram nossa derrota, pq não vamos comemorar a deles?
adiós maradona!

Eduardo Maretti disse...

Fala Felipe!
Vou discordar de vossa senhoria nuns pontos... Acho que existe, sim, uma babaquice na insistência da arqui-rivalidade, uma coisa que não tem nada a ver. O que eu queria ver mesmo é uma final Brasil x Argentina, um senhor clássico. Só não é maior que Santos x Corinthians... he he

Mas essa arqui-rivalidade não é só inventada pela mídia não. No futebol a rivalidade existe e é inegável que ganhar da Argentina é muito bom! O que seria do futebol sem rivalidade? Como disse o João acima, eles comemoraram a derrota do Brasil, até na (ótima) edição do jornal Olé", como eu disse no post.

No meu caso (e eu gosto e admiro o futebol argentino e adoro Buenos Aires), não desconto na Argentina pra esquecer o fiasco do time brasileiro. Que, dito isso, foi muuuuito menor que o do time de Maradona, que caiu de 4.

"Botou a Argentina pra jogar na frente, buscar o gol, declarou abertamente que quis resgatar a tradiçao do futebol argentino"?????? Francamente, o time de Maradona é taticamente uma piada, ridículo, e merecia ter tomado de seis, como tomou da Bolívia nas Eliminatórias. Um time sem meio de campo. Num jogo como o de hoje, Messi só cisca, parece uma galinha. Ele brilha nos joguinhos. O centroavante, o tal Higuaín,parece o craque (ha ha ha)Iaqüinta da Itália. Um poste. Mas joga no Real Madrid e todo mundo acha um grande jogador. André (que o Santos já vendeu) e Dentinho são melhores.

A defesa, viu-se contra a Alemanha como é sólida!

A Argentina esteve "perto de empatar o marcador"??? Claro, teria perdido de 4 a 1.

Então, discordo completamente do comentário.

Abração.

Vou tomar uma, porque já tô com síndrome de abstinência!!! O que fazer amanhã, um domingão sem jogo da Copa?!?!?!

Felipe Cabañas da Silva disse...

Não vou ficar batendo boca. Mas a Alemanha só deitou e rolou depois do segundo gol, quando bateu o desespero da Argentina. Até então a bola estava no pé da Argentina, o primeiro tempo foi quase inteiro da Argentina.

Coisa muito parecida aconteceu no jogo Brasil x Holanda. Com o time brasileiro descompensado, a Holanda teve chance de fazer o terceiro e o quarto. Os atacantes desse time alemão são, inquestionavelmente, mais competentes que os da Holanda. E de piada no time argentino só tem a defesa e o goleiro, com isso eu concordo plenamente. Mas quem somos nós pra falar de meio-campo? Sem o nosso ilustre "atleta de Cristo" Kakazinho proporcionamos um dos jogos mais horríveis da copa, Brasil 0 x 0 Portugal

alexandre disse...

Bom, Felipe Cabañas, com todo respeito a vc e a Argentina, mas bola no pé não significa domínio de jogo. Jogo não é só bola no pé, é esquema tático, domínio de campo e finalizações com êxito. O esquema de defesa alemão anulou por completo a ofensiva argentina e o ataque teve êxito em suas jogadas concluídas. Não deu pros vizinhos. Mas vai aí um abraço brasileiro.

Felipe Cabañas da Silva disse...

Companheiros, nos últimos dias andei questionando honestamente minha simpatia pelo futebol argentino. Meu avô materno, como o nome indica, era argentino, seus pais espanhóis. Passou boa parte da vida no Brasil, torcia pelo Palmeiras e meus tios negam até a morte essas gotas de argentinidade em nosso sangue.
Mas minha simpatia pela alvi-celeste não vem das origens, nem, tampouco (embora isso seja importante) de um apego pelo Mercosul. É algo mais transcendental. Inquestionavelmente, o futebol brasileiro está anos-luz na frente do futebol argentino. Já éramos tri-campeões mundiais quando a Argentina ganhou seu primeiro título, em casa, um título questionado num torneio cheio de manipulações pela ditadura, para quem era interessante dar um título mundial ao povo para se manter no poder: a boa e velha política do pão e circo.
Temos mais títulos, temos mais gênios que gravaram o nome na história do futebol, temos mais goleadores, mais pontos no ranking da FIFA, mais tradição e mais prestígio pelo mundo afora. Mas os argentinos têm uma relação com sua seleção que nós não temos: são fanáticos, apaixonados, sentem-se representados por ela, suas vitórias e derrotas têm um peso enorme, peso que nós, acostumados demais a ganhar e a ser sempre os favoritos, já não depositamos na nossa. Há muito tempo, também, tornando-nos o império do futebol, nos acostumamos a exportar nossos jogadores e a ter sempre 90% de “estrangeiros” em nossos times. Jogadores que fazem as alegrias de outras torcidas e que só lembramos que são brasileiros quando vestem a camisa amarela.
Torcer pro Brasil perdeu a graça. A seleção brasileira é o São Paulo: elitizada, organizada e burocrática. Sempre favorita, quando os títulos vêm parecem pálidos, cinzentos, um tanto tristes e previsíveis. Quando não vêm, elegemos um desgraçado que fez tudo errado e estragou a nossa festa murcha. O cristo da vez é o Dunga, e o imbecil, mas não vilão, Felipe Melo. A Argentina é o Corinthians. Com vitórias sofridas, derrotas amargas, em todos os campeonatos é uma incógnita, embora seu poder no futebol seja inquestionável. Quando entra como favorita e perde, é como se o mundo desabasse. O futebol Argentino é trágico, como um tango. O futebol brasileiro virou um pagodinho de terceira categoria.
Podem descer a lenha nesses sentimentos. Podem me chamar de louco. Mas o bom e velho futebol é o esporte transcendental por excelência. Envolve nossa razão e nossa desrazão. Abraços alvi-celestes e alvi-negros amargurados.

Paulo M disse...

Corintiano agora deu pra gostar da Argentina rsrs. Ou será que a rivalidade Palmeiras/Corinthians tb é coisa da mídia? Coisa de mídia é esse timinho da Argentina, badaladíssimo fora de campo inclusive pela mídia brasileira. O fato é que a Argentina levou uma aula de um time que está encantando todo mundo. Vibrei. E esse "Brasil 2014" do "Olé" deve ser uma expressão inconsciente pela alegria de nossos fregueses de não ter que encarar o Brasil nas Eliminatórias. É mídia, sim, mas é paixão também, e a paixão é difícil de explicar. A Argentina que se lasque...

Edu Maretti disse...

Pegue a seleção titular da Argentina e veja quantos jogadores atuam na Europa. O único que joga em seu país é Otamendi, um grosso, do Vélez Sarsfield. Uma continha simples: 10 jogadores "estrangeiros" num time de 11 = 90%.

Vou substituir uns termos, tempo verbal e substantivos da frase que fala que "nos acostumamos a exportar nossos jogadores e a ter sempre 90% de 'estrangeiros'"... e fica assim: "Os argentinos se acostumaram a exportar seus jogadores e a ter sempre 90% de estrangeiros em sua seleção. Jogadores que fazem as alegrias de outras torcidas e que só se lembram de ser argentinos quando vestem a camisa alvi-celeste".

Esse negócio de que os argentinos são "são fanáticos, apaixonados, sentem-se representados" pela seleção, e nós não, virou um mero clichê. Clichê midiático, inclusive (e que vira marketing argentino). Eles têm o jeito deles, gostam de tango; nós temos o nosso, gostamos de samba. As lágrimas de Angel Di Maria não são mais sinceras do que as de Robinho ou Julio Cesar. Torcedores brasileiros choram e argentinos também, com paixões igualmente sinceras, mas diferentes, pq são culturas diferentes.

Messi foi para o Barcelona ainda adolescente. Jamais disputou uma partida como profissional, por um clube, em seu país. Tenho certeza que Robinho (do Santos) é mais brasileiro do que Messi (do Barcelona) é argentino.

E ponto.

Felipe Cabañas da Silva disse...

Pequena correção: Verón também atua na Argentina, no Estudiantes de la Plata, terra de meu saudoso avuelo.

Dito isto, o Brasil é o país exportador por excelência pelo menos desde a década de 1970 da matéria prima do futebol, o jogador. Não adianta comparar os níveis de consumo de jogadores brasileiros no mundo com os níveis de consumo de jogadores argentinos, este é mais um número no qual o Brasil está dando uma lavada. Desde que as transações de jogadores atendem pelas regras da oferta e da procura, o Brasil é e sempre será o campeão, por um motivo econômico muito simples: temos mais matéria prima, somos um país mais desenvolvido em matéria de futebol.

Enfim, essa é uma discussão na qual as partes não estão dispostas a abrir mão de seus argumentos. A seleção brasileira, pode o Galvão Bueno se esgoelar e a Globo criar 389 jingles cada um mais idiota que o outro, empolga muito pouco. Diga pra mim, Edu: você consegue torcer mais pra seleção brasileira que pro Santos? Você pode dizer que sim, e eu não acreditarei...

Adiós muchachos...

Edu Maretti disse...

Não, Felipe, torço mais para o Santos. E daí? Um boquense torce mais para a seleção? Não.

Verón? Tá velho, coitado. Só jogou contra galinhas mortas. Nos mata-matas, entrou no lugar de Tévez pra ganhar o bicho no finzinho contra o México e nem apareceu contra a Alemanha pra cair de 4. Não é um dos 11. E, pelo visto, nem para Maradona. O cara é um gordo, como o ex-Fenômeno.

Não sei por que tanta preocupação com Galvão Bueno. Eu não vi sequer um jogo narrado por ele nesta Copa. Nem sei o que ele disse ou deixou de dizer.

Felipe Cabañas da Silva disse...

hehehe... meu, quando começar a Copa de 2014 a Argentina completará 28 anos de jejum. 28 ANOS!!!!!!!! 7 COPAS!!!! e 6 copas sem nem chegar à semi-final...

Pra um país que esteve perto de igualar Brasil e Itália em 1990 e se tornar um tri-campeão mundial de futebol é bastante amargo. Com certeza se eu fosse um boquense, do alto de minhas seis libertadores, ia cuspir sangue pra ver a seleção ganhar uma copa. Os argentinos da minha idade nunca viram a argentina ganhar uma copa, enquanto eu já vi o Brasil ganhar duas vezes.

Enquanto a maioria das pessoas sensatas vão para o lado dos vencedores no futebol, eu, como bom corintiano de nascença, me afeiçoo a todos os que estão de jejum, aos que saem dos torneios esfacelados, "sem forças para mais nada", aos que desejam um título com a força das entranhas.

Daria os cinco títulos mundiais do Brasil por uma mísera libertadores para o Corinthians... he he