sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Nações Unidas dizem sim à Palestina


Não podia descansar sem registrar um fato que, como eu já disse aqui, é a causa mais importante do início do século XXI: o reconhecimento da Palestina como Estado.

A Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou o pedido da Palestina de ser reconhecida como Estado observador na comunidade internacional. É o mesmo status que tem o Vaticano. O requerimento, apresentado pelo presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, foi aprovado por 138 votos das 193 nações votantes. Outros 41 países se abstiveram e apenas nove votaram contra, claro que Israel e Estados Unidos entre estes. Os outros sete contrários são Canadá, República Tcheca, Palau, Nauru, Micronésia, Ilhas Marshall e Panamá.


Placar da Assembleia Geral das Nações Unidas – quinta-feira, 29/11/2012

O fato tem uma importância política e diplomática enorme. Significa que a partir de agora “o território de Gaza, Cisjordânia e Jerusalém Oriental passam a ser territórios ocupados [por Israel] de um Estado já reconhecido pela ONU”, me disse o embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben, para matéria que vai sair nesta sexta na Rede Brasil Atual.

De resto, a posição de Israel e Estados Unidos foi fragorosamente vencida por 138 países contra nove e 41 abstenções (os que votaram envergonhadamente contra os palestinos). Entre os que se abstiveram, duas potências europeias, Alemanha e Grã-Bretanha.

A posição de Israel e Estados Unidos os isola ainda mais numa posição retrógrada que não chega nem perto do acordo de Oslo (Noruega) em 1993 (19 anos atrás), mediado pelo então presidente Bill Clinton e assinado pelo premiê israelense Yitzhak Rabin e o líder palestino Yasser Arafat. Pelo acordo de Oslo, por um momento o mundo acreditou que a paz surgira no Oriente Médio. Mas infelizmente Rabin foi assassinado por um fanático judeu ortodoxo ultradireitista e a paz dançou.

O Estado palestino agora tem poder de voz, e não ainda de voto, o que só chegará quando for admitido como Estado pleno. Mas o avanço é evidente.

Do primeiro ministro israelense, Benjamin Netanyahu, não se podia esperar atitudes enobrecedoras, é preciso admitir. Como direitista que é, prefere a guerra. Com sua intransigência, Netanyahu prefere negar o acordo com o moderado Mahmoud Abbas para continuar tendo como único diálogo o diálogo da guerra com o Hamas.

Mas de Barack Obama esperava-se alguma grandeza. No episódio histórico na ONU hoje, objeto deste post, a postura dos Estados Unidos de Obama mostra que, como estadista, ele é um zero à direita.

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