sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Acordo entre Planalto e governo de SP sobre segurança pública decorre das eleições


O post anterior, publicado logo abaixo, ficou frio depois da notícia mais quente que tivemos após as eleições, a de que o governo de São Paulo, premido por uma situação insustentável, finalmente cedeu e acabou aceitando ajuda federal para conter a violência no estado, provocada pela guerra entre PCC e Polícia Militar, depois de intensa troca de acusações, durante a semana, entre o governo de Geraldo Alckmin (via seu secretário de Segurança, Antonio Ferreira Pinto) e o Ministério da Justiça.

Segundo divulga o Blog do Planalto, a parceria entre o até então arrogante governo paulista e o Planalto se deu após telefonema da presidente da República a Alckmin:

"A ministra da Secretaria de Comunicação Social, Helena Chagas, anunciou que a presidenta Dilma Rousseff, em ligação ao governador Geraldo Alckmin nesta quinta-feira (1º), ofereceu todo apoio para que São Paulo enfrente o problema da violência. Ficou agendada para a próxima semana uma reunião entre o Ministério da Justiça e representantes do governo paulista para estudar parcerias para o setor."

De acordo com a Agência Brasil, "os termos da parceria serão definidos pelos dois governos em uma reunião marcada para o começo da próxima semana. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, será o enviado do governo federal ao encontro".

Penso que a notícia é muito positiva, pois me parece que, se concretizada, a parceria decorre das eleições municipais, que mostraram a urgente necessidade de renovar o pensamento, as relações entre as esferas de poder (municipal, estadual e federal), a relação do Estado com a cidadania.

A truculência e a intransigência foram vencidas nas eleições em São Paulo. A renovação, impulsionada pela vontade das urnas, tem de ser concreta. O governador Alckmin sabe disso, e disso depende sua própria sobrevivência política. Ele sabe muito bem que precisa articular para varrer José Serra da cena política paulista.

O apoio enfático do candidato Gabriel Chalita (do PMDB, mas muito ligado a Alckmin) a Fernando Haddad no segundo turno não foi à toa. Chalita defendeu "uma nova maneira de fazer política". Se Alckmin mantém a arrogância e a intransigência, ele vai pelo mesmo ralo que engoliu Serra.

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