sábado, 17 de setembro de 2011

Mídia se preocupa com IPI de carro importado

A manchete de capa do jornal O Estado de São Paulo de sexta-feira, 16 de setembro, é a seguinte: "Governo eleva IPI e carro importado pode ficar até 28% mais caro".

Fiquei encafifado com essa manchete. A primeira expressão que veio à minha mente ante as letras garrafais foi: "mas e daí?" Com tantas notícias e potenciais manchetes, por que a preocupação com o imposto sobre carro importado a ponto de virar manchete de um dos grandes jornais do país? A resposta a essa pergunta fica para o leitor resolver. Que o leitor decifre esse enigma.

A preocupação não é exclusiva do Estadão, diga-se. Pipocou pela mídia nos últimos dias. Eu ia escrever algo, mas vi que o deputado Brizola Neto já abordou o tema em termos com os quais eu concordo. Segue abaixo.

Exagero? De quem?

Por Brizola Neto - no Tijolaço.

É discutível a questão dos benefícios ao consumidor e da concorrência entre as montadoras instaladas aqui – que mal ou bem geram emprego e, embora importando muito, movimentam a cadeia produtiva interna – mas a nossa imprensa parece estar tomada de um furor concorrencial quase bélico.

Tendo Miriam Leitão como “Joana D’Arc” (perdão, Joana), apelam à OMC para derrubar o “furor protecionista” de nosso Governo. É bom lembrar que, e muito corretamente, a propriedade de meios de comunicação no Brasil também tem seus mecanismos protecionistas, por outras razões. Econômicas ou culturais, as razões que um país tem para proteger-se são justas, se isso não implica exclusão total das influências ou produtos externos.

E não é que num destes areoubos internacionalistas, a Folha acaba apelando para um exemplo que desnuda todo o exagero com que o tema está sendo tratado? veja o que se publica sob o título Para gerente de loja de carros de luxo, governo “exagerou”:



A decisão do governo de elevar em 30 pontos percentuais o IPI para carros importados amargou o café de Breno Floriano, 32, gerente comercial de uma loja de veículos de luxo em Ribeirão Preto (303 km de São Paulo).Segundo ele, o aumento do imposto vai encarecer em até R$ 300 mil os custos de importação de um veículo.

O Rolls Royce Phanton que acabou de comprar, por exemplo, vai custar R$ 1,309 milhão, ante os R$ 1,010 milhão previstos inicialmente.Ribeirão Preto é reconhecida com um dos principais polos de consumo de carros de luxo do país. “Com esse custo a mais, vai ficar difícil vender carros importados. Acho que governo exagerou na medida”, disse.

Exagero, desculpe, é achar que o direito de comprar com imposto reduzido um Rolls-Royce Phanton de R$ 1 milhão deva se sobrepor aos interesses da economia nacional. Até porque quem quer este Maria Antonieta sobre rodas que está na foto do post, pode e deve pagar bastante imposto pelo seu luxo. Aliás, já paga, porque um gerente de loja ter um carro desses é sinal que a loja salga e muito no preço.

Se quer fazer economia, tem carro brasileiro para isso. Se quer ser esnobe, passe no caixa
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Um comentário:

R. B. Ferreira disse...

Ah Fala SÉRIO! o cidadão achar exagero aumento do IPI sair no jornal é muita ingenuidade.

Quer entender? explico: Com o aumento maldito um carro popular importado de 34 mil vai para 44 mil.

MEU AMIGO são no mínimo R$10 mil de aumento de imposto para um carro popular! a renda média do brasileiro é 1290 isso dá 9 MESES DE TRABALHO só para pagar o AUMENTO DO IMPOSTO.

isso é um TAPA NA CARA DO CIDADÃO que não quer pagar uma FORTUNA nas CARROÇAS ridículas que os italianos, americanos e alemães fabricam no Brasil e vendem com uma MARGEM DE LUCRO TRES VEZES MAIOR que em qualquer outro lugar do mundo!

O brasileiro médio literalmente trabalha pra pagar carro que e vc acha exagero isso sair no jornal? A vontade é de SAIR NA RUA E FAZER REVOLTA ABERTA, que país de ##### é esse?