Por Raoni Scandiuzzi
Da Rede Brasil Atual
Dois dos seis agressores que espancaram um pai e um filho, na madrugada de sexta-feira (15), durante uma exposição agropecuária de São João da Boa Vista, foram identificados pela polícia. O pedido de prisão preventiva feito pelo delegado titular do 1º Distrito Policial, Fernando Zucarelli, foi negado pela Justiça.
As vítimas foram interpeladas por um grupo de seis jovens e questionadas se eram gays, antes de serem atacadas. Um dos rapazes que confessou a participação negou, em seu depoimento, ter agido por discriminação sexual. Segundo o delegado Zucarelli, não há data marcada para ouvir o outro identificado.
Há mais de dez anos, tramita no Congresso Nacional uma lei para criminalizar a homofobia, o Projeto de Lei da Câmara (PLC) 122/06. Pela dificuldade de acordo com a bancada religiosa da Casa, foi elaborado um novo projeto, batizado de Lei Alexandre Ivo, para tratar do tema.
Alexandre Ivo, de 14 anos, foi assassinado brutalmente por um grupo de skinheads quando voltava de uma festa, em São Gonçalo (RJ). A suposição de que o garoto seria homossexual, teria movido a ação violenta da gangue.
As organizações de defesa dos direitos humanos e do respeito à liberdade de orientação sexual criticam a morosidade na tramitação da lei e veem no conservadorismo do Congresso Nacional um dos grandes empecilhos ao combate à violência movida pelo preconceito e a discriminação.
Autônomo, de 42 anos, o homem que teve um pedaço da orelha cortada estava abraçado ao filho quando ambos foram interpelados – eles não se viam havia dois meses. "Eu não sou gay, meu filho não é gay, mas a gente não tem nada contra. E aí se a gente fosse? E quem é? Meu Deus, se a pessoa não tiver o direito de viver como ela acha que deve, o que a gente faz", disse ele, em entrevista a Tatiana Fávaro, d'O Estado de S. Paulo.
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