terça-feira, 14 de junho de 2011

Após superar vulcão, Santos se concentra para o Peñarol em Montevidéu

Santos decide Libertadores contra velho rival Peñarol nesta quarta, 15, em Montevidéu, às 21h50, e na próxima, dia 22, no Pacaembu, no mesmo horário.

A torcida santista vibrou pelo twitter, por e-mail, por celular quando chegou a notícia de que o vôo que levava a delegação a Montevidéu havia pousado. O vulcão chileno Puyehue bem que atrapalhou, provocou ansiedade, tensão, mas o time enfim venceu a primeira batalha, contra a natureza, e agora a nação santista espera o início da guerra (no bom sentido, o esportivo) pelo tricampeonato da Libertadores, nesta quarta-feira, 15 de junho. O jogo de volta, no Pacaembu, será dia 22.

Torcedor comemora no twitter chegada do avião a Montevidéu

O duelo se consolida neste 2011 como um clássico da América Latina. Em 1962, sem Pelé, machucado, o Peixe foi a Montevidéu e conseguiu a vitória, por 2 a 1, contra o mesmo Peñarol, no estádio Centenário. No jogo de volta, na Vila, numa partida cheia de alternativas, um torcedor jogou uma garrafa em campo após os uruguaios fazerem 3 a 2. Descrição do jornal O Estado de S. Paulo do que sucedeu: “A partida ficou paralisada por quase uma hora e meia e, após intermináveis discussões, Robles [o árbitro chileno] foi convencido pelos dirigentes da Conmebol a reiniciar o duelo a fim de acalmar os torcedores, mas por decisão secreta do árbitro a partida fora suspenso no momento em que a garrafa do torcedor caiu no gramado. Nenhum dos jogadores sabia disso, nem os 22 mil torcedores (...)

“Com a bola rolando, o Santos buscava o empate e o Peñarol se defendia. Até que, aos 51, Pagão fez o terceiro gol santistas. O empate por 3 a 3 representava a conquista do título. No dia seguinte, o Estado e os outros jornais paulistas davam em edição especial o título ao Santos. Porém, a Conmebol acatou a decisão do juiz e deu a vitória ao Peñarol. Com um triunfo para cada lado, o tira-teima foi marcado para 30 de agosto. Para azar dos uruguaios, desta vez Pelé estaria em campo. E os 50 mil torcedores que foram ao Monumental de Núñez, em Buenos Aires, viram uma exibição perfeita do time santista.”

O Santos ganhava assim a negra por 3 a 0 e conquistava a primeira Libertadores.

De 1962 e 2011: Zé Love, Pelé, Neymar e Elano, na segunda, 13
Foto: Ricardo Saibun

49 anos depois, eis que a mesma final se repete, cercada de eventos inusitados, fumaça de vulcão pelo caminho. Neymar é recebido na capital uruguaia como pop star. O time do Peñarol, uma equipe forte, bem organizada taticamente, não vai ser adversário fácil. Não custa lembrar que os uruguaios eliminaram Internacional, Universidad Católica e Vélez Sarsfield nos mata-matas, todos fora de casa. Por isso, todo cuidado será pouco em Montevidéu, pois um resultado satisfatório dificultará o jogo demasiadamente fechado do Peñarol no Pacaembu.

Esperemos que Bruno Rodrigo esteja preparado para substituir o capitão Edu Dracena, suspenso por ter sido expulso na semifinal contra o Cerro Porteño.

*PS: na pressa, faltou dizer o que o Victor, do blog Cartão Laranja, lembrou em comentário neste post. Além de Dracena, "não temos o Léo e nem o Jonathan" em Montevidéu. De fato. Parece-me que a ausência de Léo é a mais preocupante, fora Dracena. Alex Sandro fez uma partida muito ruim no empate em 3 a 3 contra o Cerro Porteño na semifinal, que classificou o Peixe para a decisão. Jonathan, por mim, poderia até ir embora do clube, já que só entra em campo para já queimar de antemão uma alteração do treinador.

O time. Muricy deve mandar a campo amanhã: Rafael, Pará, Bruno Rodrigo, Durval e Alex Sandro; Adriano, Arouca, Danilo e Elano; Neymar e Zé Eduardo.

*Atualizado às às 17h12

6 comentários:

Victor disse...

É bom lembrar que não temos o Léo e nem o Jonathan, e que o juiz desta vez é argentino...rs. Que venha o tri !!

Felipe Cabañas da Silva disse...

Não sou santista e estou ansiosíssimo para ver este espetáculo de futebol que será essa final. Duas potências do futebol sul-americano, Neymar endiabrado, Martinuccio se revelando. Para mim vai ser a melhor final em muitos anos. A maioria das finais da última década foram sonolentas, sonolentas...

Paulo M disse...

Ainda bem que o Santos passou pela forte marcação do vulcão chileno. Vão ser dois jogões. Eu julgava que o Velez era favorito contra os uruguaios. E era mesmo, jogou como favorito, e o Peñarol na retranca em 180 minutos. Mas o Velez perdeu pra uma defesa armadíssima e um contra-ataque perigoso, que acabou fazendo o primeiro resultado em casa com gol de escanteio, o que em grande parte definiu a vitória uruguaia. O Velez não tinha Neymar. O Santos tem, e ninguém sabe se e quando a melhor marcação do mundo vai parar o moleque. Na verdade, depende mais dele mesmo do que da própria eficiência defensiva do adversário. O problema é que se puserem mais gente na cobertura, abre buraco pro ataque santista. Entram também outros fatores em campo: torcidas, catimba, provocações, camisas, nervosismo. Enfim, tudo que se disser antes são especulações. Dou 1 a 1 pro jogo de amanhã. Vamos conferir.

Eduardo Maretti disse...

De fato, Paulo, num jogo desse naipe, "tudo que se disser antes são especulações". Mas é inegável que o Santos de Neymar é favorito.

Legal essa frase: "Ainda bem que o Santos passou pela forte marcação do vulcão chileno". Tem um caráter muito simbólico toda essa confusão causada pelo tal vulcão, pra esquentar ainda mais o simbolismo desse grande jogo de tanta história. Eu tô preferindo não arriscar resultados.

Agora, ver uma final dessa de camarote, sem sofrer, é muito bom, né Felipe?!

Torcer é sofrer!

Victor disse...

Eles dizem que não vão bater no Neymar, será? "No pensamos en pegarle patadas a Neymar, ya se las han pegado y no se asusta", dijo el volante Luis Aguiar, mientras que Juan Manuel Olivera declaró que están con ganas de que llegue el partido.(El Pais) Vai pra cima deles Santos !!!

Edu Maretti disse...

Vamos!!!