A torcida santista vibrou pelo twitter, por e-mail, por celular quando chegou a notícia de que o vôo que levava a delegação a Montevidéu havia pousado. O vulcão chileno Puyehue bem que atrapalhou, provocou ansiedade, tensão, mas o time enfim venceu a primeira batalha, contra a natureza, e agora a nação santista espera o início da guerra (no bom sentido, o esportivo) pelo tricampeonato da Libertadores, nesta quarta-feira, 15 de junho. O jogo de volta, no Pacaembu, será dia 22.
Torcedor comemora no twitter chegada do avião a Montevidéu |
O duelo se consolida neste 2011 como um clássico da América Latina. Em 1962, sem Pelé, machucado, o Peixe foi a Montevidéu e conseguiu a vitória, por 2 a 1, contra o mesmo Peñarol, no estádio Centenário. No jogo de volta, na Vila, numa partida cheia de alternativas, um torcedor jogou uma garrafa em campo após os uruguaios fazerem 3 a 2. Descrição do jornal O Estado de S. Paulo do que sucedeu: “A partida ficou paralisada por quase uma hora e meia e, após intermináveis discussões, Robles [o árbitro chileno] foi convencido pelos dirigentes da Conmebol a reiniciar o duelo a fim de acalmar os torcedores, mas por decisão secreta do árbitro a partida fora suspenso no momento em que a garrafa do torcedor caiu no gramado. Nenhum dos jogadores sabia disso, nem os 22 mil torcedores (...)
“Com a bola rolando, o Santos buscava o empate e o Peñarol se defendia. Até que, aos 51, Pagão fez o terceiro gol santistas. O empate por 3 a 3 representava a conquista do título. No dia seguinte, o Estado e os outros jornais paulistas davam em edição especial o título ao Santos. Porém, a Conmebol acatou a decisão do juiz e deu a vitória ao Peñarol. Com um triunfo para cada lado, o tira-teima foi marcado para 30 de agosto. Para azar dos uruguaios, desta vez Pelé estaria em campo. E os 50 mil torcedores que foram ao Monumental de Núñez, em Buenos Aires, viram uma exibição perfeita do time santista.”
O Santos ganhava assim a negra por 3 a 0 e conquistava a primeira Libertadores.
De 1962 e 2011: Zé Love, Pelé, Neymar e Elano, na segunda, 13 Foto: Ricardo Saibun |
49 anos depois, eis que a mesma final se repete, cercada de eventos inusitados, fumaça de vulcão pelo caminho. Neymar é recebido na capital uruguaia como pop star. O time do Peñarol, uma equipe forte, bem organizada taticamente, não vai ser adversário fácil. Não custa lembrar que os uruguaios eliminaram Internacional, Universidad Católica e Vélez Sarsfield nos mata-matas, todos fora de casa. Por isso, todo cuidado será pouco em Montevidéu, pois um resultado satisfatório dificultará o jogo demasiadamente fechado do Peñarol no Pacaembu.
Esperemos que Bruno Rodrigo esteja preparado para substituir o capitão Edu Dracena, suspenso por ter sido expulso na semifinal contra o Cerro Porteño.
*PS: na pressa, faltou dizer o que o Victor, do blog Cartão Laranja, lembrou em comentário neste post. Além de Dracena, "não temos o Léo e nem o Jonathan" em Montevidéu. De fato. Parece-me que a ausência de Léo é a mais preocupante, fora Dracena. Alex Sandro fez uma partida muito ruim no empate em 3 a 3 contra o Cerro Porteño na semifinal, que classificou o Peixe para a decisão. Jonathan, por mim, poderia até ir embora do clube, já que só entra em campo para já queimar de antemão uma alteração do treinador.
O time. Muricy deve mandar a campo amanhã: Rafael, Pará, Bruno Rodrigo, Durval e Alex Sandro; Adriano, Arouca, Danilo e Elano; Neymar e Zé Eduardo.
*Atualizado às às 17h12
6 comentários:
É bom lembrar que não temos o Léo e nem o Jonathan, e que o juiz desta vez é argentino...rs. Que venha o tri !!
Não sou santista e estou ansiosíssimo para ver este espetáculo de futebol que será essa final. Duas potências do futebol sul-americano, Neymar endiabrado, Martinuccio se revelando. Para mim vai ser a melhor final em muitos anos. A maioria das finais da última década foram sonolentas, sonolentas...
Ainda bem que o Santos passou pela forte marcação do vulcão chileno. Vão ser dois jogões. Eu julgava que o Velez era favorito contra os uruguaios. E era mesmo, jogou como favorito, e o Peñarol na retranca em 180 minutos. Mas o Velez perdeu pra uma defesa armadíssima e um contra-ataque perigoso, que acabou fazendo o primeiro resultado em casa com gol de escanteio, o que em grande parte definiu a vitória uruguaia. O Velez não tinha Neymar. O Santos tem, e ninguém sabe se e quando a melhor marcação do mundo vai parar o moleque. Na verdade, depende mais dele mesmo do que da própria eficiência defensiva do adversário. O problema é que se puserem mais gente na cobertura, abre buraco pro ataque santista. Entram também outros fatores em campo: torcidas, catimba, provocações, camisas, nervosismo. Enfim, tudo que se disser antes são especulações. Dou 1 a 1 pro jogo de amanhã. Vamos conferir.
De fato, Paulo, num jogo desse naipe, "tudo que se disser antes são especulações". Mas é inegável que o Santos de Neymar é favorito.
Legal essa frase: "Ainda bem que o Santos passou pela forte marcação do vulcão chileno". Tem um caráter muito simbólico toda essa confusão causada pelo tal vulcão, pra esquentar ainda mais o simbolismo desse grande jogo de tanta história. Eu tô preferindo não arriscar resultados.
Agora, ver uma final dessa de camarote, sem sofrer, é muito bom, né Felipe?!
Torcer é sofrer!
Eles dizem que não vão bater no Neymar, será? "No pensamos en pegarle patadas a Neymar, ya se las han pegado y no se asusta", dijo el volante Luis Aguiar, mientras que Juan Manuel Olivera declaró que están con ganas de que llegue el partido.(El Pais) Vai pra cima deles Santos !!!
Vamos!!!
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