Uma notícia no portal Ig nesta segunda-feira conta um caso pessoal, mas que diz muito da excelência com que a Aids é tratada no Brasil, 30 anos depois que começou a aparecer e, entre nós, o jornal Notícias Populares a batizou com suas manchetes sujas de “peste gay”.
O caso é o de um japonês que, após descobrir que tinha aids, deixou seu país e rumou ao Brasil, para se tratar pelo Sistema Único de Saúde (SUS), assim como fazem pessoas de todas as partes do mundo. Atualmente, diz a matéria, 710 estrangeiros “recebem tratamento e acolhimento médico de graça contra o HIV” no Brasil, segundo dados do Programa Nacional de DST, Aids e Hepatites Virais, do Ministério da Saúde.
Entre os motivos de ter procurado o Brasil, além da gratuidade do tratamento, o japonês explica: "No Brasil, eu sei que não serei tratado por robôs". Tratamento de Aids nos Estados Unidos ou na França chega a custar US$ 2 mil por mês.
Notícias como essa são importantes para mostrar que, se o sistema de saúde no Brasil tem problemas, e tem muitos, por outro lado ele é muito mais aberto e acessível, além de humano, do que mostram as “reportagens” de campanhas eleitorais e matérias da imprensa que abordam casos específicos como se fossem o retrato fiel e, segundo elas, miserável, da saúde pública de todo o país.
Há muito o que fazer na área. Como, entre outras coisas, impedir que hospitais públicos sejam paulatinamente privatizados por políticas disfarçadas ou explícitas.
E há poucas coisas que deram tão certo no país – e, como se vê, no mundo – como o SUS, criado pela Constituição Federal de 1988, que concretizou o reconhecimento do direito de acesso universal à saúde para toda a população.
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