quarta-feira, 8 de junho de 2011

Aplausos para Ronaldo, vaias para selecinha de Mano Menezes

Aqui no bairro onde moro, Butantã, em São Paulo, quando Ronaldo entrou em campo aos 30 do primeiro tempo, muito mais gordo do que o gordo dos tempos de Corinthians, fogos espoucaram.

Reprodução
 Quase fisicamente impossibilitado de se movimentar, ainda assim, nas poucas vezes em que pegou na bola, não errou passes, quase todos de primeira. Por três vezes, teve a chance de marcar o gol da despedida. Em duas delas, passes de Neymar, o goleiro romeno Tatarusanu salvou. Na outra, passe de Robinho (que a mídia brasileira parece detestar), ele chutou bisonhamente por cima.

A passagem do Fenômeno hoje pelo estádio do Pacaembu, claro, foi apenas simbólica. Mas a lenda Ronaldo será lembrada enquanto existir futebol. Pela seleção brasileira, segundo a CBF, com 67 gols em 105 partidas com a de hoje, só marcou menos gols do que Pelé, que fez 95. É o maior artilheiro da história das Copas do Mundo, com 15 gols, contra 14 de Gerd Müller, da Alemanha. Ganhou duas Copas do Mundo (1994, sem atuar, e 2002, quando decidiu).

Eu não tenho o que acrescentar ao que já disse de Ronaldo além do que escrevi no post quando o Fenômeno anunciou que parava de jogar pelo Corinthians, post em que você pode ver alguns gols históricos do craque:

Ronaldo, o Fenômeno, foi um dos maiores

Joguinho sem vergonha

Já o joguinho do Pacaembu em que a seleção venceu por 1 a 0 o time reserva da Romênia (vejam bem, reserva), para mim, só mostrou uma coisa: o time de Mano Menezes ainda não encontrou um esquema de jogo e, na Copa América, na Argentina, ou a equipe joga futebol ou a batata de Mano vai assar.

Dizer que o treinador não teve tempo de treinar é balela. Seleção sempre é assim e ele já está no comando há 11 meses. Ainda não ganhou nenhum jogo importante. Perdeu de Argentina e França e empatou com a Holanda.

Uma observação: ter deixado Neymar jogar durante quase toda uma partida amistosa e festiva, com risco de se machucar e desfalcar o Santos na Libertadores, foi para mim algo que só pode ser chamado de sacanagem de Mano Menezes. Ou insegurança, já que em seu time desconjuntado e sem o menor padrão tático, tudo dependeu de Neymar. Até os dois passes que Ronaldo poderia aproveitado na festa e o gol de Fred.

Não à toa, a selecinha de Mano Menezes saiu de campo vaiada nas duas vezes em que entrou em campo esta semana no Brasil. Hoje no Pacaembu e sábado no Serra Dourada, quando ficou no 0 a 0 com a Holanda.

Mano parece um treinador igrejeiro, ou teria características menos prosaicas e mais próximas às mais condenadas em Vanderlei Luxemburgo? Para a lateral esquerda, prefere por exemplo levar André Santos, que foi seu comandado no Corinthians, mas não leva Marcelo, do Real Madrid. Da mesma maneira, escolhe Elias (que, como André Santos, deu certo no Corinthians, e só) quando poderia levar Hernanes, que teve uma temporada espetacular na Lazio.

Confira a seleção convocada para a Copa América:

Goleiros: Julio César (Inter de Milão), Victor (Grêmio); Laterais: Daniel Alves (Barcelona), Maicon (Inter de Milão), André Santos (Fenerbahçe), Adriano (Barcelona); Zagueiros: Lúcio (Inter de Milão), David Luiz (Chelsea), Luisão (Benfica), Thiago Silva (Milan); Volantes: Ramires (Chelsea), Lucas Leiva (Liverpool), Sandro (Tottenham); Meias: Elano (Santos), Elias (Atlético de Madri), Paulo Henrique Ganso (Santos), Jadson (Shakhtar Donetsk), Lucas (São Paulo); Atacantes: Neymar (Santos), Robinho (Milan), Fred (Fluminense), Alexandre Pato (Milan)

4 comentários:

Victor disse...

Concordo Edu, fora isso, para mim o tal de Jadson não foi bem e ficou com a camisa 10, meu Deus ! O engraçado é ouvir os comentários do Galvão tentando levantar o astral da partida. Quando o Neymar, que fez a diferença, passou para o Fred, a Globo corta para o Ronaldo e o Galvão diz que ele vibra com o gol. Ronaldo não estava nem aí com o gol. E quando a seleção foi vaiada, ele não falou nada, e quando a torcida começou com Olé para o time da Romênia que por alguns momentos ficou com a bola no pé, ele tb não falou nada. E o Casa Grande que ele diz ter chorado quando falava bem do Ronaldo. É demias este Galvão, que mostrou mais a torcida do que o jogo, no segundo tempo para não perder audiência.

João disse...

esse tal mano pensa q ainda treina o curintia. eh bem isso mesmo... dizem q tem negócios com empresarios de jogadores e por isso q leva esses elias e andre santos da vida... mas eh verdade... se nao jogar bola na copinha agora em julho a vaca vai pro brejo... tomara.

Eduardo Maretti disse...

Victor, sobre Jadson usar a camisa 10, só há uma coisa a dizer realmente: "meu deus!"

Sobre o tal Galvão, parece que o cara tá ficando gagá. Veja a matéria no link: http://bit.ly/inuJrU

É, João, já se especulou por aí sobre essas "relações perigosas" de Mano Menezes...

Paulo M disse...

Nem liguei a TV ontem pra ver Brasil x Romênia nem o Fenômeno. Faltou energia elétrica aqui como em outros bairros e locais do Estado (inclusive no Pacaembu, antes do jogo). Mas Ronaldo vai deixar saudades, assim como Romário, e não temos atacante à altura. Vamos ter de ruminar Freds e Alexandres Patos, quem sabe decisivos quando Ganso voltar à seleção, se em boa forma... Em parte, o que falta ao Brasil é o que promete o Ganso, um 10 genial, impositivo em campo, capaz de parar o futebol coletivo quase perfeito da Espanha, o Barcelona sem Messi.