Depois desses 3 a 0 contra o medíocre Chile (jogo que, de tão fácil, dispensa comentários), finalmente o Brasil de Luis Fabiano vai pegar um adversário digno de uma Copa do Mundo, já nesta sexta-feira, às 11 horas, pelas quartas-de-final. A velha e boa rival Holanda, que bateu a Eslováquia por 2 a 1. De Brasil x Holanda sai um semifinalista para enfrentar Gana ou Uruguai, que jogam na mesma sexta, 2.
Brasil x Holanda é uma rivalidade antiga, em Copas do Mundo (não vamos entrar em História, invasões holandesas..., senão vira tese...). As seleções jogaram pela primeira vez em 1974, na Alemanha, quando o time então alcunhado de Laranja Mecânica (que encantou o mundo e a mim) ganhou do Brasil por 2 a 0, eliminando uma seleção envelhecida ainda treinada por Zagalo (que ainda não era Zagallo). Em 1994, a seleção de Parreira que veio a ser tetra eliminou a Holanda nas quartas por 3 a 2, com aquele gol espírita de Branco batendo falta.
Finalmente, em 1998, os caminhos se cruzaram novamente, e o Brasil outra vez treinado por Zagallo (agora já com “LL”) eliminou os holandeses na semifinal, nos pênaltis (1 a 1 na partida e na prorrogação). Na final, perdemos para a França em Paris por 3 a 0.
Laranja mecânica pragmática
O jogo contra a Holanda vai ser muito difícil. O time laranja, nesta Copa, abdica do futebol bonito para adotar um jogo pragmático cuja eficácia vai ser medida exatamente contra nós. Vi dois jogos da Holanda: a vitória de 2 a 0 sobre a Dinamarca na abertura do gupo E, e, em tape, hoje, o jogo com os eslovacos. O time holandês joga para vencer correndo poucos riscos, e de acordo com o adversário. Mas não pára de tocar a bola. Ganhou todas as suas quatro partidas: Dinamarca (2 a 0), Japão (1 a 0), Camarões (2 a 1) e Eslováquia (2 a 1). Sempre sem jogar bonito, mas com flashes bonitos (como o passe magistral de Sneijder para Robben fazer o primeiro contra a Eslováquia).
Vejam, abaixo, o contra-ataque holandês (atenção ao passe de Sneijder):
É estranha essa seleção holandesa, parece que calcula como vencer e mostra a parte técnica aos poucos, em conta-gotas, na medida do necessário. Com Robben (que, recuperando-se de lesão, jogou hoje pela primeira vez na Copa, deu dois chutes e fez um gol), o time encontra a referência que até aqui não teve no ataque.
O Brasil é o Brasil, favorito. Mas depende de que os quatro cavaleiros (Elano, Kaká, Luis Fabiano e Robinho) resolvam. Só os dois últimos estão bem fisicamente. Nenhum deles tem substituto à altura. Daniel Alves não tem condições de substituir Elano. É muito limitado, pelo menos nessa posição, pois não é um meia. Nosso lateral esquerdo, Michel Bastos, talvez o ponto mais fraco do time, é justamente o cara que o holandês Robben deve fustigar. No meio de campo, apesar de tudo, torço para que Felipe Melo esteja bem (física e mentalmente) e jogue, porque senão Dunga terá que optar por Josué ou Kléberson como volante, já que Ramires está suspenso.
Outra chave
Alemanha e Argentina fazem outro duelo de gigantes pelas quartas, no sábado. Paraguai x Japão e Espanha x Portugal ainda jogam nesta terça, 29, para fechar as oitavas. Desta chave, sai um finalista. Se o Brasil passar por Holanda nas quartas e, depois, por Uruguai ou Gana na semifinal, enfrentará na final Alemanha, Argentina ou Espanha. (Pelo futebol, espero que a Espanha de Iniesta, David Villa, Xabi Alonso e companhia mandem Portugal de volta para o além-Tejo já nesta sexta-feira.)
Fotos: Divulgação/Agência Vivo
2 comentários:
E esses quatro cavaleiros podem ser só três, já que notícias "frescas" sugerem que Elano não estaria recuperado da lesão que o tirou dos jogos contra Portugal e Chile e pode ser vetado pela equipe médica da Seleção...
É, vi há pouco na TV. O cenário fica meio sombrio. Se perder Kaká ou Robinho, aí fica difícil...
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