Foto: Guilherme Peres
Na semana passada, entrevistei Fernando Anitelli para o Visão Oeste. Líder da trupe O Teatro Mágico, vocalista e compositor, ele estava na festa de aniversário do prefeito Emidio de Souza, de Osasco (cidade da banda), e falou ao jornal sobre a briga dos artistas em busca de espaço na mídia. E também sobre o que isso tem a ver com política e eleições.
O que mudaria para os artistas uma eventual eleição de Aloizio Mercadante (PT) no estado de São Paulo depois de tanto tempo sob governos tucanos? “Para nós mudaria de imediato a possibilidade do diálogo. A gente não tem hoje uma política cultural adequada capaz de trazer o artista para próximo do público, de comunidades, escolas, prefeituras, centros culturais. A gente vive um momento onde o que tem é o ‘amiguismo’ contemplando uma arte de qualidade duvidosa”, diz Anitelli.
O artista critica o sistema viciado baseado no jabá e em meros interesses comerciais. Um problema antigo. “Rádio e TV não abrem espaço aos artistas novos, as casas de show estão preocupadas em vender cerveja, não se a música é interessante, com a qualidade ou não”, afirma Anitelli. “Dentro desse cenário, a gente tem que buscar soluções, reinventar uma outra economia em relação à música, a gente cria justamente, como criou, um movimento de MPB, movimento de música para baixar”.
Para ele, a democratização dos meios de divulgação da música e da arte podem ajudar a desenvolver “um povo muito mais criativo, ouvindo outros tipos de música, não só aquilo que as gravadoras, o rádio e a TV impõem goela abaixo”.
Ouça, a partir deste link, uma bonita canção popular da trupe, sobre o “homem que catava papelão”, do álbum mais recente: O Teatro Mágico - Segundo Ato.
As músicas da trupe podem ser baixadas a partir do site da Trama Virtual.
Leia aqui a entrevista no Visão Oeste.
O que mudaria para os artistas uma eventual eleição de Aloizio Mercadante (PT) no estado de São Paulo depois de tanto tempo sob governos tucanos? “Para nós mudaria de imediato a possibilidade do diálogo. A gente não tem hoje uma política cultural adequada capaz de trazer o artista para próximo do público, de comunidades, escolas, prefeituras, centros culturais. A gente vive um momento onde o que tem é o ‘amiguismo’ contemplando uma arte de qualidade duvidosa”, diz Anitelli.
O artista critica o sistema viciado baseado no jabá e em meros interesses comerciais. Um problema antigo. “Rádio e TV não abrem espaço aos artistas novos, as casas de show estão preocupadas em vender cerveja, não se a música é interessante, com a qualidade ou não”, afirma Anitelli. “Dentro desse cenário, a gente tem que buscar soluções, reinventar uma outra economia em relação à música, a gente cria justamente, como criou, um movimento de MPB, movimento de música para baixar”.
Para ele, a democratização dos meios de divulgação da música e da arte podem ajudar a desenvolver “um povo muito mais criativo, ouvindo outros tipos de música, não só aquilo que as gravadoras, o rádio e a TV impõem goela abaixo”.
Ouça, a partir deste link, uma bonita canção popular da trupe, sobre o “homem que catava papelão”, do álbum mais recente: O Teatro Mágico - Segundo Ato.
As músicas da trupe podem ser baixadas a partir do site da Trama Virtual.
Leia aqui a entrevista no Visão Oeste.
3 comentários:
Ando meio por fora das pesquisas com relação à disputa pelo governo paulista. Umas semanas atrás parece que o Mercadante não estava bem colocado. Mas se o Alckmin ganhar será mais um desastre para novos artistas e pretendentes à arte e para a cultura deste país, digo, Estado he he.
Teatro Mágico? Só para raros! Só para loucos.
Nunca ouvi a música, mas sempre me chamou a atenção pela referência ao "Lobo da Estepe", do Hesse, sem dúvida alguma o romance que mais deu voltas na minha cabeça, que me deixou mais perplexo e embasbacado.
"Muito se teria de dizer sobre esse contentamento e essa ausência de dor, sobre esses dias suportáveis e submissos, nos quais nem o sofrimento nem o prazer se manifestam, em que tudo apenas murmura e parece andar na ponta dos pés. Mas o pior de tudo é que tal contentamento é exatamente o que não posso suportar. Após um curto instante parece-me odioso e repugnante. Então, desesperado, tenho de escapar a outras regiões, se possível a caminho do prazer, se não, a caminho da dor. Quando não encontro nem um nem outro e respiro a morna mediocridade dos dias chamados bons, sinto-me tão dolorido e miserável em minha alma infantil, que atiro a enferrujada lira do agradecimento à cara satisfeita do sonolento deus, preferindo sentir em mim uma verdadeira dor infernal do que essa saudável temperatura de um quarto aquecido. Arde então em mim um selvagem anseio de sensações fortes, um ardor pela vida desregrada, baixa, normal e estéril, bem como um desejo louco de destruir algo, seja um armazém ou uma catedral, ou a mim mesmo, de cometer loucuras temerárias, de arrancar a cabeleira a alguns ídolos venerandos, de entregar a um casal de estudantes rebeldes os ansiados bilhetes de passagem para Hamburgo, de violar uma jovem ou de torcer o pescoço a algum defensor da ordem e da lei. Pois o que eu odiava mais profundamente e maldizia mais era aquela satisfação, aquela saúde, aquela comodidade, esse otimismo bem-cuidado dos cidadãos, essa educação adiposa e saudável do medíocre, do normal, do acomodado."
Salve o mestre Herman Hesse.
Caro Felipe, parabéns pela citação ao mestre Ventania, que é beeeem melhor que Teatro Mágico...hehe
F.A.P.
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