Analistas políticos globais e quetais estavam eufóricos na semana passada, uma "semana ruim" do governo e de "sua candidata" (entre outros motivos, pelo fator Romeu Tuma Júnior). Mas, nesta segunda, 17, os ventos mudaram um pouco de rumo.
Depois das pesquisas Vox Populi e CNT/Sensus, divulgadas respectivamente no sábado, 15, e segunda-feira, 17, que colocam Dilma Rousseff à frente de José Serra, e após o acordo fechado por Brasil, Turquia e Irã, importante vitória diplomática do presidente Lula e do Itamaraty, é de se esperar agora quais os próximos lances da oposição e da mídia militante. Torpedos devem estar a caminho. Aguardemos se serão disparados antes ou depois da Copa do Mundo. Creio que depois.
Veja os números das recentes pesquisas:
Vox Populi (divulgada sábado, 15 de maio)
Dilma Rousseff (PT) - 38%
José Serra (PSDB) - 35%
Marina Silva (PV) - 8%
(margem de erro: 2,2 pontos percentuais)
CNT/Sensus (divulgada segunda, 17 de maio)
Dilma Rousseff (PT) - 35,7%
José Serra (PSDB) - 33,2%
Marina Silva (PV) - 7,3%
(margem de erro: 2,2 pontos percentuais)
O acordo com o Irã
Ricardo Stuckert/Agência Brasil
Como se já não bastassem os números favoráveis a sua candidata, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva apostou num diálogo que – a menos que seja boicotado pelas potências – pode vingar. O Irã está com a palavra no momento em que o Conselho de Segurança da ONU estava prestes impor sanções ao país dos antigos persas por sua suposta intenção de construir a bomba nuclear. Até a Rússia já dava sinais de aderir às sanções exigidas pelos Estados Unidos. A China se menteve cautelosa e quieta.
Pelo acordo, o Irã vai enviar à Turquia 1,2 mil quilos de urânio enriquecido a 3,5%, em troca de 120 quilos de urânio enriquecido a 20%. Ainda não está claro até que ponto Mahmoud Ahmadinejad é um interlocutor confiável.
Os EUA continuam apostando no ceticismo retórico, pondo em dúvida justamente a confiabilidade do presidente iraniano, e mirando o fracasso do acordo: "Nós reconhecemos os esforços feitos por Brasil e Turquia", disse o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, com a ressalva: a proposta "precisa agora ser encaminhada claramente à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), antes de ser considerada pela comunidade internacional". ´
Como disse Paulo em comentário no post anterior ao acordo, neste blog, “os EUA estão é morrendo de medo de que a intervenção de Lula dê certo”.
Em entrevista ao site Opera Mundi, o consultor da AIEA Leonam dos Santos Guimarães disse que o acordo entre Brasil, Irã e Turquia é satisfatório e que o ceticismo das potências mundiais “não faz sentido”. Leia aqui.
Segundo a Agência Brasil, “um documento com dez itens foi a base do acordo”. Veja o texto da repórter Renata Giraldi neste link.
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