quinta-feira, 25 de março de 2010

Paulistão gera crises e dá alegria, ora pois

Gaspar Nóbrega VIPCOMMTimão 1 x 1 Tricolor no 2° turno do Brasileiro 2009.
Rivais voltam a se enfrentar neste domingo



Insisto: tradição e a rivalidade fazem do Paulistão uma competição ímpar, a meu ver (fora outros aspectos até mais importantes, como manter os clubes do interior do estado em atividade). O momento atual dos times grandes mostra que, apesar de desprezado por alguns, o campeonato gera crises e felicidade. E não seria assim, se não valesse nada.

Quando chega o fim do ano e um time não ganhou nada, o Paulista aparece no calendário dos decepcionados como grande esperança no horizonte do calendário seguinte. No ano passado, o São Paulo F. C. ficou com aquele discurso de "priorizar a Libertadores" e terminou 2009 seco, sem ganhar nada. Começou 2010 senão com o mesmo discurso, pelo menos com igual espírito. Embora ande meio capenga no Paulistão e jogando pro gasto na Libertadores, o Tricolor tem 30 pontos no estadual, está em 3° e deve ir às semifinais.

O Corinthians foi campeão em 2009 em grande estilo, este ano patina e está à beira da crise, embora sua colocação na Libertadores, no momento, seja tranqüila (mas nesta competição, a hora de a onça beber água só chega nos mata-matas). Depois de perder para o Paulista por 1 a 0 em Barueri na quarta-feira, 25, a lua de mel entre a torcida e Ronaldo ficou estremecida, com direito a cobrança, cerco ao carro do atleta na saída do estádio e gesto obsceno do Fenômeno em direção ao grupo que o cobrou. Em nota, o pentacampeão já se desculpou, mas...

Clássico
Domingo, o clássico São Paulo x Corinthians no Pacaembu, que poderia ser tranqüilo se ambos estivessem bem no Paulistão, vai ser tenso e um grande perigo para os dois times, principalmente o Timão. Se perder, vai se afastar mais ainda do G-4 (está dois pontos atrás da Portuguesa, a quarta colocada hoje) e entrar numa turbulência preocupante para a Fiel num momento em que até Mano Menezes já admitiu haver problemas internos, cobra hombridade etc.

No São Paulo, a luz ainda não está amarela; se ganhar domingo, o time viaja em paz para o México, onde pega o Monterrey pela Libertadores no meio de semana. E alegraria a torcida, que faz tempo anda desconfiada. Pudera, o futebol que o time de Ricardo Gomes vem apresentando não passa de sofrível. Mas, se perder para o arquirrival, o sinal amarelo acende.

E a Lusa, será que vai? A vitória contra o Mirassol por 1 a 0 animou os torcedores. É a terceira seguida, após bater também São Caetano e Monte Azul.

E o Palmeiras perdeu o rumo desde a reta final do Brasileirão 2009. Virtualmente eliminado do estadual, só lhe resta tentar um improvável título na Copa do Brasil e se preparar para o Brasileiro.

E o Santos...
Bem, o Santos continua encantando com seu futebol maravilhoso e inacreditável para os dias de hoje, e só espera saber quem vai enfrentar nas semifinais do estadual, além de pensar na Copa do Brasil.

A maior preocupação de fato, hoje, para a torcida alvinegra, é a ameaça de perder para as aves de rapina do futebol europeu as joias que estão dando essa alegria, como Neymar (ao lado, foto de Eduardo Metroviche). A sombra de empresários e emissários já ronda a Vila Belmiro. Acredito que, para muitos, como para mim, a manutenção dos principais jogadores para o Brasileiro seria até mais importante do que um título nesse começo de temporada.

3 comentários:

Fernando Augusto disse...

Médias de público de campeonatos estaduais no começo de março:

Pernambuco: 6.934 por jogo.
Rio de Janeiro: 6.131
Minas Gerais: 5.780.
São Paulo: 4.886. Paulistão?
Bahia: 3.171.
Rio Grande do Sul: 3.004.
Paraná: 2.341.

Seria bem mais legal se Neymar e Robinho estivessem desfilando seus talentos em torneios interestaduais, como um Rio-São Paulo.

Anônimo disse...

Concordo. Na boa, não é prepotência são-paulina não, mas hoje não graça ver São Paulo x Monte Azul, Mogi Mirim...

O Campeonato é tão fraquinho que o meu São Paulo naquele estado lamentável é 3º, isso não pode ser sério...

Antigamente os times do interior não eram de aluguel como hoje. Jogavam pra ganhar, pra brigar pelo título...

Hoje vendem até o local onde os jogos serão disputados, não respeitam tradição e torcida. Sem contar os Grêmio Prudente da vida.

Sou a favor de um Paulistão bem mais enxuto, com, no máximo, 12 times... e a volta de um Rio-São Paulo curto, mas cheio de clássicos para esquentar o início do ano!

carmem disse...

eu acho que o Corinthians está mesmo é à beira de um ataque de nervos!!!