Asghar Farhadi na festa do Oscar |
Woody Allen, com Melhor Roteiro (por Meia-Noite em Paris, sobre o qual escrevi aqui), e Asghar Farhadi, diretor de A Separação, ganhador de Melhor Filme Estrangeiro (Irã), são os meus destaques entre
os ganhadores do Oscar de 2012. Um prêmio que, como se sabe, não é necessariamente indicativo de qualidade, mas obedece a critérios de mercado, da indústria do cinema americano – leia-se Hollywood. Seja como for, Meia Noite em Paris é imperdível e Asghar Farhadi é um grande diretor, autor de uma pequena obra-prima que já abordei no blog: Procurando Elly, disponível nas locadoras. Ainda não vi A Separação, mas não deixarei de assistir.
Confira a lista dos ganhadores
Melhor filme:- O Artista– Direção: Michel Hazanavicius
Melhor diretor: Michel Hazanavicius – por O ArtistaMelhor atriz: Meryl Streep – em A Dama de Ferro
Melhor ator: Jean Dujardin – em O Artista
Melhor ator coadjuvante: Christopher Plummer – em Toda Forma de Amor
Melhor atriz coadjuvante: Octavia Spencer – em Histórias Cruzadas
Melhor roteiro: Woody Allen – por Meia-Noite em Paris)
Melhor Roteiro Adaptado: Alexander Payne, Nat Faxon e Jim Rash – por Os Descendentes
Melhor Filme Estrangeiro: A Separação – direção: Asghar Farhadi (Irã)
Melhor Animação: Rango – de Gore Verbinski
Melhor Curta de Animação: The Fantastic Flying Books of Mr. Morris Lessmore – de William Joyce e Breon Oldenburg
Melhor Documentário: Undefeated – direção de TJ Martin, Dan Lindsay e Richard Middlemas
Melhor Documentário Curta Metragem: Saving Face – de Daniel Junge e Sharmeen Obaid-Chemoy
Melhor Trilha Sonora: Ludovic Bource – em O Artista
Melhor canção: "Man or Muppet" – de Os Muppets
Melhor Direção de Arte: Dante Ferretti e Francesca Lo Schiavo – por A Invenção de Hugo CabretMelhor Fotografia: Robert Richardson – A Invenção de Hugo Cabret
Melhor Edição: Kirk Baxter e Angus Wall – Millennium - Os Homens que Não Amavam as Mulheres
Melhor Mixagem de Som: Tom Fleischman e John Midgley – A Invenção de Hugo Cabret
Melhor Edição de Som: Philip Stockton e Eugene Gearty – A Invenção de Hugo Cabret
Melhor Efeitos Visuais: Rob Legato, Joss Williams, Ben Grossman e Alex Hennemg – A Invenção de Hugo Cabret
Melhor Maquiagem: Mark Coulier e J. Roy Helle – A Dama de Ferro
Melhor Figurino: Mark Bridges – O Artista
Melhor Curta Metragem: The Shore – de Terry George e Oorlagh George
3 comentários:
Vi sábado "A Invenção de Hugo Cabret", em 3D. É poético, belíssimo. O diretor levou ao cinema a história sugestiva de Brian Selznick e o fez com extrema competência e criatividade. Tenho certa resistência ao avanço desenfreado da tecnologia (esse papo de 3D não me agrada muito). Mas, no caso do filme do Scorsese, é apenas mais um instrumento de que ele mesmo se utiliza para enriquecer sua arte.
Que Meryl Streep tenha ganho um Oscar por interpretar Margaret Thatcher (a maior ideóloga do novo liberalismo selvagem), num filme que não assisti mas a maior parte da crítica (ao menos brasileira) está julgando medíocre, e não pelas interpretações magistrais em "As horas" ou mesmo "As pontes de Madison", é algo bastante revelador a respeito do conservadorismo cultural que está por trás da concepção de cinema estadunidense e de sua Academia.
Este do Woody Allen eu achei inferior a "Vicky, Cristina, Barcelona" e a "Match Point", para ficarmos só nos mais recentes. Mas tem a grife dele. Então está valendo...
"A Separação" eu assisti e também gostei bastante, mas temo que esta escolha da Academia leve em si uma espécie de "recado", uma mensagem quase que subliminar no sentido de: "Vamos invadir, interferir, cometer os atos de ingerência que forem necessários p/ cima desse populacho subdesenvolvido e marionete de aiatolás. Vejam o sistema jurídico deles como é caótico! Como é que uma gente assim pode ter armas atômicas?"
Eu deixaria de ter esse pé-atrás todo com Hollywood se anos atrás o excelente "Filhos do Paraíso", por exemplo, já tivesse dado ao cinema iraniano seu merecido prêmio de filme em língua estrangeira.
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