sábado, 28 de janeiro de 2012

O recado de Marta Suplicy


Enquanto boa parte de petistas de alta patente (como José Dirceu em seu blog) discute a aliança ou não com o prefeito direitista de São Paulo, Gilberto Kassab, para a eleição municipal este ano, e enquanto militantes do PT ou não gostariam de ver posicionamentos mais veementes de lideranças do governo federal a favor da população  e contra a “barbárie” do Pinheirinho, a ex-prefeita e senadora Marta Suplicy deu seu recado contundente e sem meias palavras hoje na Folha de S. Paulo.

A impressão é que fica cada vez mais claro que, como comentou o Paulo M em post anterior, “talvez a Marta tenha sido preterida [em favor de Fernando Haddad] justamente porque não permitiria essa situação [uma eventual aliança com Kassab]”, ao mesmo tempo em que, como também comentou Felipe Cabañas, “Fernando Haddad vai ter que mostrar que não é um mero fantoche de Lula”.

Segue trecho do artigo de Marta Suplicy na Folha de hoje, 28 de janeiro.


Incompetentes e truculentos

Marta Suplicy

Não sobram áreas para a dupla PSDB-Kassab atentarem contra os menos favorecidos de São Paulo. A violência corre solta no nosso Estado, evidenciando não somente a truculência policial, mas o total desprezo e desrespeito pelo ser humano.

Usuários de drogas são espancados e expulsos da cracolândia. Sem planejamento e acolhimento adequados, centenas de desassistidos passam a circular como zumbis pela cidade.

Medidas para a solução do problema da droga, da violência e da mendicância no centro da capital têm que ser tomadas com responsabilidade. Não cabe aqui citar o que esta nefasta gestão interrompeu no diálogo social. Basta lembrar o impacto negativo para a recuperação do centro ocorrido após a interrupção do projeto do BID, o desmantelamento do Boracéa (modelo de atendimento social) e o descaso das gestões Kassab em trazer o Bolsa Família para São Paulo.

Na USP, mais um exemplo de indisposição para o diálogo. Viu-se a perplexidade da população que não compreendia a truculência e o que se passava. Posteriormente, a indignação com o comportamento nitidamente preconceituoso de um policial frente ao aluno que virou alvo, por ser negro.

A reintegração de posse do Pinheirinho, em São José dos Campos, já se caracterizou como uma das ações mais violentas e cruéis do novo-velho governo paulista.

Centenas de famílias enxotadas numa ação judicial que existe há anos e tinha desfecho conhecido. Nada foi pensado sobre destino delas. O Estatuto da Cidade passou ao largo, seja por, ou falta de, interesse do prefeito peesedebista de São José, seja pela omissão do governador. A política do que se danem os destituídos.

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