quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Da série "Recordar é viver": Wanderley Guilherme dos Santos sobre imprensa

Antes de ler o post abaixo, caro leitor (Má-fé da "Folha de S. Paulo'" não tem limites...), cabe uma reflexão, a partir de comentário ali postado, no qual o Paulo resgata e copia link de uma entrevista muito atual. Trata-se do cientista político Wanderley Guilherme dos Santos falando a CartaCapital (junho de 2005).

"Isso [o chamado 'mensalão'] se disse à vontade do Sérgio Motta em situação muito mais complicada [o escândalo de compra de votos para a aprovação da emenda de reeleição de FHC]... E não aconteceu nada."

"A grande imprensa levou Getúlio ao suicídio com base em nada; quase impediu Juscelino de tomar posse, com base em nada; levou Jânio à renúncia, aproveitando-se da maluquice dele, com base em nada; a tentativa de impedir a posse de Goulart com base em nada. A grande imprensa em países em desenvolvimento é a grande porca das instituições, a grande emporcalhada."

A entrevista pode ser lida neste link.

E agora passemos à Folha abaixo.

8 comentários:

Sérgio M disse...

Fala Edu! Desculpe-me pela ignorância de leigo, mas não existe entidade reguladora da imprensa para coibir essas discrepâncias?

Eduardo Maretti disse...

Sérgio, falando meio rapidamente, é o seguinte:

O que há de fato é um mandamento na Constituição de 1988 (artigo 5°, inciso IX) que diz: "é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença". Esse é o mandamento máximo ao qual se apegam os meios de comunicação. Sob esse preceito, tudo pode, e não há remédio, e nem mesmo ressalvas na constituição. Órgãos de imprensa vêm discutindo a tal auto-regulamentação, algo tipo tipo Conar (dos publicitários), que seria para mudar um pouco e ficar tudo como está.

Mais grave é a situação de TV e rádio, que são concessões públicas. Outro dispositivo da Constituição (parágrafo 5º do Artigo 220) diz expressamente: "Os meios de comunicação social não podem, direta ou indiretamente, ser objeto de monopólio ou oligopólio".

Só que, como este último não foi até hoje regulamentado, não há como torná-lo efetivo. Ou seja, a Constituição só vale para os donos do poder.

Uma das resoluções da Confecom (Conferencia Nacional de Comunicação), realizada no ano passado pela sociedade civil, tirou como uma das prioridades a correção dessa distorção. Mas, por enquanto, está só no papel e passado quase um ano, nada mudou.

Triste, não?

Tem um texto aqui: http://www.direitoacomunicacao.org.br/content.php?option=com_content&task=view&id=4115

abraços. apareça sempre!

Felipe Cabañas da Silva disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Felipe Cabañas da Silva disse...

Talvez estudantes de primeiro ano acreditem que a grande imprensa é imparcial, justa e desinteressada. Jornalismo é sempre o exercício de posições ideológicas. Em primeiro lugar porque a linguagem nunca é neutra. E em segundo lugar porque investigar e comunicar a informação envolve o exercício de um poder em sociedade.

Um olhar superficial na história comprova isso. O que era, por exemplo, a máquina de comunicação nazista senão um empreendimento megalomaníaco a serviço da máxima de Goebbels: "Uma mentira repetida mil vezes se torna uma verdade"?

Nos países em desenvolvimento, nas últimas décadas, a grande imprensa se emancipou do poder do Estado para se subjugar ao poder do mercado.
São empresas de produção e comercialização de informações. Ora, como toda empresa, funciona pela lógica estrita da circulação de mercadorias e obedece ao lucro. Se obedece às leis do mercado, e faz a lição de casa corretamente, sua tendência é crescer, enriquecer, investir mais e lucrar mais. Assim, formam-se mega-conglomerados de empresas de comunicação, internacionalizadas.
Por outro lado, esse contexto político gera inúmeras iniciativas de jornalismo independente, por parte dos que se recusam a subjugar-se às leis do mercado.

Quem é Otávio Frias Filho senão um empresário das comunicações? Alguém aí ainda acredita que ele é jornalista?

Ora, como 90% do empresariado é conservador, não fico chocado que a grande imprensa tenha seu candidato, e que este não seja a Dilma. Só acho que a Folha, por exemplo, deveria ter tido a nobre atitude do Estadão, que fez um editorial esclarecendo suas posições. Fica menos feio assim.

Felipe Cabañas da Silva disse...

Serra é atingido por uma bolinha de papel e tenta criar um factóide...

http://br.eleicoes.yahoo.net/blog/post/221/serra-piada-no-twitter

ele está fazendo qualquer coisa... o desespero bate e as pessoas vão se afundando na lama...

Eduardo Maretti disse...

Cara, vc não sabe como dei risada hoje com as piadas no twitter. Foi demais. Mas pra mim a melhor foi essa:

ary_jr ary jr.
by AMMIRaMIL
Iranianos lançam projeto de enriquecimento de celulose. #BolaDePapelFacts

Tem várias aqui: http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/leitor-o-twitter-e-a-bolinha-de-papel.html

Felipe Cabañas da Silva disse...

Gozado que a matéria do jornal nacional já foi logo se apressando em desmentir a história da bolinha. Mostraram outra imagem e botaram até um "perito". Eu não vi rolo de durex nenhum. Já a bolinha de papel é claríssima... hehe...

O Serra desde a escolha do vice é um compêndio de piadas prontas...

Felipe Cabañas da Silva disse...

#bolinhadepapel pesando 2k = 500 folhas de papel A4. Se Indio da Costa estiver falando a verdade, Serra foi atingido pelo dossiê do Aécio.


HAHAHAHAHAHAHAHAH

depois dessa eu vou dormir...