Na tarde desta quarta-feira, 20, a Polícia Federal divulgou nota oficial para, entre outras coisas, refutar “qualquer tentativa de utilização de seu trabalho para fins eleitoreiros com distorção de fatos ou atribuindo a esta instituição conclusões que não correspondam aos dados da investigação”.
Como se sabe, a Folha de S. Paulo desencadeia uma nova série de tentativas, com suas manchetes golpistas, para continuar tentando ganhar a eleição para seu candidato José Serra [trazendo à tona de novo o caso da quebra de sigilos fiscais]*. No mesmo dia, quarta, o jornal dos Frias havia dado a manchete: “PF liga quebra de sigilo à pré-campanha de Dilma”.
O diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa, declarou à imprensa que a instituição “faz um trabalho investigando fatos”, ressaltando: “o que tem em torno desse fato de conotação política não pauta a investigação da PF”.
Disse mais: “A PF se pauta pelo devido processo legal. O que nos leva a antecipar em alguns dias [a divulgação de informações] é que não queremos também ver atribuídas à instituição coisas que ela não tornou públicas”. De acordo com Corrêa, “não queremos que a instituição seja usada indevidamente no processo eleitoral”.
A PF esclareceu que os dados que a Folha de S. Paulo diz terem sido usados na campanha de Dilma foram coletados pelo jornalista Amaury Ribeiro Júnior, quando era empregado do jornal O Estado de Minas. O leitor que tire suas conclusões. Mas o fato é: tudo indica que esse caso diz repeito a uma disputa de poder dentro do PSDB de Serra e Aécio Neves. A má-fé da Folha de S. Paulo não tem limites.
Leia abaixo, na íntegra, a nota oficial divulgada pela PF.
Ouça clicando aqui a fala do diretor-geral da PF, Luiz Fernando Corrêa
Ouça aqui a fala do delegado Alessandro Moretti
Íntegra:
NOTA À IMPRENSA
Brasília/DF - Sobre as investigações para apurar suposta quebra de sigilo de dados da Receita Federal, a Polícia Federal esclarece que:
1 - O fato motivador da instauração de inquérito nesta instituição, quebra de sigilo fiscal, já está esclarecido e os responsáveis identificados. O inquérito policial encontra-se em sua fase final e, depois de concluídas as diligências, será encaminhado à 12ª Vara Federal do Distrito Federal;
2- Em 120 dias de investigação, foram realizadas diversas diligências e ouvidas 37 pessoas em mais de 50 depoimentos, que resultaram, até o momento, em 7 indiciamentos;
3 - A investigação identificou que a quebra de sigilo ocorreu entre setembro e outubro de 2009 e envolveu servidores da Receita Federal, despachantes e clientes que encomendavam os dados, entre eles um jornalista;
4 - As provas colhidas apontam que o jornalista utilizou os serviços de levantamento de informações de empresas e pessoas físicas desde o final de 2008 no interesse de investigações próprias;
5 - Os dados violados foram utilizados para a confecção de relatórios, mas não foi comprovada sua utilização em campanha política;
6- A Polícia Federal refuta qualquer tentativa de utilização de seu trabalho para fins eleitoreiros com distorção de fatos ou atribuindo a esta instituição conclusões que não correspondam aos dados da investigação.
*Atualizado às 19h47
2 comentários:
Um dia desses, fuçando na Internet, encontrei uma entrevista ótima na Carta Capital de um tal Wanderley Guilherme dos Santos, cientista político, sobre a interferência da grande imprensa na política brasileira. A entrevista é de 2005 e fala sobre o estouro do mensalão. Por uma grande coincidêmcia, uma semana depois, limpando minha caixa de entrada, achei um comentário rápido meu com o Edu sobre essa mesma entrevista. Fiquei lisonjeado por encontrar na opinião desse porta-voz o que venho dizendo (e pensando) sobre liberdade de imprensa há tempos: "Quando se pegava um tenente roubando e gritava 'ladrão', ele dizia: 'Está ofendendo as Forças Armadas'. E os generais concordavam. Hoje acontece com jornalista. O jornalista faz uma barbaridade e alguém diz: 'Ele fez uma infâmia'. Os grandes jornais alertam: 'A liberdade de imprensa está sob ameaça'." A entrevista (http://www.sindsaudesp.org.br/noticia.asp?acao=verNoticia&id=516)é mais ou menos antiga, mas atual. Em tempo: valeu, Chico, quem é vivo sempre aparece. Abrs.
A nossa velha e (tu)canalha imprensa nunca perdeu o dom de distorcer fatos em favor de seus interesses. A manchete do Estadão de hoje é mais escacancarada, diz que "jornalista do pt" foi o responsável pela quebra do sigilo. Êta imprensa indigesta, merece uma tijolada na testa...
abs
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