segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Santos 2 x 1 Rio Claro: pra guardar na memória

Nem precisa dizer que Santos 2 x 1 Rio Claro, neste domingo, no Pacaembu, foi um jogo histórico. Mas digo. Pela primeira vez, as três gerações se encontraram em campo: Giovanni, Robinho e Neymar. Tive o privilégio de assistir (onde gosto, na arquibancada) a essa página futebolística com Carmem, sob um sol escaldante, regados a protetor solar e água, no mais agradável estádio para se ver uma partida de futebol no estado de São Paulo, tirando a Vila Belmiro. Carmem é de Rio Claro, santista desde pequena, mas na sua cidade natal torce pelo Velo Clube (é bom que se diga).

Vamos ao jogo: Neymar e Ganso brilham
O mais esperado e ovacionado antes da partida pelos 32 mil santistas, quando o time foi anunciado pelo alto-falante, Robinho não fez uma partida tão boa quanto Neymar, que correu mais, apresentou-se mais ao jogo, procurou mais espaços, apanhou mais. Tudo mais. Superlativo. De chutes seus saíram os rebotes dos dois gols do Santos (veja abaixo). Em ambos, fez duas grandes jogadas, principalmente no segundo gol, quando deu uma finta desconcertante no zagueiro para chutar e o bom goleiro Sidney espalmar, antes da bola sobrar para Giovanni só cutucar de cabeça.

Não estou menosprezando Robinho. Com o calor sufocante, pode-se até entender que ele (vindo da gelada Inglaterra) não tivesse condições físicas como os outros atores desse prélio no qual o Rio Claro foi um bravo coadjuvante, vendendo caro a derrota. Como eu sempre digo, o futebol faz a gente ser sempre criança, e na arquibancada somos todos crianças de alguma forma. Por isso não se pode menosprezar Robinho, que (junto com Fábio Costa, Elano, Renato, Léo e companhia) me fez chorar de alegria, em 15 de dezembro de 2002.

Desfalcado nas duas laterais, o Santos de Dorival Júnior improvisou Pará na direita e Wesley Santos, outro jovem da base, na esquerda. Pará, aguerrido como sempre, não comprometeu, embora o primeiro gol tenha saído pelo seu lado, após Robinho perder a bola no meio campo, e o rio-clarense Avelar dar um chutão que por sorte encontrou Maicon Souza, que passou por Pará e cruzou para Jackson fazer 1 a 0 aos 39 minutos [falha do goleiro Felipe, que deixou a bola passar por ele no meio da pequena área].

A entrada de André – no lugar do meia Marquinhos, com um corte na cabeça – deixou o meio campo santista mais vulnerável, o que foi compensado pela garra de Germano e o altruísmo de Paulo Henrique Ganso, de quem a torcida na arquibancada injustamente já reclamava. O meia marcou e criou, se movimentou muito e ajudou a suprir a ausência de Marquinhos. Ele e Neymar foram os melhores em campo nos 90 minutos.

No segundo tempo, o Alvinegro voltou mais ligado. Mas o gol não saía. Eis que o treinador saca o incansável Germano para colocar o quase quarentão Giovanni, que na primeira bola caiu de maduro. “Pronto – pensei – perdemos o meio campo e o jogo.” Que nada. Depois de, ainda na defesa, tabelar e receber de volta a bola de Ganso, o vovô deu um passe açucarado para Neymar no lance do gol de empate (23 do segundo) e fez o da vitória (aos 40), fora alguns lampejos do velho craque, como um calcanhar que deixou André livre pela direita, mas o gol não saiu. É pena: visivelmente, Giovanni não tem mais condições de jogar 90 minutos.

A entrada de Mádson no lugar do lateral Wesley Santos (muito, mas muito mal no jogo) abriu ainda mais o time do Santos, que levou alguns contra-ataques perigosos pelo setor esquerdo. Mádson, que parece estar sendo meio esnobado pelo clube, é fundamental. Um time sem um bom banco não ganha, e o baixinho deu vida à ala esquerda, até então morta com o assustado
Wesley Santos.

O ainda vulnerável Santos é, porém, um time que promete. E mais do que o time, é bonito ver tantas crianças num Pacaembu lotado com 32 mil pessoas irmanando-se em torno de uma história. Ao contrário do que dizem uns tolos torcedores adversários (“a torcida do Santos é formada de tiozinhos”), a torcida do Santos é formada por muita gente, como esse gurizinho aí da foto, parecido com muitos que freqüentam os estádios para ver o time de Pelé, de Giovanni, de Robinho, de Neymar e de quem mais vier por aí.


Veja os gols de Santos 2 x 1 Rio Claro


Um comentário:

Felipe Cabañas da Silva disse...

o pacaembu é um dos templos do futebol brasileiro... talvez depois do maracanã seja o estádio que tem mais história pra contar...
e a arquibancada amarela é onde a fiel faz a festa, é claro...hehe

Abraço!!!