terça-feira, 18 de dezembro de 2012
Favoritos do cinema (6): Acossado, de Godard
Jean-Luc Godard foi um dos poucos cineastas que me fizeram chorar simplesmente por ver. Foi no filme Duas ou três coisas que sei dela (de 1967). Uma cena de uma mulher andando de bicicleta, assim sem mais. Epifania causada pelo cinema em forma de poesia e vice-versa.
Godard certa vez disse: “Sou um pintor de letras. Quero entrar na caverna de Platão iluminado pela luz de Cézanne”.
Glauber Rocha, no livro O século do cinema, escreveu sobre o filme Acossado, o primeiro longa da carreira do diretor francês (de 1960): “À bout de souffle [título original francês] é a retomada da crise da ficção contemporânea numa escala da evolução do romance do verbal para o visual (...) O cinema deixa de ser romance para ser poesia, a câmara não é narradora dos fatos mas instrumento de criação”.
O que comove e fascina em Godard? É o cinema como manifestação pura e espontânea, livre das amarras “clássicas” da narrativa, hollywoodiana ou não, despojado, visceral e revolucionário. Um contraponto de François Truffaut na Nouvelle Vague.
Um contraponto de todo cinema.
O filme acossado, cujo pequeno trailler ilustra este post, é protagonizado pelo casal Jean-Paul Belmondo e Jean Seberg. O ator, nascido em 1933, ainda vive. Ela, nascida em 1938, morreu aos 40 anos, supostamente por uma overdose de barbitúricos.
A atriz teve uma vida conturbada. Teria sofrido perseguições do FBI por ter se relacionado com o grupo Panteras Negras. Se casou três vezes e sua filha morreu pouco depois de nascer.
Jean-Luc Godard compeltou 82 anos no último dia 3 de dezembro.
Leia também, da seção Favoritos do cinema:
Quando explode a vingança (Sergio Leone)
Era uma Vez no Oeste (Sergio Leone)
Fargo (irmãos Coen)
Os Incompreendidos, de François Truffaut
Pasolini
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