O jornal Diário de Santos publicou no dia dia 9 de abril de 1912 um texto intitulado “Um novo clube de football”, que dizia (grafia da época):
“Varios sportsmen desta cidade estão empenhados em organisar um poderoso club de football, tendo já para isso, conseguido um vasto e esplendido terreno de propriedade do sr. J.D. Martins, á rua Aguiar de Andrade, no Macuco, onde será installado o ground da nova sociedade sportiva”.
A matéria ainda informava:
"a comissão organisadora do clube compõe-se dos tres esforçados cavalheiros seguintes: Mario Ferraz de Campos, Raymundo Marques e Argemiro de Souza Júnior”.
Em 15 de abril, o mesmo Diário de Santos publicava na primeira página a nota:
“SPORTS
SANTOS FOOT-BALL CLUB
“Fundou-se hontem nesta cidade, sob os melhores auspiciosos o “Santos Foot-Ball Club”, com o elevado numero de 146 socios. A reunião de fundação desse club sportivo effectuou-se na sede do Club Concordia tendo começado ás 2 horas da tarde, com a presença de muitos socios.
Depois de escolhido o titulo acima, passou-se a eleição da directoria”.
O presidente eleito então foi Cizino Patusca.
E assim** começava, há 98 anos, a gloriosa história do time de Araken Patusca (campeão paulista em 1935); de Zito, Ramiro, Formiga e Vasconcelos (idem, 1955); de Dorval, Mengalvio, Coutinho, Pelé e Pepe, entre outros (como o goleiro Gilmar, os zagueiros Mauro Ramos de Oliveira, Ramos Delgado...); do grande goleiro argentino Agustín Mario Cejas (na foto - meu ídolo na infância) nos anos 70; da primeira versão dos Meninos da Vila de 1978 (Nílton Batata, Juari e João Paulo); do campeão de 1984 com Serginho Chulapa; do magnífico time de 2002, de Fábio Costa, Alex, Leo, Renato, Elano, Robinho, Diego... ; do bicampeão paulista de 2006 e 2007; e finalmente da terceira geração dos “Meninos da Vila”, de Neymar, Paulo Henrique Ganso e André.
Enfim, ser santista “é um orgulho que nem todos podem ter”. Parabéns ao Santos Futebol Clube.
* Foto: praça Independência, 19 de dezembro de 2004 - Comemoração do título brasileiro daquele ano
**Com informações do historiador do Santos, Guilherme Guarche.
Atualizado às 19h35
Santos 8 x 1 Guarani (festa de aniversário no campo) -
Mais uma vez, os meninos deram um show histórico, na Vila Belmiro. Foram 8 a 1 sobre o Guarani de Campinas, no jogo de ida pelas oitavas-de-final da Copa do Brasil. Quase todos, golaços.
Como o dia foi de festa, Robinho jogou com a camisa 200 (número de partidas pelo clube) e Léo com a 98, pelo aniversário do Santos. Confiram (atualizado às 12h50):
3 comentários:
Brilhante, Maretti!
Parabéns ao Santos e a você, um dos santistas mais ferrenhos que conheci na vida. Todos nós ajudamos o clube a ser o gigante que é.
Saudações santistas!
Foi bonita a festa, pá
Quem entende uma coisa dessa? Depois dizem que eu sou místico, mas estou só apresentando fatos que podem ter suas explicações, mas não importam as explicações, e sim os fatos:
1. No começo do ano passado, lembro de ter visto na televisão uma matéria com uma dessas místicas que "adivinham" as coisas. Ela dizia que o Santos passaria por bons momentos, mas, se não me engano, apontou o Corinthians como provável campeão paulista (muito esperta!): O Santos deu aquela arrancada inesperada orquestrada pelo duende Madson. Foi à final e perdeu para o Corinthians, ano passado.
2. Depois disso o Santos ficou em um estado de suspensão. Não saiu da mesma região intermediária da tabela o brasileiro todo. Nesse ínterim, apareceu mais um duende: o menino Pedrinho que, contra um mundo ainda desconhecido para ele (portanto algo nitidamente extra-ordinário), resolveu gritar gols e mais gols do Santos. E o que está acontecendo?
3. Os santistas sempre têm um toque de introspecção silenciosamente sarcástica, como quem risse por dentro e não quisesse deixar transparecer, porque sabe que virá, virá Pelé, Coutinho, Neymar, Robinho e, da água doce que desemboca no mar, o Ganso. Vem dos canais da cidade, dos galpões abandonados do Porto, vem das noites sinistras do Cais os meninos de olhar infinito, que parecem sempre olhar para o Mar. Mesmo os que vêm do Pará, distante, mas ali na Vila de Santos é ambientado por uma estrutura de energia solidificada pela solidão de um gigante. O Santos é o único grande que não divide a cidade com outro clube, é estrangeiro a qualquer lugar que vai e está formado assim.
Se disserem que tudo isso não faz sentido, que é romantizado, que estou delirando ou, ainda, "influenciado", lhes digo: são fatos. E como a Ciência não tem base em experiências extra-empíricas, não é possível explicar o que aconteceu para esse time existir senão com cognições aparentemente místicas. Quem entende uma coisa dessa?
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