Repercutiu muito mal na América do Sul a lamentável declaração do pré-candidato tucano à presidência da República, José Serra, sobre o Mercosul. Numa palestra que proferiu na Federação de Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), ele disse que o Mercosul é uma "farsa" e "uma barreira para que o Brasil possa fazer acordos comerciais".
Como se vê, com o truculento ex-governador comandando o país, tudo leva a crer que a política externa brasileira dará nova guinada de volta à subserviência nacional aos interesses dos Estados Unidos. Subserviência cristalizada, no período do regime militar, pela sentença do então ministro da Justiça da ditadura, Juracy Magalhães: "O que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil". A intenção de Serra, evidentemente, é desfazer também o legado de Luiz Inácio Lula da Silva na política externa, elogiada por importantes veículos internacionais, mas criticada pela mídia tupiniquim.
Segundo reportagem de Ariel Palacios, de O Estado de S.Paulo, nesta quinta-feira, o chanceler argentino Jorge Taiana manifestou-se sobre a fala do tucano, podemos concluir, com incredulidade: “Não acho que esta seja posição do Brasil nem da maioria de seus setores econômicos e políticos". Ele afirmou crer que a bravata do ex-governador são "declarações de campanha", mas ressaltou que o Mercosul “é um compromisso estratégico dos países que o formam".
Ontem, quarta-feira, feriado no Brasil, matéria do jornal El Clarín, de Buenos Aires, tratou do assunto. “O candidato evitou dizer como pensa reformular a posição do Brasil. Mas ignora que não é simples passar de um mercado comum definido para uma simples zona de livre comércio como a que existe no NAFTA. Pode desde logo conquistar o desprestígio regional, além de submeter-se a severas punições por conta da ruptura de contratos internacionais”.
Portanto, não sou eu, mas o Clarín, que está chamando o pré-candidato de ignorante.
3 comentários:
e ainda tem gente que chama este cidadão de líder... realmente, se tudo que a direita tem é este ser embotado, de poucas (e péssimas) palavras, com suas olheiras fundas, sua magreza esquelética e seu ar de cansaço permanente, só há um motivo para que possivelmente não seja derrotado: um vácuo momentâneo de poder do lado esquerdo. Se Serra é no máximo um business man frustrado que se acostumou a fazer política e faz tratamento para o estresse, Dilma Rousseff é uma liderança inventada de última hora... Cai no jogo de mídia de ter de se afirmar permamentemente como uma política preparada, mas fica nervosa ao dar entrevistas num programa de subjornalismo (como do Datena), ou de fofocas (que andou frequentando)... Enfim... reafirmo que a esquerda podia ter coisa melhor... abraços!
Essa foto é montagem? Ou é o Nosferatu tecnologizado?
He he. Não é montagem não... Nosferatu estava num evento (não lembro qual, acho que num evento da PM) no ano passado e tiraram essa foto... Muito emblemática, né
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