Plataforma para o Campo de Roncador/Divulgação
Duas notícias sobre a Petrobras fazem pensar que tragédia teria sido a privatização dessa gigante estatal brasileira de capital aberto. Como sabemos, Fernando Henrique Cardoso queria a qualquer custo entregar a companhia, que já tinha até nome para depois de privatizada: Petrobrax.
A primeira notícia li na Folha Online. A matéria informa que, segundo a consultoria Economática, "a Petrobras registrou o segundo maior lucro líquido entre as 25 maiores empresas de capital aberto do continente americano (sem considerar as companhias canadenses)", com um resultado de US$ 4,107 bilhões no terceiro trimestre.
Agora, vejam bem o prejuízo do país se a estatal tivesse sido totalmente privatizada, como queria Fernando Henrique Cardoso. Ainda segundo a matéria citada, no final de 2002 a Petrobras valia US$ 15,4 bilhões no mercado, e ficava na 121ª colocação do ranking entre empresas dos Estados Unidos e América Latina.
De acordo com o novo levantamento, do último dia 9, a Petrobras já é a terceira maior do continente americano, por valor de mercado: US$ 207,9 bilhões. De 2003 a 2009, ou seja, durante os dois governo de Lula, a companhia saltou só 118 posições e cresceu US$ 192,5 bilhões.
A matéria da Folha mostra crescimento parecido da Vale (US$ 11 bilhões para US$ 141,9 bilhões). Só que a Vale FHC conseguiu entregar. Por falar em FHC, no dia 15, domingo, o jornal El País (Espanha) publicou uma entrevista com o ex-presidente tucano. O título: "A economia já está globalizada, agora é preciso globalizar a política", diz Fernando Henrique Cardoso. Gostaram? Vamos não apenas globalizar a política, mas antes, claro, para que tudo caminhe bem, temos que privatizá-la. Pela privatização da política já!
Na entrevista ao El País, ao discorrer sobre o modelo de governo "social-democrata à americana" como "o do Chile, Uruguai, Brasil", FHC diz: "que diferença há entre meu governo e o de Lula no modelo econômico? Muito pouca: é basicamente social-democrata, quer dizer, respeito ao mercado, sabendo que o mercado não é tudo". Que simplicidade, que clareza de raciocínio do príncipe! Só não entendi uma coisa. Não foi ele, o príncipe, que disse em recente artigo que o Brasil caminha perigosamente para um "autoritarismo popular"? Então como podem ser ambos os governos, de FHC e Lula, tão parecidos assim?
Mas, voltando à Petrobras, a segunda notícia é que ela chegou ao sexto lugar no ranking das "250 Principais Empresas de Energia Globais", segundo a Platts, especializada em informações sobre energia e commodities. A companhia subiu seis posições em relação ao ano passado, "ultrapassando empresas de países emergentes como Rússia e China", de acordo com a própria empresa em seu site.
Por essas e outras é que os governos FHC e Lula são tão parecidos. Enquanto o primeiro entregou a Vale ao capital internacional, no segundo o país tornou-se ou está em vias de se tornar autossuficiente em petróleo.
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