Foi fechada e anunciada no Plenário Juscelino Kubitschek da Assembléia Legislativa de São Paulo neste domingo, 22 de novembro, a chapa de 20 pequenos empresários progressistas entre os 84 representantes das sociedades civis empresariais da 1ª Conferência Paulista de Comunicação, que representarão o estado de São Paulo na etapa nacional.
Entre esses 20 do campo progressista estão, por exemplo, Joaquim Palhares (Carta Maior), Renato Rovai (revista Fórum) e Alberto Luchetti (allTV). Eles, que, como delegados, participam da Conferência Nacional em dezembro, defendem junto com a sociedade civil propostas que, se implementadas, configurariam enorme avanço no país, mesmo para grande parte da população que (por interesse ou desinformação) não está nem aí para o assunto, incluindo jornalistas, cada vez mais dependentes de um mercado construído por oligopólios (deveriam se preocupar mais com isso do que com a obrigatoriedade ou não do diploma).
Em debate, a democratização das comunicações por meio de medidas como a própria democratização das verbas publicitárias, o fim da propriedade cruzada, o interesse público como critério para as concessões, que devem ser laicas, a proibição ou limitações à absurda publicidade direcionada às crianças, entre muitas outras propostas que estão no cerne da regulamentação jamais feita do artigo 220 da Constituição.
A mesma Constituição que "garante" que "todos são iguais perante a lei" (artigo 5), pura retórica, "proíbe" também expressamente (no artigo 220) o monopólio no setor das comunicações: "Os meios de comunicação social não podem, direta ou indiretamente, ser objeto de monopólio ou oligopólio".
Conversei na manhã de domingo, na Assembléia Legislativa, com dois representantes desse grupo dos 20 empresários que lutam pela democratização. Eles sabem das dificuldades, mas, pragmáticos, ressaltam os avanços.
Para Alberto Luchetti, da allTV, o pequeno número de empresários do campo progressista é um dado a ser levado em conta, mas ele destaca outro: os avanços têm que ser feitos passo a passo. "Eu acho que é preocupante mesmo. Do nosso lado, dos empresários, são 600 delegados, nós somos em 20 apenas, os pequenos empresários. Então nossa batalha vai ser muito grande. Por isso que eu falei, tanto na conferência municipal de Osasco como na de São Paulo, que vai ser uma luta muito árdua. Mas se a gente der um passo, por menor que ele seja, é o primeiro passo", diz Luchetti. "Essa conferência é um marco na história da comunicação nesse país porque ela abre o diálogo".
Renato Rovai, da revista Fórum, também chama a atenção para o diálogo. "O processo da democracia é isso; dentro dos debates, do contraditório, você pode construir caminhos. Aqui a gente construiu. Se a gente tivesse apostado que não há diálogo, a gente não tinha vindo pra essa conferência, não teria inscrito nossos 20 delegados e não teria feito essa cerimônia, esse momento bonito, ter montado uma chapa junto com a Abra e a Telebrasil", afirma Rovai.
Embora realista, Alberto Luchetti dá um aviso aos céticos: "Eu posso garantir a você o seguinte: nós somos apenas 20 numa delegação de 600 delegados. Mas nós não voltaremos de mãos vazias".
Rovai rebate as críticas ao acordo que possibilitou a indicação de "apenas" 20 nomes para representar os veículos progressistas. "Acordo é sempre bom. Os acordos são construídos dentro da realidade, dentro das possibilidades da conjuntura. A gente merecia mais? Acho que sim, mas a gente conseguiu essa acordo, fruto de um grande debate, de organização e nós estamos comemorando. Porque foi o único estado que conseguiu isso".
Para ele, mesmo setores mais conservadores já admitem a necessidade de se avançar: "Basta ler o editorial do Estadão de hoje (domingo, 22). Ele sinaliza que até os grandes veículos de comunicação consideram que é preciso democratizar o setor no Brasil".
Entre esses 20 do campo progressista estão, por exemplo, Joaquim Palhares (Carta Maior), Renato Rovai (revista Fórum) e Alberto Luchetti (allTV). Eles, que, como delegados, participam da Conferência Nacional em dezembro, defendem junto com a sociedade civil propostas que, se implementadas, configurariam enorme avanço no país, mesmo para grande parte da população que (por interesse ou desinformação) não está nem aí para o assunto, incluindo jornalistas, cada vez mais dependentes de um mercado construído por oligopólios (deveriam se preocupar mais com isso do que com a obrigatoriedade ou não do diploma).
Em debate, a democratização das comunicações por meio de medidas como a própria democratização das verbas publicitárias, o fim da propriedade cruzada, o interesse público como critério para as concessões, que devem ser laicas, a proibição ou limitações à absurda publicidade direcionada às crianças, entre muitas outras propostas que estão no cerne da regulamentação jamais feita do artigo 220 da Constituição.
A mesma Constituição que "garante" que "todos são iguais perante a lei" (artigo 5), pura retórica, "proíbe" também expressamente (no artigo 220) o monopólio no setor das comunicações: "Os meios de comunicação social não podem, direta ou indiretamente, ser objeto de monopólio ou oligopólio".
Conversei na manhã de domingo, na Assembléia Legislativa, com dois representantes desse grupo dos 20 empresários que lutam pela democratização. Eles sabem das dificuldades, mas, pragmáticos, ressaltam os avanços.
Para Alberto Luchetti, da allTV, o pequeno número de empresários do campo progressista é um dado a ser levado em conta, mas ele destaca outro: os avanços têm que ser feitos passo a passo. "Eu acho que é preocupante mesmo. Do nosso lado, dos empresários, são 600 delegados, nós somos em 20 apenas, os pequenos empresários. Então nossa batalha vai ser muito grande. Por isso que eu falei, tanto na conferência municipal de Osasco como na de São Paulo, que vai ser uma luta muito árdua. Mas se a gente der um passo, por menor que ele seja, é o primeiro passo", diz Luchetti. "Essa conferência é um marco na história da comunicação nesse país porque ela abre o diálogo".
Renato Rovai, da revista Fórum, também chama a atenção para o diálogo. "O processo da democracia é isso; dentro dos debates, do contraditório, você pode construir caminhos. Aqui a gente construiu. Se a gente tivesse apostado que não há diálogo, a gente não tinha vindo pra essa conferência, não teria inscrito nossos 20 delegados e não teria feito essa cerimônia, esse momento bonito, ter montado uma chapa junto com a Abra e a Telebrasil", afirma Rovai.
Embora realista, Alberto Luchetti dá um aviso aos céticos: "Eu posso garantir a você o seguinte: nós somos apenas 20 numa delegação de 600 delegados. Mas nós não voltaremos de mãos vazias".
Rovai rebate as críticas ao acordo que possibilitou a indicação de "apenas" 20 nomes para representar os veículos progressistas. "Acordo é sempre bom. Os acordos são construídos dentro da realidade, dentro das possibilidades da conjuntura. A gente merecia mais? Acho que sim, mas a gente conseguiu essa acordo, fruto de um grande debate, de organização e nós estamos comemorando. Porque foi o único estado que conseguiu isso".
Para ele, mesmo setores mais conservadores já admitem a necessidade de se avançar: "Basta ler o editorial do Estadão de hoje (domingo, 22). Ele sinaliza que até os grandes veículos de comunicação consideram que é preciso democratizar o setor no Brasil".
4 comentários:
Rapaz, não tinha a menor ideia da abrangência dessa Conferência, isto é, do poder de lançar mais amplamente não só discussões pra lá de necessárias, mas, quem sabe, de fazer alguma diferença nesse "vespeiro" que é a legislação sobre as comunicações no Brasil - na verdade, não sei nada sobre isso, mas pelo seu texto dá pra ver que a coisa é muito bem defendida pelos grupos que têm interesses econômicos envolvidos nas comunicações, claro. Vamos ficar torcendo pra que a voz desses 20 faça um alarde proporcional ao tamanho do assunto!
Mayra, eu participei da organização e do evento da etapa municipal da Confecom em Osasco. Sabe o que me chamou muito a atenção? Que nos dias dias de conferência (realizada num anfiteatro das faculdades Unifieo, numa sexta e no sábado, 17 de outubro), vi pouquíssimos alunos de jornalismo no evento. Pouquíssimos. O que é emblemático e preocupante...
Engraçado que os grupos que monopolizam a informação e a formação de ideias no Brasil são os mesmos que reclamam de restrições à liberdade de expressão. Liberdade total, mas (sempre assim) é pra quem pode. Legal essa Conferência, tudo tem que nascer de algum embrião (boa participação da Mayra, he he, valeu).
Nada como a solidariedade dos "pequenos", Paulinho! Abração!
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