Fotos: Reprodução/ Ricardo Saibun: Divulgação Santos FC
O Santos Futebol Clube completa 101 anos neste domingo. O querido time da Vila Belmiro entra em seu segundo século de existência como um dos mais gloriosos do mundo, com histórias, conquistas e lendas suficientes para encher muitos livros.
Sempre quando tem – em redações, mesas de bar, arquibancada etc – aquele velho papo de “qual a camisa mais bonita?”, citam-se as do Grêmio, do Cruzeiro, a tradicional do Palmeiras, a do Juventus, todas merecedoras de registro, com destaque para as dos times de Porto Alegre e, principalmente, da Mooca.
Mas sempre achei, realmente, o uniforme branco do Santos o mais bonito (o listrado vestido por Pelé na foto acima o clube não usa mais, o que é uma pena: tenho memória de grandes jogos com essa camisa, mas o regulamento que proíbe os times de jogarem com calções da mesma cor e a obsessão do presidente Laor pelo comemorativo mas já insuportável uniforme azul parece que relegaram a bela combinação ao esquecimento).
(Hoje em dia a gente vê muita gente andar vestida com uniformes de times estrangeiros. Daí, alguém poderia dizer que o uniforme do Real Madrid também é branco. Mas não é a mesma coisa, porque no uniforme se estampa algo essencial: o escudo do clube. O escudo do Real lembra a realeza – no sentido político, não metafórico: o Real é o clube dos reis de Espanha. Ponto. Entre as de times não brasileiros, gosto da camisa da Inter de Milão. E por aqui encerro os parênteses.)
Não obstante, a palavra realeza, no sentido futebolístico e metafórico, tem a ver com o Santos de Pelé e de Neymar, dois símbolos da coroa, embora haja tantos nomes que seria cansativo enumerar... Feitiço, Dorval, Mengálvio, Pagão, Coutinho, Pepe, Edu, Mauro Ramos de Oliveira, Ramos Delgado, Cejas, Clodoaldo, Serginho Chulapa, Elano, Diego, Robinho, figuras que encarnam o espírito do Santos, entre muitas outras.
Com algumas horas de antecedência da data (14 de abril) do aniversário, o Peixe, mais do que classificado para a próxima fase do estadual, presenteou sua torcida com uma goleada de 4 a 0 diante da pobre equipe da União Barbarense, no interior paulista. Registre-se que Neymar fez os quatro gols, e ainda teve um anulado. Apesar da insignificância do jogo em si (num campeonato já por si só inexpressivo), é digno de nota, pois não é todo dia que um atacante faz 4 gols num jogo. E também porque é bom para calar a boca da torcida do Santos – uma das mais chatas do mundo, que chegou até a vaiar Neymar recentemente.
O clube hoje
Outra nota a registrar é que, por ocasião de seus 101 anos, o time da Vila está é dando desgosto à torcida. O futebol que vem apresentando (apesar dos 4 a 0 no time de Santa Bárbara) é muito ruim, fruto dos conceitos de Muricy Ramalho, um treinador covarde taticamente e também no trato com seus comandados, além de grosso e arrogante; e o clube vem sendo administrado por um grupo de neoliberais tucanóides, investidores e banqueiros cuja propalada modernidade está dando com os burro n’água.
Após uma auspiciosa gestão entre 2010 e 2011, quando conquistou a Copa do Brasil, a Libertadores (Muricy apenas organizou um baita time que o lamentável Adilson Batista tinha desconstruído) e dois Paulistas, o time não dá sinais de sair do marasmo em que se encontra. As performances nos campeonatos brasileiros de 2011 e 2012 foram lamentáveis. No Mundial contra o Barcelona e na Libertadores de 2011 diante do Corinthians, o time caiu de modo pusilânime. Perder para o Barça era natural; para o Corinthians, normal, já que clássico é clássico. Mas não da forma como perdeu ambos os duelos.
E, por fim, o fato é que o presidente do clube, Luis Álvaro de Oliveira Ribeiro, com seu nome de barão do café, infelizmente está sempre no hospital e ninguém sabe quem comanda.
E a era Neymar está chegando ao fim, sob o comando tosco de Muricy Ramalho, um treinador que definitivamente não me representa.
Um comentário:
É Edu a vida de torcedor está dura para nós lusos.Isso pode causar uma Diáspora luso-paulistana.E olha, que segundo, pesquisa do sócio torcedor, somos o 13º time com adesões. Essa massa se deslocando pode causar surpresas no futebol.
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