segunda-feira, 25 de março de 2013

Mesmo na terceira, "dá-lhe Juve"






Por Vitor Nuzzi

A jovem se espanta com o aviso da bilheteria: é proibido entrar com camisa de times "rivais", ou seja, Corinthians, Palmeiras e São Paulo. Ela, que usava camisa do tricolor, foi perguntar para o guarda e teve a mesma resposta: não pode. No estádio Conde Rodolfo Crespi, a popular Rua Javari, na Mooca, coração paulistano, quem manda é o Juventus, que na manhã do sábado 23 disputaria uma partida de vida ou morte com o Guaratinguetá, do Vale do Paraíba. O Moleque Travesso bem que se esforçou, mas não evitou a derrota (3 a 1), a 12ª em 18 rodadas, e acabou rebaixado para a série A-3, a terceira divisão do campeonato paulista.

Mas não teve choro. Pelo contrário, parte dos 1.098 pagantes (entre eles uns 20 torcedores do Guará) subiu no alambrado ao final da partida e continuou gritando o nome do time, com direito a um "Dá-lhe, Juve" ao ritmo da "Aquarela do Brasil", de Ary Barroso. A torcida do Juventus é a mais interativa do Brasil, talvez a mais fiel. E a Mooca continua sendo um território à parte no universo futebolístico paulistano.

A derrota e o rebaixamento ocorreu 30 anos depois de uma das maiores glórias do onze juventino, a conquista da Taça de Prata de 1983, o equivalente na época à segunda divisão do campeonato brasileiro, com duas vitórias (3 a 0 e 1 a 0) e uma derrota (3 a 1) para o CSA, de Alagoas. Jogavam no Moleque atletas como Deodoro (que depois seria treinador), Nelsinho Batista e Gatãozinho. O técnico era Candinho.

No jogo de sábado, o Guaratinguetá nem deu chance para o Juventus pressionar. Fez 1 a 0 logo aos 4 minutos, com Cleiton. Após os 20 minutos, o time da casa deu sufoco, pôs uma bola no travessão, mas não conseguiu empatar. Depois do intervalo, com gente ainda na fila para comprar os famosos canoles do seu Antônio, o Juventus apertou e conseguiu o gol aos 8 minutos, com Pedro Rocha (qualquer semelhança com o lendário uruguaio  do Peñarol e do São Paulo é mera coincidência, mas o rapaz sabe fazer gols). Animado e apoiado pela torcida, o Moleque foi para cima, teve chances de virar o placar, mas sofreu dois gols de contra-ataque em apenas três minutos, com Renato Peixe (27 minutos) e Douglas Tanque (aos 30, fazendo fila na defesa), e se entregou.

Não teve vaia nem tentativa de agressão. A torcida cantou e certamente continuará acompanhando o Juventus da Mooca, onde ele estiver. A despedida da segunda divisão será no próximo fim de semana, contra o Comercial, em Ribeirão Preto.


2 comentários:

marco antonio ferreira disse...

ah, moleque travesso, todo paulistano eh um pouco juventino. Engracado que tenham escolhido a juventus de turim como referencia, La vechia singnora. O juventus foi culpado, sic, pelo primeiro milhonario da loteria esportiva. O Dudu da loteca ganhou sozinho quando cravou a vitori do juventus, aqui eh masculino, contra o corinthians. Alias naqueles bons tempos, o corinthians queria ver qualquer um, Palmeiras , Santos com Pele, qualquer coisa, so nao queria ver era o Juventus, o moleque travesso sempre zuava com o curingao, ah bons tempos. kkkkkkk, ps sim naqueles tempos tAmbem tinhamos selecao.

Eduardo Maretti disse...

Bons tempos aqueles do Moleque Travesso zoando o Corinthians, Marco, bons tempos...