quarta-feira, 20 de março de 2013

José Serra na encruzilhada


Especulações dão conta de que José Serra não aceitaria nada menos do que a presidência do PSDB, na convenção nacional que se realizará em maio, para não deixar o partido. Para ele, a presidência do Instituto Teotônio Vilela (ITV), centro de estudos da legenda, seria obviamente muito pouco. Mas Serra, especula-se, teria planos de deixar o PSDB não para disputar a presidência, e sim o governo do estado de São Paulo. A presidência do partido deverá ser destinada a Aécio Neves, como deseja o presidente da legenda Sérgio Guerra e outros caciques.

Ontem, Aécio, o nome da preferência de oito entre dez tucanos (exceto São Paulo) à candidatura à sucessão da presidente Dilma Rousseff, se reuniu com o governador paulista Geraldo Alckmin. Na segunda, havia se reunido com o próprio Serra.

O senador de Minas declarou sobre a reunião com Serra, segundo matéria do Estadão (o jornalão se esforça para fazer crer que a paz reina nas hostes tucanas): "Foi uma conversa de convergência. Não houve nenhum tipo de exigência, embora Serra tenha credenciais para ocupar qualquer espaço no partido", disse o senador, mineiramente.

A questão é: as coisas não estão nem um pouco fáceis para Serra. Se ficar no PSDB, terá de encarar 80% dos tucanos, nacionalmente, para viabilizar uma tentativa de se recandidatar à presidência. Se as especulações procedem e ele estiver planejando sair do partido para tentar encarar Alckmin, com toda a estrutura partidária que este tem e o apoio maciço dos correligionários do interior do estado ao governador, seu caminho será igualmente difícil. Alckmin, disse a mesma matéria do Estadão, convidou Aécio para um café na semana que vem. "O café estará no bule, aguardando-o. Vamos saborear a sabedoria mineira do Aécio", disse o governador paulista. A batata de Serra está assando.

Serra está numa encruzilhada. Ou ele se conforma em disputar uma vaga ao Senado em 2014, ou talvez tenha de se contentar futuramente com algo mais modesto. A presidência do Palmeiras, quem sabe.

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