Publicado originalmente na Rede Brasil Atual
Divulgação
O Palácio dos Bandeirantes promoveu na tarde do dia 7 uma espécie de confraternização de prefeitos para a posse da nova diretoria da Associação dos Municípios da Araraquarense (AMA), da qual o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), é presidente de honra. No discurso em que saudou a nova diretoria da entidade, Alckmin usou um estilo de certa maneira ufanista. “Esta é a casa dos brasileiros de São Paulo”, disse.
O governador não deixou de alfinetar o PT da presidenta Dilma Rousseff. Ao mencionar a pujança da região de Araraquara, no noroeste do estado, aproveitou para falar da economia paulista como um todo. “O Brasil cresceu 0,9% em 2012, menos que países em crise, enquanto São Paulo cresceu Alckmin já movimenta interior de São Paulo por reeleição
1,3%”, comparou. Ele prevê um crescimento maior do Produto Interno Bruto (PIB) nacional este ano e, por isso, avalia, o estado deve crescer “mais do que a média do país”. Alckmin se esquivou ao ser perguntado pela reportagem sobre qual a importância política da Associação dos Municípios da Araraquarense. Mas, ao contrário de um correligionário como o ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB) ou mesmo do presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, Alckmin não se valeu de postura agressiva.
Já o novo presidente da AMA, Eugênio José Zuliani (DEM), o Geninho, prefeito de Olímpia, perguntado pela RBA se os representantes da entidade são apenas aliados do governador, disse enfaticamente: “Claro que não”. Segundo ele, prova disso é que há diretores do PT na chapa da nova diretoria da associação. Além disso, conta, os prefeitos das cidades de Tanabi (Bel Repizo) e de José Bonifácio (Padre Edmilson), ambos também petistas, “participaram da eleição e das discussões da última assembleia e votaram o estatuto”.
“Coincidência”
Embora garanta que a AMA não “é partidária”, Eugênio José Zuliani explica o ambiente político aparentemente paroquial do evento: “Estamos focados numa região em que, por coincidência, quase 85% dos partidos que estão no poder ou são do PSDB ou fazem parte da aliança do governador Geraldo Alckmin. Obviamente que uma entidade que estiver instalada no Grande ABC vai ser mais ligada ao governo federal, mas isso são particularidades regionais”. A entidade recebida por Alckmin hoje representa 124 cidades, em um total de 2 milhões de habitantes. "A bancada de deputados estaduais e federais da nossa região (Araraquara) é muito grande", diz Eugênio Zuliani.
Mas provavelmente não foi coincidência que a cerimônia de posse da diretoria da Associação dos Municípios da Araraquarense no Palácio dos Bandeirantes foi prestigiada não apenas pelo governador como por alguns dos homens fortes de seu governo: os secretários Rodrigo Garcia (Desenvolvimento Social), Edson Aparecido (Casa Civil) e Júlio Semeghini (Planejamento). Assim como por vários deputados da base governista na Assembleia Legislativa, como o presidente do PSDB no estado, Pedro Tobias, Orlando Bolçone (PSB), Carlão Pignatari (PSDB), Itamar Borges (PMDB) e Celso Giglio (PSDB).
Giglio, ex-prefeito de Osasco (região Oeste da Grande São Paulo), concorreu novamente à prefeitura da cidade em 2012, mas teve a candidatura impugnada pela Justiça Eleitoral por violação à Lei da Ficha Limpa, pois teve rejeitadas as contas de sua gestão como prefeito entre 2001 e 2004. O TRE/SP proclamou Jorge Lapas (PT) como prefeito de Osasco. Celso Giglio é presidente de outra entidade municipalista aliada de Alckmin, a Associação Paulista de Municípios (APM), e na semana passada, em evento semelhante, já estivera no Palácio “a fim de apresentar os componentes de sua nova diretoria ao governador Geraldo Alckmin”, segundo o site da APM.
Entre os que discursaram hoje, o secretário de Desenvolvimento Social, Rodrigo Garcia, deu um sinal de que a reunião de dezenas de prefeitos aliados de Alckmin no Palácio dos Bandeirantes tem um significado maior do que uma simples cerimônia festiva. Ele falou da importância da “associação que representa os nossos agentes políticos locais” e afirmou também que “nada se faz” sem esses agentes. Garcia é de Tanabi, na região de São José do Rio Preto. Alckmin, de Pindamonhangaba, no Vale do Paraíba. Como se vê, Alckmin vai apostar tudo no interior do estado em 2014.
O governador não deixou de alfinetar o PT da presidenta Dilma Rousseff. Ao mencionar a pujança da região de Araraquara, no noroeste do estado, aproveitou para falar da economia paulista como um todo. “O Brasil cresceu 0,9% em 2012, menos que países em crise, enquanto São Paulo cresceu Alckmin já movimenta interior de São Paulo por reeleição
1,3%”, comparou. Ele prevê um crescimento maior do Produto Interno Bruto (PIB) nacional este ano e, por isso, avalia, o estado deve crescer “mais do que a média do país”. Alckmin se esquivou ao ser perguntado pela reportagem sobre qual a importância política da Associação dos Municípios da Araraquarense. Mas, ao contrário de um correligionário como o ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB) ou mesmo do presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, Alckmin não se valeu de postura agressiva.
Já o novo presidente da AMA, Eugênio José Zuliani (DEM), o Geninho, prefeito de Olímpia, perguntado pela RBA se os representantes da entidade são apenas aliados do governador, disse enfaticamente: “Claro que não”. Segundo ele, prova disso é que há diretores do PT na chapa da nova diretoria da associação. Além disso, conta, os prefeitos das cidades de Tanabi (Bel Repizo) e de José Bonifácio (Padre Edmilson), ambos também petistas, “participaram da eleição e das discussões da última assembleia e votaram o estatuto”.
“Coincidência”
Embora garanta que a AMA não “é partidária”, Eugênio José Zuliani explica o ambiente político aparentemente paroquial do evento: “Estamos focados numa região em que, por coincidência, quase 85% dos partidos que estão no poder ou são do PSDB ou fazem parte da aliança do governador Geraldo Alckmin. Obviamente que uma entidade que estiver instalada no Grande ABC vai ser mais ligada ao governo federal, mas isso são particularidades regionais”. A entidade recebida por Alckmin hoje representa 124 cidades, em um total de 2 milhões de habitantes. "A bancada de deputados estaduais e federais da nossa região (Araraquara) é muito grande", diz Eugênio Zuliani.
Mas provavelmente não foi coincidência que a cerimônia de posse da diretoria da Associação dos Municípios da Araraquarense no Palácio dos Bandeirantes foi prestigiada não apenas pelo governador como por alguns dos homens fortes de seu governo: os secretários Rodrigo Garcia (Desenvolvimento Social), Edson Aparecido (Casa Civil) e Júlio Semeghini (Planejamento). Assim como por vários deputados da base governista na Assembleia Legislativa, como o presidente do PSDB no estado, Pedro Tobias, Orlando Bolçone (PSB), Carlão Pignatari (PSDB), Itamar Borges (PMDB) e Celso Giglio (PSDB).
Giglio, ex-prefeito de Osasco (região Oeste da Grande São Paulo), concorreu novamente à prefeitura da cidade em 2012, mas teve a candidatura impugnada pela Justiça Eleitoral por violação à Lei da Ficha Limpa, pois teve rejeitadas as contas de sua gestão como prefeito entre 2001 e 2004. O TRE/SP proclamou Jorge Lapas (PT) como prefeito de Osasco. Celso Giglio é presidente de outra entidade municipalista aliada de Alckmin, a Associação Paulista de Municípios (APM), e na semana passada, em evento semelhante, já estivera no Palácio “a fim de apresentar os componentes de sua nova diretoria ao governador Geraldo Alckmin”, segundo o site da APM.
Entre os que discursaram hoje, o secretário de Desenvolvimento Social, Rodrigo Garcia, deu um sinal de que a reunião de dezenas de prefeitos aliados de Alckmin no Palácio dos Bandeirantes tem um significado maior do que uma simples cerimônia festiva. Ele falou da importância da “associação que representa os nossos agentes políticos locais” e afirmou também que “nada se faz” sem esses agentes. Garcia é de Tanabi, na região de São José do Rio Preto. Alckmin, de Pindamonhangaba, no Vale do Paraíba. Como se vê, Alckmin vai apostar tudo no interior do estado em 2014.
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