segunda-feira, 14 de maio de 2012

Mais uma vez com arte e magia, agora quem dá bola é o Santos, tricampeão paulista


A bem da verdade, o título paulista já tinha dono antes de começar a final Santos x Guarani nesta tarde, no Morumbi, onde mais uma vez o time da Vila deu a volta olímpica após bater o Bugre por 4 a 2, com dois gols de Neymar e dois de Alan Kardec (na partida de ida, 3 a 0 no mesmo estádio).

Como já disse várias vezes aqui, o Morumbi é um estádio onde o Alvinegro está acostumado a triunfar. Neymar não cansa de brilhar – e nem minhas retinas, tão fatigadas, de vê-lo brilhar com a camisa preto&branca, e, por vezes, azul. Além dos dois gols na tarde deste domingo, ele participou decisivamente dos outros dois, como se pode ver nos lances abaixo.



Desta vez, o título é especialmente significativo. Pois é um título duplo: o de campeão de 2012 e o de tricampeão paulista, façanha poucas vezes conseguida na história. No ano do centenário. A última vez em que um clube conquistara três vezes seguidas o Campeonato Paulista havia sido o mesmo Santos, mas o de Pelé, em 1967/68/69, que também foi tri de 1960 a 62. Os outros times que levantaram o tricampeonato foram o Palestra Itália (1932 a 34) e três vezes o Corinthians (1922-24, 1928-30 e 1937-39 – quando meu avô era jovem). Depois da Libertadores de 2011, com o tricampeonato paulista de 2012 o Santos de Neymar continua avançando e igualando marcas.

E o “craque da camisa número 11”, como diria Silvio Luiz, foi o artilheiro do Paulistão com 20 gols. Ele anotou ainda sete tentos pela Libertadores, até agora. Em 24 partidas este ano (16 pelo o estadual e 8 no torneio continental), o craque mandou a bola às redes 27 vezes, média impressionante de 1,125 gol por jogo. Neymar chegou na final do Paulistão a 108 gols com a camisa do Santos, sendo aos 20 anos o maior artilheiro da era pós-Pelé e o 16° da história do clube. O 15° é Vasconcelos, que tem 111.

Foto: Bruno Giufrida - Divulgação/ Santos FC
Neymar comemora o tri na Vila

Considerando o século XXI, o Alvinegro Praiano tem um cartel de títulos invejável. Depois da fila de 17 anos sem títulos (importantes*), em 2002 o Peixe inaugurou uma era vencedora. Desde então, foram dois Brasileiros (2002 e 2004), cinco Paulistas (2006/07/10/11/12), uma Copa do Brasil (2010) e uma Libertadores (2011). O tricampeonato paulista conquistado neste domingo é um galardão à parte. É um tricampeonato. Mais uma vez com arte e magia, agora quem dá bola é o Santos.

Ficha Técnica

Santos 4 x 2 Guarani
Morumbi, São Paulo (13 de maio de 2012)

Gols: Alan Kardec, a 1min; Fabinho, aos 4min; Neymar, aos 8min; Bruno Mendes aos 16min do 1º tempo. Neymar, aos 26min e Alan Kardec aos 47min do 2º tempo

Ricardo Saibun / Divulgação Santos FC 
Muricy já está à vontade na Vila Belmiro
Santos
Rafael; Henrique, Edu Dracena, Durval e Juan (Léo); Arouca, Elano (Felipe Anderson) e Ibson; Ganso; Alan Kardec e Neymar. Técnico: Muricy Ramalho

Guarani
Emerson; Bruno Peres, Domingos, André Leone e Bruno Recife; Éwerton Páscoa (Thiaguinho), Fábio Bahia e Danilo Sacramento; Medina (Max Pardalzinho); Bruno Mendes (Ronaldo) e Fabinho. Técnico: Vadão

Árbitro : Paulo César de Oliveira
Público: 53.749
Renda: R$ 2.677.243,00

10 comentários:

Gabriel Megracko disse...

Salve o Leão do Mar!

Victor disse...

Compa, que maravilha, hein? É a história do Santos sendo repetida. Bonito ver um time que apesar de seu grande sábio da bola, trabalha no coletivo, um ajudando o outro a ganhar e a se dar bem, isso contando com Muricy e o presidente do clube.
Achei os meninos um pouco cansados.
Agora é comemorar rapidinho e pensar na partida de quinta contra o argentino. Vamos ao tetra da Libertadores !

Leandro disse...

Nunca é demais louvar o futebol de Neymar e Ganso (que parece estar retomando a melhor forma), bem como o trabalho de LAOR.
Que os meninos santistas sigam sendo o último alento da seleção do Mané Meneses para 2014, e que o exemplo de LAOR ganhe discípulos Brasil afora, para que um dia nosso Brasileirão seja um campeonato tão badalado dentro e fora de campo quanto os chatos mas "anabolizados" campeonatos da Europa.
Falando em Europa, vendo a sensacional jogada do lateral Juan no segundo gol de Neymar me lembrei de algo que já escrevi sobre Piqué e Puyol no Barcelona: O fato de estar cercado por companheiros de extrema qualidade num time "azeitado" técnica e fisicamente também fez dele um jogador de outro nível.
Desde os tempos em que jogava no RJ sempre o considerei algo "meia-boca", mas o convívio com Neymar, Ganso, Arouca, Elano e companhia operou maravilhas na vida do rapaz.

Mayra disse...

Parabéns!

Ó que fotos legais:
http://zupi.com.br/site_zupi/view/a_paixaeo_do_torcedor

Felipe Cabañas da Silva disse...

Belo título. Neymar continua gênio. Ganso, lunático. É um time invejável porque tem um gênio. Um moleque "franzino" (a exemplo do ídolo maior do Santos) que brilha quando tem que brilhar. Que cresce quando tem que crescer. Que está em pleno amadurecimento e que parece ter "o céu como limite".

Tudo lindo. Mas a defesa do Santos é uma bomba relógio, hein. Minha nossa senhora do Mont Serrat... rsrs... Alguém explica como é que o Durval ganhou 10 títulos estaduais nos últimos 10 anos? Ele tem momentos de brilhantismo intercalados com falhas varzeanas. Os erros de ontem não abalaram a vantagem do time, mas e na final da Libertadores que ele quase pôs tudo a perder com aquele gol contra bisonho aos 35 do segundo tempo?? Acho que o prazo de validade do Durval já era, e o Edu Dracena está quase lá. Quem souber anular o Neymar e jogar no calcanhar de aquiles desse time pode derrotá-lo, embora se esteja construindo uma aura midiática de "time imbatível". Cuidado com o espetáculo, companheiros santistas, ele tem o poder de enganar até mesmo os mais tarimbados... Saudações de tri-tri para tri-tri (que se lasque que tenha sido quando meu tataravô era jovem, não são vocês que gostam tanto de história?? - rsrs).

Paulo M disse...

Se a zaga santista der bobeira assim na Libertadores, pode comprometer mais seriamente. Mas ontem estavam relaxados mesmo, mais a fim de cumprir o compromisso de tabela e sair pro abraço. Não dá pra levar muito em conta. Neymar mais uma vez deu show. Santistas do Brasil, parabéns. Também ao Guarani, que mesmo sob os gritos de olé da torcida do meio do segundo tempo pra frente, e consciente de sua imensa inferioridade técnica, jogou limpo, sem pontapés. Bom o jogo.

Eduardo Maretti disse...

Bom, com Durval e Dracena hemos sido campeones paulista (2010, 2011 e 2012), da Copa do Brasil (2010) e Libertadores (2011).

Acho que o time estava bastante relaxado mesmo, pois até o goleiro Rafael cometeu uma falha grotesca.

Dracena, que eu critiquei bastante em 2010, tem feito partidas de gigante, como contra o Inter duas vezes. O zagueirão melhorou muito depois que Muricy pôs ordem na casa, do meio de campo para trás, que era uma bagunça antes dele.

De resto, a defesa tem se comportado muito bem nos jogos mais difíceis.

Na final da Libertadores eu estava lá, justo atrás do gol onde saiu o gol do Peñarol: após a saída do lateral Léo (cansado) e a entrada do fraquíssimo Alecsandro, os uruguaios descobriram que ali era o mapa da mina e fustigaram as costas do m*#%* do lateral até marcarem o gol. Foi menos culpa do Durval, que deu azar, do que das inúmeras penetrações dos adversários nas costas do Alecsandro, que graças a deus já foi vendido.

Gabriel Megracko disse...

O que não faz o desejo com um ponto de vista, hein! Acho que o amigo corintiano tá mais otimista do que deve, sobre a zaga peixeira.

Felipe Cabañas da Silva disse...

Pois é, Edu, mas o que explica o fato do Santos ter levantado tantos canecos com esse miolo de zaga sofrível é que o time tem um gênio que faz a diferença - às vezes, tem dois, quando o Ganso resolve jogar. Como disse o Edu Dracena depois do jogo, "o Santos sabe quem são os seus craques, a gente sabe que tem que jogar pra eles". Uma belíssima prova de humildade e solidariedade que vi poucas vezes no futebol.

Além da zaga, o Santos tem alguns problemas na lateral esquerda. É raríssimo ver Juan tendo a atuação brilhante que teve domingo. O Neymar é gênio mesmo, se até o Juan ele está conseguindo fazer jogar bola, um cara que não se firmou no Flamengo, não se firmou no São Paulo, não sabe cruzar direito, é uma nulidade no chute a gol e erra mais passes que o time inteiro junto. Quanto ao Léo, ele é um ídolo do Santos, mas não é um lateral brilhante a bem da verdade (como de resto poucos laterais no Brasil são), e foi pelo lado do Léo que o Barcelona deitou e rolou, sendo o setor esquerdo do Santos, após o jogo, apelidado de "avenida Léo".

Mas, embora tenha deficiências, o Santos é um time organizado, encaixado e, sobretudo, solidário. Do meio pra frente a qualidade do time tem compensado as deficiências da defesa. Mas será que pode compensar sempre? Só tenho me perguntado isso...

Companheiro Gabriel, esperanças eu tenho. Como dizem, a fulana é a última que morre. Como ninguém disse que o futebol "certo" a se jogar é o futebol arte, vou buscando confiar nesse futebol cerebral e "de risco quase zero" que tem jogado o Corinthians e tem trazido resultado. O duro é que sempre que o Corinthians encaixa um time pra jogar a Libertadores tem pela frente uma edição complicada do torneio, cheia de times experientes, multi-campeões, recheados de craques. Mas continuo achando interessante um duelo contra o Santos, porque acho que o Corinthians vai jogar leve e sem obrigação de ganhar. Fora que vai ser um tremendo espetáculo, o confronto de duas escolas distintas, mas complementares, de futebol. Sensacional.

Eduardo Maretti disse...

Bem, Felipe, Durval é passível de críticas. Não é unanimidade nem entre a torcida santista. O próprio Santos parece que entende que precisa se reforçar no setor. Acaba de contratar um zagueiro, David Braz, que vem do Flamengo como parte do pagamento de Íbson, jogador que não vingou no SFC e não gosto. O clube está tb interessado no Neto, do Guarani, outro zagueiro.

No jogo do Barcelona, Durval errou nos dois primeiros gols.

Agora, feita a longa ressalva, Léo não. Léo é patrimônio da Vila. Não sei quem falou de av. Léo, mas discordo de sua existência. O jogo do Barça foi atípico, o Santos não viu a cor da bola, se perdeu em campo, ninguém jogou nada e não é Leozinho que teve culpa. De 2002 pra cá, o time nunca conseguiu se acertar na lateral esquerda sem o Léo. E é difícil que algum santista discorde de mim... Mesmo sem as condições físicas de outrora, quando entra, ele mata a pau. Contra o São Paulo, na semifinal do paulistão por exemplo(quando o Peixe pôs o Tricolor em crise -hehe) Léo fez uma partidaça.

E o Juan, que Leandro mencionou acima, também não me convence. Vamos ver na sequência. Guarani é uma coisa, Vélez é outra.