quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Dois filmes de Majid Majidi

CINEMA/IRÃ

Quem segue este blog sabe que tenho apreço especial pelo cinema iraniano. Seguem duas indicações, ambas de filmes do diretor Majid Majidi, que vi (ou revi) no feriado passado. Vale a pena alugar, ou comprar, ou baixar.

A Cor do Paraíso (1999)

A história, como é comum no cinema do Irã, é simples. Mohammad (interpretado por Mohsen Ramezani - foto ao lado) é um menino de oito anos, cego, que estuda (e mora) em uma escola para crianças na sua condição por um determinado período do ano. Nas férias, as famílias levam as crianças cegas para casa. A família de Mohammad vive na zona rural. O pai do menino (Hossein Mahjoub), viúvo, protagoniza um drama, porque seu filho cego atrapalha suas pretensões de se casar de novo. Mas o pai sofre com isso.

É impressionante no filme o contraste entre a cegueira de Mohammad e as imagens exuberantes, e as cores. Uma das maiores virtudes estéticas do cinema do Irã é o uso das cores e da luz. Em A Cor do Paraíso, essa exuberância contrasta com a cegueira e a tragédia. Vale muito a pena ver um filme como esse, um olhar muito diferente da visão ocidental sobre a vida e a morte, a história e a arte.


Baran (2001)

A realidade dos afegãos em Teerã
O título do filme, Baran, é o nome de uma mulher. Em Teerã, o cenário é uma enorme obra de construção civil. Refugiados do Afeganistão, um país maldito pelas sucessivas guerras patrocinadas pelas potências mundiais, são contratados como mão-de-obra barata (algo semelhante aos bolivianos hoje no Brasil, guardadas as devidas proporções).

E esse é o contexto em que o jovem Lateef (interpretado pelo ator Hossein Abedini) conhece uma jovem (Zahra Bahrami, no papel de Baran) pela qual se apaixona em condições muito impróprias ao amor. Mas o amor floresce, embora impossível.

Leia também: Procurando Elly,de Asghar Farhadi, uma pequena jóia do cinema iraniano

Atualizado à 01:36

2 comentários:

Mayra disse...

Fui procurar os filmes indicados por você no cuevana - aquele site argentino cheio de ótimos filmes aos quais se pode assistir de graça (www.cuevana.com) -, não os encontrei, mas achei outro do mesmo diretor: Los niños del cielo (1997). Já viu?

Eduardo Maretti disse...

Não, esse não vi não...