quarta-feira, 1 de maio de 2013

Dia do trabalho ou do trabalhador?


1° de maio, Dia do Trabalho, ou do trabalhador. De todas as categorias.

A começar pelo trabalhador das categorias mais organizadas atualmente, entre as quais se destacam, histórica e sabidamente, as dos metalúrgicos e dos bancários.

Foto: José Cruz/ABr


Não é por acaso que bancários e metalúrgicos são protagonistas das lutas por jornada de trabalho mais decente e humana ou contra o capital insaciável, seja nas plantas industriais, seja nas plantas financeiras nos últimos quase 200 anos: a revolução industrial (consolidada no século 19) e o chamado sistema financeiro, cujo auge pernicioso é emblematizado pelo neoliberalismo de Margareth Tatcher e suas réplicas mundo afora, foram o caldo no qual se formaram os sindicatos que se propuseram a ser vanguarda na luta por direitos.

Reprodução
No Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva resume o caráter desse trabalhador ao qual me refiro acima, com seu governo popular e inédito. Mas Getúlio Vargas precisa ser mencionado. Embora seja uma liderança gerada pelas chamadas elites, conseguiu construir juridicamente direitos também inéditos, até então, à classe trabalhadora. E a CLT, embora ultrapassada, está aí para não nos deixar mentir. É incrível pensar que a CLT foi criada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1° de maio de 1943, data em que foi sancionada pelo então presidente Getúlio Vargas.

Mas o Dia do Trabalhador é também o dia daquele garçom que, independentemente de ser protegido pela CLT, te serve a saideira ou o X-salada num dia de final de campeonato (quem não gosta de um X-salada, mesmo que inconfessadamente?); ou o taxista que te leva a uma reportagem e não só leva como ajuda a fazer a reportagem; o trabalhador é o vendedor que na livraria acha o livro que você procura; a moça que é caixa do supermercado e quando você vai pagar a conta ela diz “bom dia”; o frentista do posto de gasolina, que está lá 24 horas esperando você passar na estrada precisando de gasolina; ou o professor ou professora (quem não teve um ou mais professores inesquecíveis?) que te ensinou coisas importantes.

O trabalhador é aquele cara completamente anônimo que não se enquadra em nenhuma das profissões acima enumeradas, mas que trabalha no mínimo 40 horas semanais, ou mais, ou menos, é um frila, ou um “autônomo” “terceirizado”, ou um artista de circo que faz o palhaço em circos e esquinas. Em uma palavra, um trabalhador.

Hoje é Dia do Trabalhador. Viva o trabalhador. Viva todos nós!

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