quinta-feira, 14 de junho de 2012

Corinthians de Tite dá um banho no apático Santos de Muricy em plena Vila Belmiro


Vamos por partes.

A ansiedade corintiana é tão grande que antes mesmo de um novo post já há comentário no post anterior para falar de humildade! E depois os amigos corintianos dizem que não estão nem aí para a Libertadores. Enfim, os comentários que tenho são os seguintes:

1) Como disse o Luiz Carlos Azenha no seu blog Viomundo em 15 de novembro de 2010: “Eu acho o ‘corintianismo’ tedioso. Ele se sustenta na teoria segundo a qual o corintiano teria direito à redenção por ter sofrido muito, fora mas especialmente dentro do campo. Sofredor? Para mim sofredor é o torcedor do Radium de Mococa, da Esportiva de Guaratinguetá e do Noroeste de Bauru. Torcerei apaixonadamente contra o Corinthians!”



2) Falando do jogo em si. Mais do que a merecida vitória corintiana na Vila Belmiro por 1 a 0, nesta quarta-feira 13, o que me impressionou foi a apatia, a falta de iniciativa tática, a maneira como o Santos se comportou contra o muito bem montado time do técnico Tite, que (perdoem o chavão) deu um banho tático no como sempre covarde Muricy Ramalho, que é incapaz de “mudar o jogo”, de surpreender, de sair do marasmo de seu plano tático baseado num pragmatismo que Tite exerce com mais competência. Émerson fez um golaço, mas pela décima-enésima vez a lateral-direita santista (como a esquerda) era uma avenida. Como lateral, o velho Pará (que Muricy dispensou) faria papel bem melhor do que o volante Henrique (não é culpa dele) improvisado.

Enquanto o Corinthians jogou o tempo todo em bloco, movimentando-se coletivamente, de fato como um time, cobrindo todos os espaços do campo, o Santos jogou “espalhado”, com buracos imensos entre os setores da equipe. Um time amarrado e sem iniciativa, cujos jogadores andavam em campo. Pergunto: o técnico não tem responsabilidade sobre isso? A apatia santista foi tamanha que prefiro pensar nos méritos do Corinthians (que são muitos) do que enveredar pela teoria da conspiração e ir por análises estranhas ao jogo (tipo: haveria algo oculto nos bastidores da Vila Belmiro que possam explicar tal apatia?). Sabe-se de bastidores que há muita gente descontente com o trabalho de Muricy na Vila, gente que acha (como eu) que o treinador não tem tática alguma a não ser deixar para Neymar resolver. Neymar que hoje, como o time todo, não jogou nada.

Como falei em post anterior, o Santos padece da falta de laterais. No futebol de hoje, sem laterais não há jogo. Para além disso, o time de Muricy Ramalho não está preparado para ser ousado. Diante do jogo solidário e implacável do time de Tite, o arremedo de time do Muricy não encontrou alternativas, porque ousadia não é uma palavra do dicionário de Muricy, se é que a personagem alguma vez pegou um dicionário nas mãos.

3) Com todas as ressalvas acima, usando outro chavão, “não há nada perdido”, nem ganho. O Santos continua sendo tão temível como antes, apesar de seu treinador, que às vésperas do jogo com o Barcelona disse que não tinha muito o que fazer, e dias atrás afirmou que perder a semifinal para o Corinthians “não é o fim do mundo”. Um papo de treinador que fraqueja ao enfrentar grandes times. Em resumo, um treinador covarde que engana bem, mas não a mim.

No jogo de volta, se o Peixe fizer um gol antes, o duelo vai virar um “deus-nos-acuda” emocionante. Mas, para reverter o revés que sofreu em casa, o time da Vila vai precisar pelo menos demonstrar vontade de jogar. Porque o time que se apresentou nesta quarta-feira na Vila foi uma farsa.

17 comentários:

Felipe Cabañas da Silva disse...

É que humildade no futebol é fundamental. Nós, corintianos, por força de tantos infortúnios em Libertadores, tivemos nossas lições de humildade no torneio continental. E é por essa humildade que só farei análises e só darei declarações oficiais mais profundas (hehe) após o jogo do dia 20/06. Não tem nada ganho ainda e o Santos continua favorito, afinal de contas sabe jogar no Pacaembu. Se nós ganhamos ontem é totalmente possível que o time do Muricy chegue ao Pacaembu e faça uma apresentação de gala e vá à final. Sei que essa também é a atitude do elenco e do treinador corintiano, o que é louvável: um grupo fechado, equilibrado, sensato no jogo de xadrez extracampo que envolve o muito boleiro.

Torcedores e ex-jogadores podem falar o que quiser, mas espero que não tenha jogador desse grupo cantando de galo até a semana que vem como fez certo lateral uruguaio santista que ainda nem saiu do departamento médico.

Saudações humildemente-corintianas.

Felipe Cabañas da Silva disse...

*que envolve o mundo boleiro, quis dizer.

Felipe Cabañas da Silva disse...

PS: Só uma coisa. Sobre ansiedade e nervosismo, me parece que esses dois quesitos ontem mudaram de lado. A expressão da torcida do Santos durante 70% do tempo de jogo de ontem foi de velório, tanto é que em determinado momento parecia que a Vila Belmiro, o alçapão de vocês, voltava-se contra o próprio time. Até os próprios jogadores os torcedores vaiaram. Quando o Juan pegava na bola, com a tradicional lentidão e indecisão, parecia vir um frenesi das arquibancadas - que se revelou injusto, afinal, apesar de ser um lateral fraco, aquele chute no segundo tempo certamente não seria defendido pelo nosso Julio Chester. Santa Ponte Preta! rs

Luciano disse...

Edu.... é só marcar direito o pica pau q o santos nao evolui... o restante do time por serem todos medianos não eh preciso se preocupar.

Gostaria de saber se os bambinos irão postar alguma coisa aqui pra gente!?!

Gabriel Megracko disse...

Jogo perfeito do Corinthians.
Jogo defeito do Santos. Time irreconhecível. Muricy na seleção? Será que o bambi quer cair agora pra não ter que quebrar seu contrato com o Santos e assumir a seleção? Muita grana, muita fama. Santos muito badalado, muito manjado, muito mandingado... Corinthians muito unido.
Talvez tenha sido melhor assim, porque se tivesse sido 1x0 e não 0x1, o Santos ia entrar pra jogar no Pacaembu como entrou na Vila! Seria uma catástrofe. Mas, nada perdido, longe disso. Pro segundo jogo, o Santos vai ter que trocar de Alma. Vai ter que baixar o grande Santos, contra um Corinthians que nem sequer tomou gol no Pacaembu. Por outro lado, o Pacaembu nos traz as melhores lembranças. Estou esperando o grande duelo, que ainda não aconteceu.

Eduardo Maretti disse...

Luciano, não é só marcar Neymar, mas a fonte que o alimenta, o Ganso, e o seu time marcou bem os dois e todos. O problema para mim é o Muricy. Mesmo quando não está tão bem em temporadas ruins, o Santos na Vila sempre vai pra cima, sufoca e ataca. O time do Muricy não tem oções táticas, como eu falei. A tática dele é "dá no Neymar" e só.

E o clima de velório, Felipe, começou foi no campo (e não o contrário) e contaminou tanto a arquibancada quanto a sala da minha casa.

Mayra disse...

Um argentino me disse, juro por nossa senhora da Aparecida, na noite do ano novo em Bs. As: "Que 2012 seja um ano glorioso!" = vamos ganhar nossa primeira Libertadores!!!

Salve a glória e a alegria!!!

Paulo M disse...

Entre Santos e Corinthians ainda está parelho, desde que o Peixe inove taticamente. Está ficando manjado mesmo, como disse o Megracko, e o Corinthians, que estuda como uma ciência a melhor maneira de postar sua defesa diante de qualquer adversário, já sabe parar o ataque santista. Futebol é simples e complexo. O locutor de Palmeiras x Grêmio ontem, na ESPN, logo no início do jogo, usou a mesma expressão pra se referir à alteração com que Felipão matou o Grêmio ontem: deixou o volante Márcio Araújo no banco, colocou um zagueiro no lugar do Henrique e adiantou este pra fazer o papel de um volante-atacante. Tenho minhas restrições ao Felipão, mas essa alteração foi brilhante, pois quebrou os gaúchos como um xeque-pastor. No jogo de volta, em um vacilo a casa cai, mas estamos muito mais perto da final do que o Tricolor.
No caso de Corinthians x Santos, se o Muricy ficar nessa de, como fala o Edu, "dar no Neymar", vai ficar à mercê da sorte.

Eduardo Maretti disse...

Mayra, em futebol, frequentemente, quanto maior a aposta, maior o tombo. E se é para profetizar, acho mais forte a profecia segundo a qual o mundo vai acabar antes de o teu time ganhar a Libertadores. Não é possível que estejamos a apenas poucas semanas do fim do mundo, não acredito em fim de mundo.

E, caro Paulo, fiquei a dever algo sobre a inesperada e grande vitória (e por 2 a 0!) de seu time em pleno Olímpico, não é? Mas a verdade é que não dá para fazer tudo. Falta de tempo mesmo. Realmente foi uma vitória espetacular do Palmeiras. Acho que não há margem de erro em afirmar: o Parmera está na final da Copa do Brasil. Pode ficar tranquilo.

Leandro disse...

Ah, os anticorinthianos, sempre revisionistas, e seu discurso de que o Timão não é sofredor, não é perseguido, não é do povo, não é vibrante e dramático para o bem e para o mal...
Daqui a pouco vão inventar que também não é alvinegro.
Entre as palavras cheias de recalque, rancor e ódio do Azenha e as de Don Paulo, fico com as deste: “O Corinthians é mesmo o símbolo do povo que não chega lá. Do povo que sofre todas as decepções, desde as mais legítimas, como também as de seus sonhos. Que é humilde. Povo que se abate, mas que, ao mesmo tempo, Sabe que precisa recomeçar. E recomeça mesmo! Está presente em todas as lutas. Recomeça. Tenho certeza de que a vitória do Corinthians deve levar a vitórias essenciais na vida. E vai levar a tanto. Acreditamos, sempre de novo, nesta era que está para chegar em favor do povo, com a participação do povo e criada pelo mesmo povo.”
E é impressionante como os torcedores santistas, a exemplo do Azenha, perdem a linha quando o tema é o Corinthians.
Deram uma aula de civilidade no jogo contra o desvalido Bolívar, aula esta que eu elogiei aqui, mas ontem reforçaram o coro de quem, como eu, acusa esta disputa de varzeana, com um comportamento digno disso.
Tanto perderam a linha que contaminaram até seus jogadores. Se Emerson mereceu ser expulso (coisa que discuto), Durval, pelo que fez em JH, e Neymar, pelo que fez em Castán, mereciam prisão perpétua.
Até mesmo o admirável presidente santista perdeu a linha: http://blogdosilvinho.wordpress.com/2012/06/14/alalaor-o-presidente-fanfarrao
A explicação disso tudo, deste revisionismo cheio de ódio, Citadini deu há alguns dias, de modo bastante didático: http://blogdocitadini.com.br/?p=590
Mas devagar com o andor que o santo continua de barro, diletos santistas e corinthianos.
Devagar com o andor, corinthianos, que ainda restam noventa minutos e o SFC segue favorito.
Vejo que os santistas daqui e os do boteco, bem como os corinthianos daqui, concordam comigo nisso. Então, esperemos mais noventa minutos, e que vença o melhor. Ou não, como diria Caetano.
E vencendo ou não, Timão, "I love you all the same", como diriam os corinthianos do "Manic Street Preachers".

Felipe Cabañas da Silva disse...

Pois é, companheiro Leandro, de sofrimento sagrado e operário, eles dizem que o nosso time é medíocre, que os nossos goleiros são uns bostas, chamam nosso futebol de "futebolzinho", dizem pelos quatro cantos que têm no time o melhor jogador da galáxia, e depois reclamam que os seus jogadores e não os nossos é que são convocados à seleção brasileira.

Me parece que Laor, um cartola que já elogiei aqui neste espaço, ficou desestabilizado pela derrota. E me parece que a atitude dos santistas, em caso de derrota na Guerra (SÓ GANHAMOS A PRIMEIRA BATALHA), será a de menosprezar a qualidade do rival, colocar em dúvida a nossa integridade moral, enfim, o clássico cardápio centenário do anti-corintianismo que apregoa pelos quatro cantos que o time de origem operária, com sua torcida "desdentada", quando vence, é na mutreta.

PS: Me encanta muito ver um "esquerdista", como Luiz Carlos Azenha, reproduzir com tanta contundência um discurso que caberia como uma luva na boca do mais empedernido conservador. Será que o Azenha, um cara que respeito muitíssimo, estaria afinal enquadrado naquela categoria de "esquerdinha caviar", que bem lá no fundinho da alma, apesar do discurso pela igualdade universal, despreza qualquer coisa que tenha cara de povo?

Saudações humildes, corintianas, aguerridas e respeitosas.

Leandro disse...

Felipe,
Este discurso do Azenha é preocupante, como também é o dos santistas canalizando todos os problemas para o técnico.
Eles não fazem ideia do que é aturar a titebilidade.
E se o Santos era e ainda é favorito, isso também se deve ao fato do Muricy ser mais técnico que o Tite.
O Muricy não é nenhum novo gênio do banco, mas pesar tudo sobre ele e aliviar para o lado de jogadores importantes que não vêm se apresentando bem há alguns jogos (sobretudo Arouca, Neymar, Ganso e Elano) não é desrespeitar seus ídolos nem tirar-lhes o valor.
A gente cobra muito de quem espera muito, e certamente eu e todo santista esperávamos mais do que estes jogadores apresentaram nas últimas partidas pelo Santos e pela seleção do Mané Meneses.
Estes boleiros ainda compõem um dos grandes times do continente, por mais complexo que seja tentar explicar isso para os espanhóis (madrilenhos e catalães) fanáticos por futebol que foram meus vizinhos quando morei numa bocada de Londres. Esperar um rendimento melhor deles é natural e vejo que nem mesmo o mais pessimista dos santistas perdeu as esperanças, com ou sem Muricy.
Saudações humildes, corintianas, aguerridas e respeitosas.

Felipe Cabañas da Silva disse...

Concordo plenamente. Por isso disse: só ganhamos a primeira batalha. Vejo um time sólido, fechado dentro e fora de campo, a torcida junto, momentos heróicos, um crescimento no decorrer do torneio, e todo esse conjunto tem que fazer a diferença na quarta novamente. Por isso, é guerra. No bom sentido da palavra, claro. É raça, entrega, disposição, e bom futebol. Por isso, vou discordar de você novamente sobre o Tite: mesmo que perca na quarta, o Tite caiu como uma luva nesse time do Corinthians. É um treinador ambicioso e em ascensão, com um grupo ambicioso e em ascensão, conquistou o confiança do elenco em momentos capitais, chegou à Libertadores com simplicidade e, sem a badalação midiática insuportável que já tanto nos atrapalhou, até agora faz um torneio impecável. A energia e a disposição do Tite comandando o time em campo é louvável, e tem a nossa cara. Me parece que, como Ronaldo, Tite adotou o Corinthians. Tite entendeu o que é o Corinthians e incorporou o nosso espírito. Algo incrível, porque, depois do fiasco contra o Tolima no ano passado, duvido que tivesse um único corintiano que fosse tão burro a ponto de apostar um palito de fósforo queimado que esse ano o treinador conduziria o time numa campanha continental até aqui irretocável.

Alexandre disse...

Parabéns ao Grande Palmeiras pela espetacular vitória ontem contra o Gremio em pleno Olimpico. Por mais que sejam contra as adversidades, é preciso saber e crer que a vitória é possível, respeito é sempre bom. Parece que os bons fluidos estavam a nosso favor ontem. Felipão retomou sua estrela de campeão e o Palmeiras venceu com hombridade. Estamos na parada, mas cuidados são necessários.
Pouco vi o jogo Santos XCorínthians, mas pelo que vi, pude anotar a tônica do jogo. Corinthians na forte marcação não deu a menor chance ao Santos, que andava em campo, sem iniciativa, sem força, sem raça. O Corinthians fez mais do que tinha a fazer; o gol, e bonito gol.
Os ares, me parece, estão mais a favor do time de Tite, mais inteiro, sólido, muito bem taticamente. vai ser difícil pro Santos se não souber optar por outro esquema de jogo.
O mundo está em perigo!!

João disse...

nenhum parmerense esperava isso... mas agora q vamos pra fimal... q venha os baaambi!

Gabriel Megracko disse...

Que mudança de ânimos no front! Mas... é cedo. A despeito da falsa humildade aqui expressa, o Corinthians se tornou favorito, pelos simples motivo que força o Santos a mudar de postura. Básico como um fundamento matemático: se o Santos jogar o segundo jogo como o primeiro, só um milagre... Se mudar de postura (o que não convém à lógica, agora), pode voltar a ser favorito durante o jogo. Vocês discordam, corintianos? Sinceridade também devia fazer parte da expressão popular, caso se espere que os costumes do povo prevaleçam sobre os costumes dos que o oprimem, o que, claro, não é papel do Santos, apesar da "guerra" futebolística.

Gabriel Megracko disse...

Fdanem-se os erros de POrtuguês.