Muammar Kadhafi acaba de se pronunciar sobre a violentíssima situação de seu país. O cenário de onde o ditador líbio discursou parecia um bunker, longe de palácios e ostentações. Disse que vai executar quem descumprir as leis do país. Não pretende renunciar e afirmou que morrerá pela e na Líbia. Autoafirmou-se “o líder da Revolução, sinônimo de sacrifícios até o fim dos dias” e que “esse é o meu país, de meus pais e meus antepassados". Há 41 anos no poder, ele deixa claro com isso que o país “dele” provavelmente deve continuar nas mãos de seu clã. Ontem, seu filho Sayf al-Islam al-Kadhafi fez discurso ameaçador.
"Os aviões de guerra e os helicópteros estão bombardeando indiscriminadamente um setor após o outro. Há muitos mortos." A frase é de uma testemunha citada pela Al Jazeera sobre o mais sangrento conflito no norte da África e Oriente Médio este ano. Apesar de estimativas de "mais de 200", de 400 mortos ou outras, ninguém pode dizer quantos já morreram. Apesar da brutalidade do Estado, que ataca a população com tanques, aviões de guerra e armamento pesado, ontem dois coronéis líbios se recusaram a atacar a população com caças e desertaram. É pouco, mas simbólico*.
Em entrevista à emissora de rádio France Info, o presidente da Federação Internacional de Direitos Humanos, Patrick Baudouin, afirmou: "O que ocorre hoje é um crime contra a humanidade". Ele pediu intervenção do Conselho de Segurança da ONU "para ativar a ação do Tribunal Penal Internacional (TPI)", segundo o site português Diário Digital. A alta comissária para os direitos humanos da ONU, Navi Pillay, pediu uma investigação sobre os brutais ataques contra os manifestantes e a população civil, que, para ela, são crimes contra a humanidade.
O fato é que, com cerca de 46 bilhões de barris de petróleo em suas reservas e com forte exportação para a Europa, a Líbia se tornou o mais preocupante palco dos conflitos contra os ditadores naquela região do mundo, até aqui. O temor de que os conflitos e rebeliões tomem conta do Irã e até Arábia Saudita deve estar deixando muitos líderes mundiais sem sono.
Hoje, terça-feira, 22, o petróleo passou de 108 dólares o barril. O poderio econômico do país de Kadhafi faz com que naturalmente os conflitos lá sejam muito mais violentos do que no Egito.
Os interessados em assistir ao vivo a emissora do Catar Al Jazeera (em inglês) com as informações mais recentes dos acontecimentos podem acessar neste link
* (Atualizado às 15:44) - Segundo a Reuters, soldados líbios na cidade de Tobruk disseram que eles não apoiam mais Muammar Kadhafi. Segundo a agência, soldados disseram que o leste do país está fora do controle do governo. Tobruk já estaria nas mãos da população. "Todas as regiões do leste estão agora fora do controle de Kadhafi... O povo e o Exército estão lado a lado aqui", afirmou o major do Exército, Hany Saad Marjaa.
A cidade de Tobruk (ou Tubruq, Tubruch) se localiza num ponto estratégico, no Mediterrâneo, no Nordeste do país, muito próximo do Egito. Não à toa, foi palco de batalha entre alemães e britânicos pelo seu domínio (na Segunda Guerra Mundial).
Leia também: Mubarak cai e povo egípcio emociona o mundo
Em entrevista à emissora de rádio France Info, o presidente da Federação Internacional de Direitos Humanos, Patrick Baudouin, afirmou: "O que ocorre hoje é um crime contra a humanidade". Ele pediu intervenção do Conselho de Segurança da ONU "para ativar a ação do Tribunal Penal Internacional (TPI)", segundo o site português Diário Digital. A alta comissária para os direitos humanos da ONU, Navi Pillay, pediu uma investigação sobre os brutais ataques contra os manifestantes e a população civil, que, para ela, são crimes contra a humanidade.
O fato é que, com cerca de 46 bilhões de barris de petróleo em suas reservas e com forte exportação para a Europa, a Líbia se tornou o mais preocupante palco dos conflitos contra os ditadores naquela região do mundo, até aqui. O temor de que os conflitos e rebeliões tomem conta do Irã e até Arábia Saudita deve estar deixando muitos líderes mundiais sem sono.
Hoje, terça-feira, 22, o petróleo passou de 108 dólares o barril. O poderio econômico do país de Kadhafi faz com que naturalmente os conflitos lá sejam muito mais violentos do que no Egito.
Os interessados em assistir ao vivo a emissora do Catar Al Jazeera (em inglês) com as informações mais recentes dos acontecimentos podem acessar neste link
* (Atualizado às 15:44) - Segundo a Reuters, soldados líbios na cidade de Tobruk disseram que eles não apoiam mais Muammar Kadhafi. Segundo a agência, soldados disseram que o leste do país está fora do controle do governo. Tobruk já estaria nas mãos da população. "Todas as regiões do leste estão agora fora do controle de Kadhafi... O povo e o Exército estão lado a lado aqui", afirmou o major do Exército, Hany Saad Marjaa.
A cidade de Tobruk (ou Tubruq, Tubruch) se localiza num ponto estratégico, no Mediterrâneo, no Nordeste do país, muito próximo do Egito. Não à toa, foi palco de batalha entre alemães e britânicos pelo seu domínio (na Segunda Guerra Mundial).
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6 comentários:
Este ser extravante e destemperado chamado Muammar Kadhafi não podia ter um fim discreto. Resignar-se com as revoltas e renunciar ao poder para evitar uma guerra civil??? Não é o estilo de Kadhafi. Seu filho já deixou claro que qualquer protesto será massacrado e que se necessário empurrarão o país a uma guerra civil. Muammar Kadhafi só vai sair com muito estrondo, mas a única coisa que está conseguindo cavar é uma cova maior para ser despejado. Isola-se do mundo, começa a isolar-se de suas próprias forças de segurança, e por fim isola-se da realidade, achando que vai morrer como mártir, quando na realidade vai morrer como um bandidinho qualquer, que é o que ele realmente é.
A Tunísia e o Egito mostram que uma vez nas ruas o que está acontecendo no mundo árabe só tem um final possível: o ditadorzinho da vez escurraçado para a lata de lixo da história. Quando a revolta dos jovens chega ao ponto de tocarem fogo ao próprio corpo, não creio que a maioria vá se intimidar diante dos canhões do exército.
Muammar Kadhafi está agonizando. Mas é uma pena que o povo líbio tenha de sofrer tanto para dar-lhe o final que merece.
Só entrei hoje na Al Jazeera. Jornalismo de primeira - pena que meu inglês seja macarrônico, mas dá pra acompanhar um pouco.
Os árabes clamam por liberdade. Liberdade cultural, de comportamento, mais do que política. Virou reação em cadeia. Vivem enfiados em túnicas e turbantes como beduínos. Curioso é que os EUA estão preocupadíssimos com o que acontece na terra do petróleo, e se vêem de mãos atadas, não podem aparentar interferência e estão tendo que engolir a "democracia" que eles mesmos pregam. Vão ter de comer o pão que amassaram. O Novo México do ouro americano do século 19 mudou de endereço (o petróleo do Oriente Médio) e agora está ameaçado. Nessa brincadeira, que se cuide também o Ahmadinejad, que já andou reprimindo manifestações de protesto contra seu governo, semana passada, no Irã. Lá, parece que a cultura é mais sólida, mas talvez não tanto o governo. As coisas estão mudando. Pena (como disse o Felipe Cabañas) que isso custe tantas vidas desnecessariamente.
É mais um psic no poder!
Só para fazer uma remissão ao título deste post, texto de Wálter Maierovitch diz, citando a agência Al Arabyia, que passa de 10 mil (!!!) o número de mortos e são 50 mil os feridos.
A União Européia estima em 1,5 milhão de imigrantes o êxodo dos líbios em fuga da fúria genocida do psicótico.
Neste link: http://bit.ly/eJyFAU
Quem diria? Os árabes estão emocionando o mundo! Bárbaro isso de pilotos e militares líbios desertarem ou tomarem pra si a causa popular. Querem algo mais divino? Sorte que o presidente americano não é mais o Bush. Tudo tem sua hora. Se o tal do Kadafi imaginasse esse seu fim, talvez preferisse ser um homem do povo. E agora, Muammar?
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