quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Jacob Appelbaum, segundo a Rolling Stone

A revista Rolling Stone publicou matéria que ninguém pode deixar de ler, sobre Jacob Appelbaum, “o único membro norte-americano conhecido do WikiLeaks e o líder evangelista do programa de software que ajudou a possibilitar o vazamento” dos “relatórios de inteligência mais bem guardados do governo norte-americano sobre a guerra no Afeganistão”, tema que causou furor na internet nos últimos dias.

Trata-se de uma história “fascinante e assustadora”, como disse a amiga e leitora Mayra, que me enviou o link por e-mail. Uma história que faz Jorge Luis Borges parecer, enfim, ultrapassado. James Bond + Borges = Jacob Appelbaum? A equação é esta? Ou seria outra? É ficção? A matéria da Rolling Stone é assinada por Nathaniel Rich, “an American novelist and essayist”, segundo Wikipedia.

Fala do cara de 27 anos “cujo emprego normal é ser o rosto público do Tor Project, um grupo que promove a privacidade na internet através de um programa de software inventado há 15 anos pelo Laboratório de Pesquisa Naval dos EUA”. Segundo a matéria de Nathaniel Rich, Appelbaum “viaja o mundo ensinando a espiões, dissidentes políticos e ativistas de direitos humanos como usar o Tor para evitar que alguns dos regimes mais repressores do mundo rastreiem seus movimentos online”.

Enfim, leiam. E imprimam. Seja ficção ou realidade.

O link está aqui: O Homem Mais Perigoso do Ciberespaço

O impressionante ataque do grupo de hackers Anonymous
Atualizado às 12h50


Fora a excelente matéria da Rolling Stone, descendente direta do melhor new journalism americano, estamos assistindo a um episódio impressionante, símbolo dos novos tempos. Uma real guerrilha cibernética. No admirável mundo novo em que vivemos, uma organização consegue, por meio de um site, divulgar informações confidenciais capazes de abalar governos e grandes companhias.

O fundador da organização (conhecida pelo site WikiLeaks), Julian Assange, é preso. Em resposta, um grupo de hackers autodenominado Anonymous reage com uma operação de grandes proporções, a Operação Payback ("dar o troco"), desencadeada na quarta-feira, 8, contra empresas, órgãos e instituições que tentam inviabilizar as atividades da WikiLeaks e de Assange. Entre as vítimas dos ataques, Mastercard, Visa, promotoria da Suécia (que pediu a prisão de Assange) e bancos que sufocam as atividades da organização.

"Como organização, nós sempre defendemos uma sólida posição sobre censura e liberdade de expressão na internet e nos voltamos contra os que buscam destruí-la por qualquer meio", teria dito à BBC um membro do grupo Anonymous chamado Coldblood. Segundo a BBC, o militante teria afirmado ainda que o WikiLeaks “tornou-se o palco de uma batalha do povo contra o governo".

O ataque à Visa foi precedido de um aviso dos hackers de que em uma hora o site seria derrubado. No prazo previsto, após a mensagem “Dispare Dispare Dispare!!! Armas” postada no twitter em inglês, o site caiu.

É bastante impressionante. Só não sei se tudo isso trará benefícios à chamada internet livre. Porque pode servir de pretexto para retaliações de todo tipo, como por meio de legislações novas e restritivas impondo limites ao uso da web. No Brasil, já há essa possibilidade, com o projeto do senador Eduardo Azeredo (PSDB) chamado de AI-5 digital.

3 comentários:

Mayra disse...

É, ainda é muito novo tudo, mas veja que os hackers do bem - os aliados do Wikileaks, por exemplo - já inventaram, rapidamente, "armas" para se defender dos tentáculos autoritários do poder que tudo sabe, tudo vê, tudo controla - aquele software, criado pelo prodígioo americano, o tal do Tol (ai, não lembro o nome, está na matéria da RS) é bem isso: uma proteção contra o poder absoluto e totalitário que pode regular a vida de uma pessoa só rastreando sua vida pela internet, e seus dados também, claro.

carmem disse...

E a "ficção" de 1984 que parecia tão distante!
E, com relação a esse assunto ouçam (claro, quem quiser!) o "meu" presidente, muito bom:

http://www.youtube.com/watch?v=_No3PuIiJ4Q

Edu Maretti disse...

O Tor Project, Mayra.

O "nosso" presidente falou e disse, como sempre, Carmem.

The brave new world!