terça-feira, 17 de agosto de 2010

Um balanço da gestão de Luis Álvaro no Santos
– em agosto de 2010

Foto: Divulgação/ Santos FC
A gestão de Luis Alvaro Ribeiro à frente do Santos teve um início auspicioso. Fora dar um basta no eterno Marcelo Teixeira, cumpriu sua primeira promessa, feita logo após se eleger: a de que os santistas iriam ver, a partir dali, um time aguerrido e formado por jogadores do Santos, e não jogadores “de aluguel”.

De time desacreditado e sobre o qual pairava a nuvem da incógnita, o clube termina a primeira metade da temporada campeão paulista e da Copa do Brasil, com 137 gols marcados em 51 partidas na temporada até o dia de hoje (16 de agosto), média de 2,7 por jogo. O futebol da geração de Neymar, Paulo Henrique Ganso, André e outros, com o apoio positivo do já mais experiente Robinho, destruiu adversários impiedosamente. Com a exceção do Palmeiras, que não impediu, porém, a conquista dos títulos.

A cartada de Luis Alvaro ao trazer Robinho, lance arriscado, provou-se acertada e vitoriosa, com bons resultados em campo e no marketing. E com frutos até na auto-estima do santista, ao ver um de seus maiores ídolos voltar para ser duas vezes campeão em poucos meses.

Dorival
Aqui, umas palavras sobre o "professor" Dorival Júnior. Bem intencionado, bom caráter, ele pecou, porém, pela pouca experiência em times grandes. Seus maiores feitos, até chegar ao Santos: o título com o Vasco da Gama na Segundona de 2009, o vice campeonato paulista em 2007 com o São Caetano (o campeão foi o Santos de Vanderlei Luxemburgo) e o 5º lugar no Campeonato Brasileiro de 2007, pelo Cruzeiro. Acho que Dorival errou quando resolveu convocar os solteiros (!) para concentrar 24 horas depois do oitavo mata-mata seguido entre Paulistão e Copa do Brasil. Após eliminar o Grêmio nas semifinais, os meninos mereciam relaxar. A atitude do "professor" Dorival me fez lembrar o folclórico Oswaldo Brandão. Que tem seus méritos, mas já estamos em 2010, cacete.

Desafio
Porém, o presidente santista está agora frente ao desafio de lutar contra o temido euro, turbinado pelos infernais bilionários russos (donos do Chelsea) e árabes (do Manchester City), por exemplo. Sem André e Wesley, fora Robinho, o time ainda pode perder Neymar. Sobra muito pouco, ou, só Ganso, do time que encantou o país e que, amadurecido, em 2011, disputaria a Libertadores. Será uma pena, para os santistas e também para o futebol brasileiro.

Foto:Ricardo SaibunO que fazer sem essa dupla rara?

Sobre Neymar, e tantos outros jovens craques que nós revelamos para exportar à Europa, se ele for de fato negociado, creio que terá sido um equívoco. Dele, Neymar, e de seu staff, bem entendido. Luis Álvaro nem ninguém pode impedi-lo de sair se for o que ele deseja. Mas a volta vitoriosa de Robinho este ano mostrou que sua saída em 2005 foi precipitada. A opção de sair foi dele. Parece ter-se arrependido.

Neymar chegou à seleção aos 18 anos jogando pelo Santos. A próxima Copa do Mundo será onde? No Brasil. Ao contrário do que dizem o empresário do atleta e seu pai, nada garante que ir para o Chelsea agora será bom para a carreira de Neymar. Até o Mano Menezes, segundo as informações, aconselhou o guri a ficar no Santos. Acrescento eu: em Londres, ele encontraria outra realidade, eventualmente até hostil, e muito diferente da camaradagem que divide com seus parceiros no Santos. Brilhar sozinho é muito mais difícil. Mas isso já seria outro post.

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