sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Norma autoriza médico a permitir morte natural


Um avanço. Nova norma do Conselho Federal de Medicina (CFM) autoriza os médicos a suspender tratamentos cujo objetivo é apenas manter artificialmente a vida de pacientes terminais que manifestem essa vontade, desde que conscientes, no gozo de suas faculdades mentais, como se diz.

As regras estabelecem critérios para o uso de tratamentos considerados invasivos ou dolorosos em casos nos quais não há possibilidade de recuperação. Em resumo, como alguns médicos estão falando, passa a ser legal, dentro da ética médica, que o paciente tenha uma morte natural. E portanto mais humana.

Não tem nada a ver com eutanásia, que é diferente. Pela eutanásia, o médico induz o paciente à morte. A nova regra da medicina brasileira, aprovada ontem e publicada hoje, apenas autoriza o profissional a não ministrar, por exemplo, medicamentos ou procedimentos inutilmente dolorosos e ineficazes. Ela é chamada ortotanásia.

     Segundo o dicionário:
     1. morte natural, normal
     2. Derivação: boa morte, sem sofrimento

A resolução tira um enorme peso da consciência do médico. Pois o que acontecia é que muitas vezes ele não tinha mais soluções possíveis para manter uma pessoa viva, mas era obrigado a usar de procedimentos artificiais, que sabia inúteis, para isso.

“É de fato uma evolução. Essa é uma tendência mundial. Ainda bem que o Brasil adotou a norma”, diz a médica Elisa Machado Terra, de Rio Claro (SP).

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