segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Heróis e decepções do Brasil nos Jogos Olímpicos


Encerro minha participação nos Jogos Olímpicos (sic) para dizer que não se pode nem afirmar que houve evolução da participação brasileira de Pequim para Londres pelo fato de a delegação do país ter trazido de Londres 17 medalhas (3 de ouro, 5 de prata e 9 de bronze) contra 15 de Pequim em 2008 (3, 4 e 8, respectivamente).

Como já disse, o que não se tem no Brasil são políticas de incentivo ao esporte olímpico, como há na Jamaica, cujo PIB é de 13,9 bilhões de dólares, segundo a The Economist em setembro de 2011, contra US$ 2,2 trilhões do Brasil.

Isso não mudou com os governos Lula e Dilma. E com políticas de incentivo não quero dizer patrocínio ou investimento puro e simples, mas uma política que considere o esporte de fato como um fabuloso meio de inclusão social e seja incentivado estruturalmente, não em pessoas ou atletas individualmente.

Na Jamaica, o atletismo faz parte do currículo das escolas e por meio de uma política federal bem sucedida são destinados mais de US$ 110 milhões ao esporte por ano (Estadão, 11 de agosto de 2012). Aqui, dinheiro público pode fomentar a indústria, o emprego e a economia, mas setores como o esporte, que pode tirar milhões de crianças das ruas, ah, isso não pode, dinheiro público é sagrado.

Enfim, no quadro final de medalhas, o Brasil ficou em 22° lugar, quatro posições abaixo do país de Bob Marley, que, em 18° lugar, amealhou 4 de ouro, 4 de prata e 4 de bronze.

Os destaques do Brasil

A judoca Sarah Menzes, Arthur Zanetti nas argolas e o vôlei feminino com suas medalhas de ouro foram as exceções que emocionaram o país, juntamente com o boxe. A “nobre arte” brasileira merece muitos louvores por sua melhor campanha na história em Olimpíadas, com os irmãos Esquiva (prata) e Yamaguchi Falcão (bronze), além da boxeadora Adriana Araujo, bronze. Assim como Yane Marques, com seu heróico bronze no pentatlo moderno no último dia de competições. Aplausos também para Thiago Pereira com sua prata na natação (400 m medley). Mas, tirando o vôlei, esporte coletivo, são todos heróis e batalhadores solitários, que não são fruto de política séria alguma.

As decepções

Fabiana Murer (que deu outro vexame bizarro no salto com vara), Maurren Maggi e Cesar Cielo (bronze nos 50 m) decepcionaram. Mas Maurren e Cielo merecem todo o respeito por seus triunfos dourados, memoráveis, em Pequim. Já Fabiana... Em seu caso, sim, será uma afronta se dinheiro público for investido nela para os Jogos do Brasil em 2016, sob qualquer forma, até patrocínio de bancos públicos. A moça não merece.

Daiane, de novo, fracassou
Tirando o solitário ouro de Arthur Zanetti nas argolas, a ginástica artística brasileira foi um rotundo fracasso. Os irmãos Diego e Daniele Hypolito deram exemplo de como é incipiente a modalidade no país, assim como a sempre incensada Daiane dos Santos, que mais uma vez amarelou.

E o futebol... O medíocre futebol de Mano Menezes deu pena e não merecia de maneira alguma, num golpe de sorte, ter empatado o jogo na cabeçada de Oscar nos acréscimos na final contra o México. E só voltou com a prata porque o nível dos adversários em Londres foi muito baixo. Diferentemente do vôlei masculino, que trouxe a prata com justiça.

Atualizado às 23:52

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