segunda-feira, 25 de junho de 2012

Para o La Nación do Paraguai, Brasil incentiva "violência fratricida" e quer governo fantoche


Para o jornal paraguaio La Nación, o fato de o ex-vice e agora presidente Federico Franco ter sido felicitado pelo então presidente brasileiro, juntamente com Fernando Lugo, quando a chapa ganhou as eleições em 2008, demonstrou que Luiz Inácio Lula da Silva e o Brasil reconheciam a “plena legalidade” do processo eleitoral paraguaio.

Assim, analisa o periódico, “chama muito a atenção que a presidenta Dilma Rousseff confunda” a situação atual do país vizinho como um golpe de estado. “Não há justificação nem elemento algum que permita fundamentadamente a ninguém dizer que no Paraguai houve golpe de estado”.

“Não houve militares quebrando instituições, não houve policiais quebrando instituições, não houve violência quebrando instituições”, avalia o La Nación paraguaio.

Pela singela análise do jornal, o “Brasil e os países que estão desrespeitando o processo constitucional paraguaio não têm alternativa a reconhecer imediatamente os resultados do funcionamento da Constituição Nacional, tal como vêm fazendo os países sérios da comunidade internacional”, afirma, referindo-se a Estados Unidos, Espanha, Alemanha e o Vaticano... “O Brasil não tem capacidade de decidir que parte da Constituição paraguaia se aplica e qual não se aplica”, continua.

Para o periódico, o embaixador brasileiro no Paraguai [Eduardo dos Santos] não afirmou adequadamente que o processo se deu “com absoluta normalidade” e “preferiu acomodar-se a Dilma Rousseff e mentir”. “A Embaixada do Brasil em Assunção tornou-se um instrumento da mentira, para o quê não é realmente necessária no Paraguai e deveria fechar”.

Para o diário, “o Brasil está assumindo as responsabilidades de incentivar a quebra da paz cívica”. O La Nación paraguaio vocifera ainda que “desde 1864 a República do Paraguai não sofria uma agressão tão traiçoeira de seu poderoso vizinho, disposto a promover no Paraguai a violência fratricida com o fim de instalar em Assunção um governo dependente dele, Brasil, e da Argentina”.

Na opinião do jornal, “está claro que Argentina e Brasil necessitam no Paraguai de um fantoche, que cuide de seus interesses em Itaipu, em Yaciretá e no Mercosul; Fernando Lugo assumiu o papel de agente dessas potências estrangeiras”.

Resta aqui uma pergunta: nem passa pela mente do singelo editorialista do La Nación que os Estados Unidos reconheceram tão rapidamente o golpe no Paraguai porque estão muito incomodados com o crescimento dos governos de esquerda no continente, e o golpe nesse pequeno país é uma pequena luzinha no fim do túnel? Claro que passa, mas é melhor não dizer, não é?

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