domingo, 19 de agosto de 2012

Com golaço de zagueiro, Santos bate Timão na Vila





Um jogaço.

Santos 3 x 2 Corinthians, na Vila Belmiro. Jogo digno das tradições do “clássico vovô”, o mais antigo do estado de São Paulo. Com o cumprimento de André, que, à vontade na casa que o revelou, fez dois gols, como quem diz: “olá, como vai?” E o zagueirão Bruno Rodrigo fez o golaço de cabeça, o da vitória, subindo no 25° andar.

O segundo gol de André e do Santos foi irregular. Impedimento triplo. Mas lembro de, às vésperas da semifinal da Libertadores, um corintiano dizer: “vamos ganhar com um gol roubado. Vai Corinthians!”. Então tá tudo certo. Corintiano acha que quando é a favor é um prêmio à raça e ao espírito, e quando é contra é coisa de anticorintianos. “O corintianismo é tedioso” (Luiz Carlos Azenha).

Lembram de Pelé e Coutinho? Neymar e André. Oxalá.

Mas o Corinthians de Tite é muito difícil de bater. Tite montou um dos times brasileiros mais fortes e competitivos dos últimos tempos, goste-se ou não de seu estilo, time que, como já disse antes, não ganhou a Libertadores por acaso. A equipe joga em bloco, o time inteiro joga junto o tempo todo, movimentando-se como um bloco (este é o melhor termo) de fato, lembrando um pouco o Boca Juniors de 2003, embora aquele Boca fosse mais forte, porque tinha craques, e o Corinthians de 2012 não tem. É um time operário.

O goleiro santista Rafael foi o melhor jogador em campo no primeiro tempo. Aos 28, o Corinthians fez 1 a 0 com justiça (pois mandou no jogo nos 20 primeiros minutos), mas em jogada que só um craque poderia fazer, Neymar, espetacular como sempre, na velocidade e na inteligência, dando um drible na defesa inteira,venceu três marcadores e cruzou para o comparsa André mandar às redes e empatar aos 36.

Léo entrega, hermano empata e zagueirão fecha o placar

Divulgação/Santos FC
Zagueiro Bruno Rodrigo comemora gol da vitória

No segundo tempo André fez o 2 a 1 na jogada discutida logo aos 3, mas graças a Léo o Timão empatou aos 36 (ducha de água fria). Léo, aliás, muito merecidamente querido pela torcida santista, não dá mais, aos 37 anos. Parece com raciocínio lento. Entregou incontáveis bolas dominadas de presente, e numa delas o adversário saiu dominando e a jogada culminou no 2 a 2 aos 36, do argentino Martínez.

Mas o empate que parecia certo foi desfeito pela cabeçada fulminante de Bruno Rodrigo em cobrança de escanteio (de quem?) de Neymar, dois minutos depois. O zagueirão vem substituindo muito bem o capitão Edu Dracena e hoje foi um dos melhores em campo, além de ter decidido a partida. O melhor, como sempre, foi Neymar. O argentino Patito Rodríguez entrou muito bem nesse time. Desinibido, ousado, provocou alguns salseiros na zaga corintiana: é um jogador importante como abridor de retrancas como a do time de Tite.

O jogo foi pegado, mordido, muito disputado o tempo todo, mas leal, apesar de algumas escaramuças. A disposição e aplicação santista foi impressionante, digna de nota, principalmente no segundo tempo.

O Peixe está em 11° lugar, com 23 pontos, 11 a menos que o Grêmio, na 4ª colocação.

O próximo adversário é o Palmeiras, a asa negra, no Pacaembu, no sábado às 18h30. O Timão também faz um clássico, no domingo, às 16h, contra o instável São Paulo de Ney Franco.

11 comentários:

Felipe Cabañas da Silva disse...

Para mim Paulinho é um craque. Romarinho pode se tornar um. Não é simplesmente um time de operários que ganhou a libertadores invicto. Ganhou com o time inteiro e não com craques isolados, mas esse time tem talentos individuais que os rivais insistem em não ver. Paciência. Melhor para nós.

E eu não sou desses corintianos que gostam de ganhar roubado. Pelo contrário. Odeio quando as falhas acontecem a nosso favor, pois além de ser medíocre ganhar dependendo de falhas da arbitragem, dá munição aos detratores de nossas conquistas. O Santos ganhou merecidamente, mas para um bandeirinha ignorar lances de impedimentos escandalosos e em sequência, das duas, uma: ou ele momentâneamente cochilou (mas cochilar mesmo, de babar no queixo) ou agiu de pura má fé.

Leandro disse...

Como de costume, o bandeira agiu de má-fé contra o Timão, meu caro Felipe.
Está mais que na cara, mas como é contra o Corinthians, o sujeito tem o benefício da imunidade para com a mídia. Ninguém vai falar nada. O anticorintianismo é tedioso...
E é engraçado os santistas, numa postagem só, tentarem justificar duas coisas injustificáveis: A surra homérica que levaram do Boca em 2003.
Boca que, não, não era melhor que o Boca deste ano, derrotado pelo Timão, muito pelo contrário. E tentam justificar também a arbitragem do jogo de hoje, como se não bastasse.
O fato é que este jogo lembrou bastante o de um jogo de 2010 entre Santos e Corinthians pelo Paulista daquele ano.
Mas nada de novo. O Corinthians sendo prejudicado na Vila não é novidade. E a anticorinthianada distorcendo os fatos e tentando tapar o sol com peneira, também não. (risos)

Glauco disse...

E quem cala esse chororô? Esqueceram que no Brasileiro de 2010 foi o Santos o prejudicado contra o Corinthians?

Reclamar contra o erro de ontem faz parte, é ruim mesmo ser prejudicado pela arbitragem, mas vir com essa história de perseguido-pelo-universo-desde-os tempos-pré-bíblicos já deu, né?

Quanto à "surra" do Boca... Bom, o Santos tem um histórico equilibrado com argentinos na Libertadores. Tem time brasileiro que não pode dizer o mesmo.

Eduardo Maretti disse...

Caro Leandro, respeito sua opinião, como respeito a opinião de todos os alvinegros, mas discordo do emprego do verbo "justificar" no seu comentário. Eu (ou nós santistas) não estou (não estamos) justificando nada.

Abraços

Leandro disse...

Na boa, vamos deixar de lado este lance de "respeito sua opinião".
Como diria o Chico César, "vamos ser francos". Não respeitem, não, por favor. Podem cuspir nela, sem mais tergiversações.
A menção a 2003 veio para denunciar uma comparação que tem o intuito de supervalorizar o Boca de 2003 e, num só tempo, desvalorizar o 2012 num exercício de justificativa do injustificável.
Quanto a históricos do tal sulamericano de várzea, se já acho enfadonho avaliá-lo e discutí-lo à luz dos números atuais, quando temos time levando a taça com quatorze jogos de invencibilidade e com direito a final contra um tal argentino "surrador" de brasileiros chamado Boca, imagine o quão enfadonho pode me parecer analisá-la à luz dos tempos pré-bíblicos em que ninguém queria jogar este negócio.
E a propósito do sulamericano de várzea deste ano, mesmo vencendo o Corinthians também foi prejudicado no jogo da Vila.
Coisas da vida (ou da Vila, como queiram).

Gabriel Megracko disse...

Ainda não li os comentários, só o post. Mas... ufa! estamos de volta! Nada melhor que o Corinthians pra tirar a zica. Rs...

Alexandre disse...

Parabéns para o cássico, digno de Santos x Corínthians. Embora eu nunca tenha visto um impedimento triplo e ainda ser assinalado gol, mama mia, inédito no futebol, foi um bom jogo. Mas o Santos tá precisando de mais um Neymar hein?. Quando um estiver na seleção, joga o outro. Hehehe...
No próximo clássico Santos x Palmeiras, com Neymar em campo, acho que o Santos leva. E o Palmeiras vai se complicando.

Gabriel Megracko disse...

Queridos, sem muitas tergiversações, vamos lembrar o ilustre Javier Castrilli de 1998 assaltando à mão armada a pobre Lusinha; o Campeonato Brasileiro de 2005, cujos comentários seriam exclusivamente descritivos; 1977! Que arrepio! O artilheiro da Ponte Ruy Rei é expulso no primeiro tempo por um pontapé sem sentido e uma semana após o título do Timão, fechou contrato com o Corinthians! Ha! O Santos nunca teve nenhuma dessas três (entre outras) regalias. Ainda por cima, vamos ser "claros", sem respeitar opiniões: o Santos teria saído da fila no 11º ano de jejum na final do Brasileiro de 1995! (alguém não se recorda ou discorda?). Sei lá, são só alguns casos. Mas, contuuudo, é só pra dar uma alfinetadinha, mesmo, porque o Santos se gaba de conseguir tudo com as suas pernas, menos nesse triplo impedimento plasticamente lindo! Aliás, foi um golaço!

Leandro disse...

Ora, ora... Alvíssaras, rapazes!
Vejo que está de volta um ilustre comentador e torcedor santista, que sem sombra de dúvida voltou pelo mesmo motivo que o fez sumir por uns tempos: o SCCP.
Tem coisas que só o Timão faz... (risos)

Felipe Cabañas da Silva disse...

Lá vêm os santistas com a velha ladainha de o mais injustiçado da face da Terra... Ora, ora, e não é que o nobre alvinegro peixeiro também tem suas "tediosidades"? rsrs

Como bem disse o Leandro, "o anticorintianismo é tedioso". Esse monte de erros de arbitragem ou conchavos supostamente a nosso favor só ganham a reverberação que ganham porque é Corinthians. Exemplos de times que ganharam acessos, campeonatos ou classificações com erros de arbitragem ou conchavos deliberados existem aos montes no Brasil. A bem da verdade, olhando de perto, não vai sobrar um que possa jogar pedra no telhado do outro. É que a propaganda do anticorintianismo é obstinada e tão popular quanto absolutamente antipopular. De fato, o anticorintianismo é tedioso.

Leandro disse...

Pois é, dileto Felipe.
O anticorinthianismo é tedioso, oprime e cega.
Cega tanto que o pessoal se empolga para fazer variações acerca de velhas e novas figuras da mitologia anti-Corinthians mais reacionária, e esquece também de olhar no espelho para se gabar de conseguir "tudo com as próprias pernas", quando a verdade é que o próprio Corinthians já sofreu na pele esse tal insólito "com as próprias" pernas nos assaltos do Paulista de 84 e do Brasileiro de 2002, para ficarmos em exemplos mais remotos e nem tão remotos assim.
Outros times de menor expressão também sofreram isso na pele. Basta lembrar o longínquo jogo com o Milan que os santistas chamam de "mundial", e que teve os "crimes" confessados por Almir Pernambuquinho, ou então a garfada da final do Paulista contra o Santo André, mais recentemente.
O anticorinthianismo é tedioso, oprime, cega e, pelo visto, também causa déficit seletivo de memória.