sexta-feira, 16 de março de 2012

Na resenha esportiva da semana, destaque para Libertadores e Didier Drogba

Num medonho campo de futebol society grande, o Santos bateu o Juan Aurich em Chiclayo, no Peru, por 3 a 1, pela terceira rodada da fase de grupos da Libertadores. Com a vitória fora de casa, o Alvinegro fica confortável no grupo 1. A única dúvida é sobre qual time será o líder da chave, o próprio Santos ou o Internacional. Inter, Santos e The Strongest, em 3 jogos, somam seis pontos. O Aurich tem zero. O time de Muricy Ramalho, cada vez mais forte, fará na volta dois jogos em casa (The Strongest e Aurich) e um fora (Inter). A tabela do Colorado é inversa: pega bolivianos e peruanos fora e recebe o Santos no Beira Rio (na Vila, 3 a 1 para o Peixe - relembre aqui).




(Parênteses: a Libertadores ainda vive na “idade média” do futebol. No jogo Cruz Azul 0 x 0 Corinthians, o meia Alex não podia bater um escanteio tamanha era a quantidade de objetos de todos os tipos que lhe eram atirados. Ao fim do jogo, o time brasileiro teve dificuldades para sair do campo. Na partida do Santos, os atletas jogaram com um tipo de tênis para se adequar a um campo grotesco de borracha. No vale-tudo da Libertadores, cartões amarelos não acumulam de um jogo para outro, o que significa que a pancadaria é liberada. O futebol no continente ainda está no século passado, e é incrível que, passa ano e entra ano, tudo continua igual.)

Voltando. No grupo 6, o Corinthians está sossegado. Contra o Cruz Azul, na quarta, fora de casa, deu um banho nos mexicanos e só não ganhou porque o time, principalmente com Liédson e Paulinho, desperdiçou as chances que teve, embora (quem não faz, toma) a esquadra de Tite só não tenha tomado o gol da derrota no fim do jogo porque Chicão tirou milagrosamente uma bola quase de dentro da meta, como um cirurgião. O Timão só não pode tropeçar contra o mesmo Cruz Azul na semana que vem no Pacaembu.

No grupo 5, embora vice-líder, o Vasco da Gama está namorando com a tragédia de cair na primeira fase. Tudo depende da próxima rodada, quando a equipe cruzmaltina fará contra o Libertad (time ardiloso) sua última partida em casa, das três que restam. Se só empatar e o Nacional (URU) bater o Alianza Lima, acho que bau-bau.

No grupo 2, o Flamengo tropeçou contra o Olímpia do Paraguai, empatando no Rio em 3 a 3 nesta quinta. Fará agora dois jogos fora (Olímpia e Emelec) e um em casa (Lanús), na última rodada. O Rubro-Negro lidera, mas o grupo é equilibrado e ele está apenas dois pontos à frente do quarto colocado (Emelec) e um do 2° e do 3° (Olímpia e Lanús).

No grupo 4, o Fluminense segue em vôo de cruzeiro. Três jogos e três vitórias, inclusive contra o Boca Juniors em La Bombonera. Mas em Libertadores isso pode não significar nada.

O espetacular Drogba avança com o Chelsea

Dito tudo isso, viajando à Europa, encerro com a figura que para mim foi o destaque da semana. O grande Didier Drogba, que, junto com o meia Lampard e o zagueiro capitão Terry, levou o até então cambaleante Chelsea às quartas-de-final da Liga dos Campeões, ao bater o Nápoli em Londres por um improvável 4 a 1 (no jogo de ida, o time italiano vencera os ingleses por 3 a 1). Não gosto do Chelsea, torci pelo Nápoli. Mas Drogba, hoje com 34 anos, que nunca está na lista dos mais badalados, é para mim um dos maiores do mundo. E a vitória do seu time foi espetacular.

7 comentários:

Leandro disse...

Sou totalmente contrário ao "oba-oba" da molecada que sai por aí comprando camisas de times europeus e dizendo que torce para o Manchester, Real Madrid, Barcelona, Borussia, Arsenal… Não aceito camisa de time europeu nem se me pagarem uma oficial e bem cara, pois acho que existe uma distância enorme entre ser globalizado e ser colonizado nos "modernosos" dias de hoje.
Tudo isso p/ dizer que, apesar disso, também "torci" para o Napoli. Não por gostar ou desgostar do Napoli, mas por não gostar do Chelsea.
No período em que morei em Londres deu p/ perceber que este time, transportando para comparações com os times de SP, tem a empáfia da aristocracia tricolor paulista (Chelsea, o bairro em que fica o Stamford Bridge, é chique e o time também tem esta aura "nobre") somada a uma xenofobia e racismo que fazem lembrar certos setores da torcida palmeirense com seu papinho de supremacia branca italiana.
Sobre os demais jogos, não vi direito nem o do Timão, às dez da madrugada, e já com algumas garrafas de cerveja na cabeça numa quarta-feira abafada. Dormi mais do que assisti, mas o pouco que vi deu realmente p/ perceber que Paulinho e Liedson precisam alinhar a pontaria urgente. Esta profusão de gols já fez falta e pode fazer ainda mais em jogos futuros.

Eduardo Maretti disse...

Impressionante, dessa vez concordamos, Leandro! Concordo com tudo o que vc disse sobre "oba-oba da molecada que sai por aí comprando camisas de times europeus" etc.

A pequena diferença é que eu tenho simpatia pelo Napoli, desde o time de Maradona, Careca e cia. Mas curioso que, depois de postar, fiquei pensando justamente sobre o racismo europeu e me dei conta de que não há sequer um negro no time do Napoli que enfrentou o Chelsea. Estranho, não? Será por acaso? Pelo menos o time do Morumbi londrino tem o grande Drogba, entre outros. Sou fã do Drogba, mas detesto o Chelsea.

Acho engraçado esses caras que têm um time na Itália, um na Inglaterra, um na Espanha etc. Na Itália, eu sou santista. Na Alemanha, sou santista. Na Espanha, torço pelo Santos! Etc. Outro dia vi o PVC (que respeito muito) dizer que não há nenhuma diferença entre um cara do Amazonas torcer para um time da Europa ou para o Flamengo!, já que nenhum dos dois é do Amazonas. Que absurdo disse o PVC! Mas é natural, ele é da ESPN, que é a maior disseminadora da "paixão" artificial dos brasileiros colonizados pelos times da Europa...

Do jeito que vamos, daqui a pouco, quando um time europeu ganhar um título, é capaz de ter festa na Paulista. Nesse dia, eu paro.

Mas esse papo é longo. Qualquer hora dessas eu escrevo um post sobre isso.

Leandro disse...

Nessa minha jornada pela NaziEuropa, com rápidas passagens pela Espanha e pela Irlanda, era muito comum perguntarem qual era meu time favorito.
Diante da resposta óbvia, vinha em seguida a pergunta: "E aqui?"
Ué… Na Europa Corinthians, na Lua Corinthians, no sistema solar, etc….
O mesmo me perguntavam sobre o tenista favorito, como se eu tivesse a obrigação de escolher e tomar partido nos embates entre Nadal e Federer, ou entre Federer e Jokovic, ou entre este e Nadal. Gringos com os quais não tenho absolutamente nada a ver. Prefiro um jogo da Segundona do Campeonato Mineiro que seis aborrecedoras horas de jogo entre um espanhol e um sérvio.
A verdade é que não sou lá muito entusiasta do tênis, e o pouco que me empolguei com este esporte até hoje foi na Copa Davis de 92, quando o raçudo Jaime Oncins levou nas costas um grupo só razoável até as semifinais daquele ano.
Mesmo passada a era Guga, meu tenista "favorito" segue sendo o Jaime Oncins, e atualmente a resposta teria que ser Bellucci, o melhor entre os piores em terras tupiniquins.
É… realmente isso demanda uma postagem específica.

Eduardo Maretti disse...

Ah, não, Leandro. Aí discordo. De tênis eu gosto. Aprendi a gostar vendo um maravilhoso Agassi x Pete Sampras, lá se vão acho que uns 20 anos. Acredite, esse duelo era lindo de ver. Ou ver Patrick Rafter, com seu impressionante saque-e-voleio, um dos mais agressivos que já vi, espetacular.

Depois, em 1997, passei a gostar do esporte mais ainda, graças ao inigualável Gustavo Kuerten, vulgo Guga, com sua esquerda destruidora (só ele e Senna mesmo pra me fazer acordar aos domingos de manhã!).

Vi Federer nascer para a glória, um dia em que, aos 17 ou 18 anos, ele ganhou do mito Sampras em Wimbledon e terminou a partida aos prantos, pois era inacreditável.

Federer é um gênio do tênis, mas, no head-to-head contra Guga, dá Guga: eles se enfrentaram três vezes na história: Guga 2 x 1 Federer. Pena que não teve mais.

Oncins? Não, obrigado. Na história do tênis prefiro o Fininho Meligeni, que tem uma medalha de ouro olímpica. Bellucci? Por enquanto não, obrigado. É muito fraquinho. Só ganhou um set do Federer esta semana porque o suíço começou o jogo com sono.

Não sei por que vc falou de tênis, mas foi bom. Me lembra que eu preciso falar mais do tema.

abs

Leandro disse...

Exageros do Lula à parte, não consigo deixar de concordar com ele que tênis é esporte de burguês, embora o ex-presidente tenha dito isso em momento e local bastante inapropriados. (risos)
Eu sempre tive curiosidade p/ acompanhar desde cedo voleibol e tênis, e gostei do estilo do Oncins por conta da raça dele, que eu fiz questão de destacar aqui até p/ justificar, pois é claro que o Guga (óbvio), o Koch, o Meligeni e até o Mattar fizeram coisas mais relevantes que ele em suas carreiras.
E de coisas mais relevantes eu prefiro destacar uma semifinal de "Grand Slam" do "argentino-são-paulino" Fininho, pois medalha olímpica eu não consigo levar muito a sério.
Embora os tenistas não admitam isso em público, nem tem tanto peso assim porque não vão todos os melhores do momento, e os que vão, parecem atores oriundos do teatro fazendo folhetim "global". Parecem estar ali só p/ garantir o "bicho".
Mas não deixo de reconhecer que o Oncins teve menos destaque internacional, apesar de ter me identificado com a fibra do rapaz, sobretudo depois de uma lendária partida da Davis contra o Becker, na Bahia.
Talvez por não ser tão chegado assim na modalidade, deixe de fazer tanto sentido quem foi o "melhor" nos números, e também por isso deixe de ser interessante acompanhar e impossível torcer por alguém quando não há um brasileiro na parada.
Tanto que no ano passado eu estava na Inglaterra durante o "Masters de Madri" e só não peguei um aviãozinho p/ ir apoiar o Bellucci na semifinal contra o Jokovic porque os preços das passagens e dos ingressos não tinham graça, como cantaria o Chico. Coisa de esporte de burguês...

Eduardo Maretti disse...

Seja como for, neste sábado, por volta da 15h (acho), vai ter um jogão pra quem gosta da modalidade: Nadal x Federer pela semifinal de Indian Wells, no Sportv 1 ou 2.

Leandro disse...

Esse eu não posso deixar de perder… (risos)
De qualquer modo, tudo isso que comentamos aqui me lembrou de um tema ainda mais amplo para outras postagens.
Todos concordam que o futebol é o nosso esporte nº 1 e que o voleibol é, com sobras, o 2º. Certo?
Talvez o basquete fique atrás até do automobilismo, e futebol americano ou rugbi, felizmente, (ainda) não existem por aqui.
Então, porque a nossa mídia, as TVs abertas e fechadas, simplesmente "sonegam" campeonatos de futebol bem interessantes como o argentino e o mexicano para passarem Copa da Inglaterra, Copa do Rei, campeonatos holandês, russo, português, alemão?
A ótima Copa Africana de Nações este ano só passou na TV fechada. Um absurdo.
Mero europocentrismo? Candura equina de neocolonizado?
E quanto às demais modalidades? Em detrimento do voleibol, que tem muitos eventos igualmente interessantes mundo afora, além da nossa ótima Super Liga, os caras enfiam goela abaixo da gente a tal da NBA (de tênis eu não gosto muito, mas bola ao cesto eu simplesmente detesto), NFL, UFC, NHL, UFC…
Haja sopa de letras com modalidades que não chegam nem ao terceiro ou quarto posto na preferência nacional.
Estou me lixando para o Kobe Bryant ou para o marido da (sem) Bündchen, mas mesmo quem tem acesso à TV fechada deve se contentar com estas coisas e deixa de acompanhar mais do voleibol mundo afora, um esporte em que somos protagonistas desde a década de 90, e com completo domínio nos anos 2000.